Valo Grande: prefeito cobra solução após 300 anos de impasse
O Prefeito de Iguape nos sensibilizou. A cidade nasceu em 1537, no estuário do rio que inspirou seu nome: “ygya-pe”, em tupi. Logo depois, a descoberta de ouro no rio Ribeira atraiu aventureiros. A riqueza era tanta que, segundo a lenda, mulheres usavam ouro em pó nos cabelos.
Em 1647, dois índios encontraram na praia do Una uma imagem misteriosa do Senhor Bom Jesus. Registros apontam que veio de Portugal e foi lançada ao mar durante um ataque inimigo. Levada para a cidade, transformou Iguape em destino de peregrinação.


No século 18, o ouro chegou ao fim. Iguape entrou em decadência, e muitos pioneiros deixaram a cidade. Os que ficaram passaram a cultivar arroz nas várzeas do Ribeira de Iguape.
O Porto do Mar Pequeno virou o principal ponto de escoamento da produção. A cidade voltou a crescer. Surgiram novas construções, jornais, companhias de teatro e uma nova igreja Matriz.
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O Porto do Mar Pequeno virou o principal ponto de escoamento da produção. A cidade voltou a crescer. Surgiram novas construções, jornais, companhias de teatro e uma nova igreja Matriz.
O auge da riqueza no século 19
No século 19, Iguape viveu seu período mais próspero. A cidade ganhou casarões históricos, dois portos movimentados, teatros e quatro jornais diários. Também abrigou um vice-consulado português. Nesse tempo, tornou-se uma das principais cidades do sul do Brasil.
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Porto do Mar Pequeno
Na época, o arroz seguia em burros ou carroças por três quilômetros até o Porto Grande, de onde era exportado. A riqueza local e o transporte difícil levaram à ideia de abrir um canal ligando o rio ao mar, encurtando o trajeto.

Depois de anos de discussão, escolheram o trecho mais curto e arenoso. A obra transformou Iguape em uma ilha, cercada pelo rio Ribeira e pelo Mar Pequeno. Mas a decisão, que parecia lógica, logo se mostrou um erro.
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Um dos maiores desastres ecológicos do século 19
O canal, aberto por escravizados e inaugurado em 1852, tinha apenas quatro metros de largura. Mas a força das águas logo ampliou a vala. O Valo Grande virou um canal largo, destruindo tudo ao redor.

A enxurrada de água e lama assoreou o Mar Pequeno e impediu a entrada de grandes navios. Além disso, a descarga de água doce afetou a vida marinha. O resultado foi um dos maiores desastres ecológicos do século 19.
Somando o tempo de concepção da obra, sua execução, os estragos causados e as discussões sobre o fechamento da barragem, o prefeito Wilson Almeida Lima (PSDB) tem razão ao dizer: “há 300 anos debatemos o Valo Grande”.

Poucos anos depois, o porto tornou-se inútil para navios de grande calado. A exportação de arroz parou, a produção caiu. Hoje, com IDH abaixo da média nacional, Iguape sobrevive da pesca e do turismo.
O prefeito de Iguape sabe: parte do mangue agoniza
Hoje, parte do mangue de Iguape agoniza. O excesso de água doce que desce pelo Valo Grande sufoca o ecossistema do Mar Pequeno. A cidade histórica, além disso, foi cortada ao meio e segue sendo erodida pela força do canal.
“É terrível. Medimos, ano após ano, a morte do mangue de Iguape. E com ele, a perda de todos os serviços ambientais que os manguezais oferecem de graça.” O alerta é da professora Marília Cunha Lignon, da Unesp de Registro. Desde 2010, ela estuda o manguezal da região, no litoral sul de São Paulo.
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Você conhece os serviços ambientais do manguezal?
O manguezal é o segundo maior berçário marinho do planeta, atrás apenas dos recifes de coral. Também abriga aves como os guarás e outras espécies costeiras.
Mas seu papel vai muito além da biodiversidade. Em tempos de aquecimento global fora de controle, os mangues atuam como barreiras naturais. Protegem a costa contra a erosão e as tempestades.
Além disso, um hectare de mangue sequestra até quatro vezes mais CO₂ que o mesmo espaço de floresta tropical. É um aliado poderoso contra as mudanças climáticas.
Agora veja, a cidade tem um lindo casario antigo muito bem preservado.

Segundo o IPHAN, as casas e sobrados de pedra e cal refletem diferentes fases da história de Iguape. Parte vem do ciclo do ouro, iniciado no século XVI. Outras surgiram com a construção naval, a partir do século XVIII. No século XIX, vieram os reflexos da cultura do arroz. Já no século XX, a produção de chá, ligada à imigração japonesa, também deixou marcas na arquitetura local.

Cavernas no sul de São Paulo: um espetáculo da natureza
A região de Iguape guarda outro atrativo impressionante: suas cavernas. Formações naturais belíssimas, pouco conhecidas do grande público.
Segundo a Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), o estado de São Paulo abriga 12,5% das cavernas registradas no Brasil. São 718 sítios espeleológicos já cadastrados. Outros 40 aguardam inclusão oficial, com levantamento topográfico, dados sobre rochas, extensão e características geológicas.
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A Casa da Pedra, no PETAR, tem o maior pórtico de caverna do mundo, com 215 metros de altura. A região também abriga cavernas profundas, como o Abismo do Juvenal, com 241 metros de desnível.
Entre as cavernas paulistas, 58 têm relevância turística. Dessas, 32 já contam com planos de manejo espeleológico. Eles definem regras de visitação, zoneamento, uso para pesquisa e outras atividades.
E onde estão essas cavernas? Na região de Iguape, um tesouro natural ainda pouco explorado.

Iguape e sua vocação natural para o turismo
Para começo de conversa, Iguape está dentro da Área de Proteção Ambiental Federal (APA) Cananéia-Iguape-Peruíbe. A cidade também faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Sítio do Patrimônio Mundial Natural.
Esses reconhecimentos vieram por sua biodiversidade única e pela beleza das paisagens. Ambos os títulos são concedidos pela UNESCO, reforçando o valor ambiental e turístico da região.

A região abriga milhares de rios e canais cercados pela Mata Atlântica. Neles vivem espécies endêmicas e ameaçadas, como o papagaio-de-cara-roxa, bugios, tartarugas-verdes, botos-cinza, águias-cinzentas e micos-leões-da-cara-preta.
Esses animais se espalham por toda a faixa que vai de Peruíbe, no sul de São Paulo, até Paranaguá, no norte do Paraná. Um passeio de lancha por esse sistema hídrico é uma experiência sublime — para dizer o mínimo.
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Gosta de praia? A mais próxima do centro de Iguape fica a cinco minutos, em Ilha Comprida. São 70 km ininterruptos de areia e mar. Se quiser explorar mais, vale conhecer a praia de Camboriú (ou Cambriú, como também é chamada), na Ilha do Cardoso, a 90 km de distância. Para mim, é uma das mais bonitas do Brasil.

Iguape está entre as cinco cidades mais antigas do Brasil
Iguape é uma das cidades mais antigas do País. Como vimos no início deste post, o primeiro núcleo europeu surgiu no Outeiro do Bacharel, um pequeno morro na barra de Icapara.
Mas de onde vem o nome “Morro do Bacharel”? Ele homenageia um personagem histórico encontrado por Martim Afonso de Souza em sua expedição de 1531, na região de Cananéia. O relato da viagem, feito por Pêro Lopes, irmão de Martim, menciona o encontro com o bacharel, “mais sete ou oito espanhóis” e diversos indígenas.
Segundo o historiador Ernesto Guilherme Young, no livro Esboço Histórico da Fundação de Iguape, há fortes indícios de que o bacharel e seus companheiros fundaram a cidade.

Mas Iguape tem outras características que a tornam única. Conhecida também como “Princesa do Litoral”, a cidade é um reduto da cultura caiçara. E, o melhor: essa cultura é valorizada pelos moradores e preservada no dia a dia.

Prefeito apoia o Fandango, Marujada, Reiada ou Folia de Reis
Em Iguape, você pode se deparar com belas apresentações de Fandango, Marujada, Reiada ou Folia de Reis. No inverno, a cidade celebra a tradicional Festa da Tainha — um evento marcante da cultura local.
E tem mais. A devoção ao Senhor Bom Jesus de Iguape continua viva até hoje, com festas que atraem fiéis e visitantes. Sem falar na gastronomia caiçara, rica em sabores do mar e da terra.
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A culinária de Iguape é variada e saborosa. Vai do pastel e da casquinha de siri à paçoca de carne-seca. Sem falar nos peixes frescos e outras iguarias típicas da região.

A cidade também valoriza sua história. Iguape cultiva o passado com orgulho. Um bom exemplo são seus museus. O Museu de Arte Sacra guarda peças religiosas raras. Já o Museu Histórico e Arqueológico funciona no prédio da primeira Casa de Fundição de Ouro do Brasil, inaugurada em 1635.

Turismo, a força central da economia
Iguape tem tudo para fazer do turismo sua principal fonte de emprego e renda. Belezas naturais, patrimônio histórico e cultura viva não faltam. Mas um problema antigo continua travando o desenvolvimento: o maldito Canal do Valo Grande.

O excesso de água doce prejudicou a pesca. Hoje, só resta a manjuba. O mangue também foi afetado, e com ele, o turismo.
Prefeito de Iguape: O turismo poderia ser extremamente potencializado…”
Para o prefeito Wilson Lima (PSDB), a solução é clara: “O turismo de Iguape poderia ser extremamente potencializado com o fechamento da barragem do Valo Grande. Porque nós poderíamos recuperar uma área extraordinária que, importante criatório de vida marinha, está neste momento com a vida comprometida.”

“Temos 1.400 famílias vivendo da pesca artesanal”, diz o prefeito Wilson Lima. “Fora os informais, que são muitos. E também os pescadores esportivos, que formam uma atividade muito significativa. Mesmo com todos os problemas, temos marinas com alta ocupação. Gente de todo o Brasil vem pescar aqui.”
Em tempo: ao contrário da maioria dos prefeitos de municípios costeiros com os quais já lidamos, Wilson Lima é um gestor de confiança. Conheço-o há anos e acompanho sua trajetória. Foi o primeiro prefeito reeleito da história de Iguape. Agora, deixa o cargo com mais de 80% de aprovação. Isso já diz tudo.
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Hoje já não há mais ostras na região. Peixes valorizados pela pesca esportiva, como o robalo, sumiram há tempos.
E o pior: o excesso de água doce continua ameaçando o lagamar Iguape-Cananéia-Paranaguá. Esse sistema é considerado o terceiro maior berçário de espécies marinhas do mundo.

Paulo Egydio Martins fechou o Valo Grande — mas só por pouco tempo
Tudo isso por causa de uma simples barragem aberta. Uma pena. E o mais frustrante: o Valo Grande já foi fechado, mesmo que por pouco tempo.
Nos anos 1970, o Jornal da Tarde fez uma grande campanha pelo fechamento do canal. O então governador de São Paulo, Paulo Egydio Martins, comprou a briga. Uma barragem de pedras foi construída. Mas em 1983, uma grande cheia do Ribeira destruiu tudo. A água doce voltou a invadir o Lagamar — e nunca mais parou.
Em 1998, o governo estadual construiu uma nova barragem. Mas, por pura negligência, ela nunca foi fechada.

Agora entramos na parte mais delicada: a judicialização do caso. O tema virou disputa na Justiça e continua sem solução até hoje. Esse é o nó górdio que trava qualquer avanço.
Também faz parte dos “300 anos sem solução” que marcam a história do Valo Grande.
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Ação civil pública contra o governo de São Paulo
Em 2017, o Ministério Público de São Paulo venceu a primeira batalha judicial contra o governo do Estado. A ação teve origem em um inquérito aberto em 2001.
A Justiça condenou o governo paulista e determinou o fechamento definitivo da barragem do Valo Grande.

Em 2019, quando abordamos esse caso pela primeira vez, mostramos a resposta do governo após a decisão judicial.
Por meio da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, o governo recorreu da sentença. Disse apenas que “interpôs recurso e aguarda nova manifestação do Poder Judiciário”.
Falta apenas o sistema eletromecânico de comportas
Na época, já informávamos: só faltava o sistema eletromecânico de comportas, que nunca foi instalado na barragem.
Em 2018, durante a campanha ao governo de São Paulo, Márcio França chegou a anunciar o investimento para concluir a obra. Mas nada foi feito.
Hoje, o Estado apenas recorre da decisão judicial e continua empurrando o problema.
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Governo Serra liberou R$ 9 milhões
O prefeito Wilson Lima (PSDB) relembra: “O governo do Estado estava trabalhando. Ainda no tempo do governador José Serra, foram liberados R$ 9 milhões para conter a erosão nas margens do Valo Grande e iniciar a instalação das comportas”.
Mas em 2009–2010, tudo parou. O Ministério Público entrou com uma ação civil pública, e a obra foi travada.

MP é contra sistema de comportas
Segundo nossa fonte, o Ministério Público é contra a abertura e o fechamento das comportas. Defende o fechamento definitivo do canal. Essa divergência parou tudo. O caso ficou anos sub judice. E, em 2019, uma decisão do Tribunal de Justiça revogou toda a ação anterior.
Para o prefeito Wilson Lima, o governo do Estado apoia a proposta original do DAEE — a instalação das comportas com monitoramento constante. O objetivo seria fechar o canal apenas quando a situação ambiental justificasse.
Prefeito de Iguape: Veio a decisão judicial e parou tudo”
“O que estava sendo feito parou”, relembra o prefeito Wilson Lima. “O governo recolheu cerca de R$ 3,5 milhões dos R$ 9,5 milhões liberados por Serra. Esse valor era para concluir o Manual de Operação da barragem e construir a Casa de Máquinas. Era só isso que faltava. Mas veio a decisão judicial, e tudo travou. E pior: o assoreamento aumentou muito.”
Perguntamos por quê.
“Porque retiraram as ensecadeiras a montante”, explicou o prefeito. “E ainda removeram parte da barragem a jusante. Isso potencializou, enormemente, brutalmente, o assoreamento do estuário.”
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A proposta do DAEE é a melhor saída
Para o prefeito Wilson Lima, a proposta técnica do DAEE é a mais sensata. “Colocadas as comportas e feito o monitoramento, a tendência é o desassoreamento do canal. O Ribeira voltaria a correr até a foz, limpando o leito do rio.”
Hoje há um consórcio entre a União, o Estado e o município de Iguape, onde está a barragem. Mas, segundo Lima, a responsabilidade direta é do governo estadual. “Num primeiro momento, o Estado aceitou. Mas não nas condições impostas pela Justiça.”
Governo Márcio França pediu orçamento ao DAEE
Durante o governo Márcio França, o Estado chegou a pedir um orçamento ao DAEE. A ideia era calcular quanto custaria cumprir exatamente o que o Ministério Público exigia na Justiça.
“Era quase como voltar ao Éden”, diz o prefeito Wilson Lima. “A proposta levaria cerca de 20 anos para ser concluída e custaria algo em torno de R$ 5 bilhões. Eles exigiam máquinas chinesas usadas em Dubai. Não temos nem esse recurso, nem esse tempo.”
Felizmente, segundo ele, essa proposta caiu quando o mérito da ação foi finalmente julgado.
Governo Doria retomou o projeto
O governo João Doria retomou o projeto do Valo Grande. Segundo o prefeito Wilson Lima, Doria esteve em Iguape pelo menos quatro vezes. “Fizemos uma reunião com o secretário Marcos Penido, que se interessou muito. A tese de doutorado dele é justamente sobre o Valo Grande.”

Na equipe também estava Ricardo Borsari, ex-presidente do DAEE e da Sabesp, outro nome com profundo conhecimento da região. “Com pessoas assim, conseguimos convencer o governo Doria da importância da obra.”
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A decisão foi seguir com as licitações. O processo avançou durante o governo Doria e continuou com Rodrigo Garcia. Mas, com a mudança de governo, veio a velha descontinuidade típica da política partidária.
Governo Tarcísio de Freitas para tudo outra vez
Com a entrada do governo Tarcísio, tudo parou de novo. Segundo o prefeito Wilson Lima, várias licitações estavam em andamento. O projeto técnico do DAEE havia sido atualizado, e já tinham sido feitos alguns trabalhos para mitigar o assoreamento do estuário.
Mas ainda faltavam duas licitações essenciais: uma para o Manual de Operação da barragem, outra para a Casa de Máquinas e a instalação das comportas.
Nada disso andou. Tudo foi interrompido mais uma vez.

Novo governo, velhos obstáculos
Toda vez que muda o governo, muda também uma série enorme de funcionários. E com isso, temos que recomeçar do zero.
Mesmo assim, enviei um ofício à secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Clima, Natália Resende. Perguntei sobre o andamento do processo e se algo estava sendo feito.
Coordenadora estadual do DAEE esteve em Iguape
A secretária Natália Resende respondeu ao ofício, mas de forma evasiva. Parecia ainda não estar a par da gravidade da situação. Diante disso, a coordenadora estadual do DAEE foi até Iguape.
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Ela é especialista em barragens, altamente capacitada. Mas a visita foi um balde de água fria. Voltou a velha discussão: o ovo ou a galinha. Disse que o problema não era do DAEE, mas da Secretaria do Meio Ambiente.
Ora, o DAEE sempre esteve envolvido. O projeto é deles. E seria esse órgão o responsável por operar a barragem. Transferir tudo para o Meio Ambiente só cria mais confusão. Afinal, quem vai assumir?
O resultado é o impasse. E estamos paralisados. Enquanto isso, o assoreamento cresce sem controle. Quando chove forte, a situação piora. O Ribeira desbarranca, e uma quantidade inimaginável de sedimentos desce para o estuário. É um mundo de lama.
E agora, com um novo prefeito?
Durante dois mandatos, o prefeito Wilson Lima lutou incansavelmente pela maior causa de Iguape — e de todo o Vale do Ribeira. Mas ele deixará o cargo em outubro.

Perguntei o que aconteceria se alguém desinteressado assumisse. Lima nos tranquilizou. O candidato à sucessão é o vice-prefeito Salvador Barbosa, procurador do Estado licenciado para atuar ao seu lado.
Barbosa conhece a fundo as questões ambientais e sociais da região. Participou diretamente das ações judiciais. Com mais de 80% de aprovação e sendo natural de Iguape, sua eleição é muito provável — o que aumenta a confiança de que a luta pelo Valo Grande continuará.
Governador Tarcísio de Freitas, não deixe essa oportunidade escapar
Governador, o destino do Valo Grande — e de todo o Vale do Ribeira — está em suas mãos. O problema não é só ambiental. É também social, histórico e humano.
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O próprio site do governo reconhece: o Vale do Ribeira é a região mais pobre do Estado mais rico do Brasil. E há 300 anos discutimos o fechamento de uma barragem que segue destruindo o meio ambiente e afetando a vida de milhares de pessoas.
A hora de agir é agora. Não repita os erros do passado. O Vale não pode esperar mais.
Tarcísio pode entrar para a história
Governador, seus antecessores tentaram, mas não conseguiram resolver o drama do Valo Grande. Agora, tudo está pronto. Falta pouco para pôr fim a três séculos de destruição.
Como engenheiro, o senhor sabe que não faz sentido manter esse impasse. O momento de agir é agora. Resolva o problema e entre para a história como o governador que salvou o Vale do Ribeira.
Fui a Iguape a alguns anos, e foi uma experiência inesquecível. Tenho certeza de que eles vencerão em breve,todos esses desafios.
Este Brasil, digo sua administraçao é , infelizmente, uma brincadeira cara e de mal gosto.
Muito bem relatado, a maior catástrofe ambiental em vigor. Não sabemos quem é mais míope…o executivo, judiciário ou os ambientalistas.
Conheço a região dos meus maravilhosos anos de estudante em S. Paulo. Faziamos ( a turma do meu Fusca e a turma do fusca do Issao) inesquecíveis acampamentos de até 5 dias nos feriadões e percorríamos esses rios , esse canal muito sacana , a fogueira na praia para assar peixes no vento quente, as conversas dos pescadores. Maravilha !!