Mais um navio de Vasco da Gama encontrado ao largo do Quênia
Os avanços da arqueologia submarina são notáveis. Muitas descobertas da história antiga são fruto da era da tecnologia na qual vivemos. Entretanto, os naufrágios estão longe de ser a única coisa a documentar, estudar e preservar debaixo d’água. Há também desde restos humanos muito antigos até assentamentos submersos, como porções da antiga Alexandria, a cidade egípcia que afundou parcialmente no Mediterrâneo ao longo dos séculos. Mas há muito mais. Por exemplo, a única caverna submersa da Idade da Pedra está sendo estudada neste momento, cuja descoberta também é fruto da arqueologia submarina. Em 2016 novo assombro: a descoberta de um navio da lendária frota portuguesa de Vasco da Gama, encontrado próximo à ilha de Al Hallaniyah na costa de Omã. Finalmente, encontraram outro navio de Vasco da Gama, possivelmente, de sua última viagem à Índia, ao largo do Quênia.
‘É um tesouro’: naufrágio na costa do Quênia pode ser da viagem final de Gama’
O título está entre aspas porque não é nosso, mas de matéria da Live Science que, como todos os que estudam estas descobertas, repercutiu a novidade.
Imagine a excitação dos arqueólogos ao acharem o que se pensa ser um navio da última frota deste ícone do período das grandes navegações, Vasco da Gama.
Embarcação descoberta de 2013
A Live Science relatou que pesquisadores descobriram os restos da embarcação perto da cidade queniana de Melinde em 2013. Esse naufrágio está entre os oito naufrágios portugueses conhecidos dessa época na região. Os pesquisadores acreditam que pode ser o São Jorge, embora ainda não tenham confirmado a identificação.
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Estudar os navios dos descobrimentos
Segundo o Mais Ribatejo, o arqueólogo demonstra maior interesse em estudar como os navios dos descobrimentos, sobre os quais ainda se sabe muito pouco, foram concebidos, projetados, construídos, operados e acabaram perdidos.
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Em entrevista ao Mais Ribatejo Felipi Castro esclareceu que “ainda não sabemos se é a nau São Jorge, naufragada na terceira viagem à Índia de Vasco da Gama, em 1524. Temos registo de dois naufrágios nessa zona no século XVI, um deles na terceira viagem de Vasco da Gama”.
De acordo com o estudo, publicado em novembro no Journal of Maritime Archaeology, Castro e seus colegas agora esperam verificar sua identificação, em parte através da realização de um levantamento arqueológico dos recifes de coral que se estendem ao norte de Melinde, Ras Ngomeni.
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Caesar Bita, arqueólogo dos Museus Nacionais do Quênia, descobriu o naufrágio em 2013 e recuperou lingotes de cobre e presas de elefante do local submerso. Atualmente, Bita colabora na coordenação das investigações em andamento, informou a Live Science.
Para saber mais, assista a entrevista de Filipe Castro ao Mais Ribatejo
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