Poluição humana nas fossas abissais

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Poluição humana nas fossas abissais: poluentes banidos na década de 70 foram encontrados

Poluição humana nas fossas abissais: duas das fossas mais profundas dos Oceanos, ambas no Pacífico, as fossas Marianas (11 Km de profundidade), e Kermadec (10 Km), já têm ‘nossas impressões digitais’. Apesar de estarem separadas por sete km de mar, ambas mostram a mesma interferência humana. Este é o resultado do estudo ‘Bioaccumulation of persistent organic pollutants in the deepest ocean fauna‘  publicado em 2017.

Poluentes banidos há mais de 40 anos foram encontrados nas fossas abissais

Nas fossas foram encontrados em pequenos anfípodas, espécie de crustáceos, ‘concentrações extremamente altas’ de PCB (bifenilos policlorados), e PBDE (éteres difenílicos polibromados). Eram usados para tornar materiais têxteis e plásticos resistentes ao fogo. O primeiro deles foi banido nos anos 70. Isto quer dizer que durante seus 40 anos de vida foi produzido o suficiente – a estimativa é de 1,3 milhões de toneladas-  para ter tanto impacto potencialmente depois.

O Dr Alan Jamieson, da Newcastle University, salientou:

O fato de termos encontrado níveis tão extraordinários desses poluentes … realmente traz para casa o impacto devastador, a longo prazo, que a humanidade está produzindo no planeta

Dr Jamieson disse mais:

Ainda pensamos no oceano profundo como sendo um reino remoto e imaculado, a salvo do impacto humano, mas nossa pesquisa mostra que, infelizmente, isso não poderia estar mais longe da verdade

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E concluiu o cientista:

… não é um grande legado que estamos deixando para trás

Poluição humana nas fossas abissais, imagem de um antípoda
Tipo de anfípoda. (Foto: USP)

Poluição humana nas fossas abissais, como aconteceu?

O estudo sugere que os poluentes encontraram seu caminho para as profundezas através de micros  detritos de plástico contaminados, e animais mortos que se alimentaram deles. Depois,  afundam até o assoalho submarino onde, por sua vez, são  consumidos por anfípodes e outras formas de vida. Mas nem só poluentes são ameaças. Um saco de plástico foi encontrado 10.898 metros na Fossa das Marianas. E lixo plástico não é o único problema, até radioatividade foi registrada no local mais profundo na Fossa das Marianas.

Também foram feitas descobertas nas fossas abissais

A fossa das Marianas é o local mais profundo do planeta, apenas três homens alcançaram a façanha de descer até o fundo. Em 2016, uma equipe de pesquisadores enviou um drone no fundo das Marianas. A ideia era  investigar formas desconhecidas de vida marinha. Entre as descobertas, uma água-viva a uma profundidade de cerca de 3.700 pés, no que é apropriadamente chamado de Enigma Seamount.

Assista ao vídeo, mas lembre-se: o que fazemos em nossas cidades repercute no mundo inteiro.

Jellyfish: 2016 Deepwater Exploration of the Marianas

(Mapa de abertura:curto e curioso)

Fontes: https://www.20minutes.fr/planete/2360595-20181026-environnement-non-plastique-usage-unique-represente-70-dechets-marins;

O Mar Sem Fim mostrou a ação dos agrotóxicos usados na agricultura e a ameaça às aves marinhas da Antártica.

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