Príncipe de Astúrias, maior tragédia marítima brasileira

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Príncipe de Astúrias: naufrágio completa 100 anos. É a maior tragédia marítima brasileira

No dia 05 de março de 2016, o naufrágio do transatlântico Príncipe de Astúrias completou 100 anos. Definitivamente, é a maior tragédia marítima em águas brasileiras.

 imagem do navio Príncipe de Astúrias
O Príncipe de Astúrias

“Ilhabela – Príncipe de Astúrias – Um Mistério Entre Dois Continentes”

Agora, como parte da homenagem ao centenário será lançado o livro “Ilhabela – Príncipe de Astúrias – Um Mistério Entre Dois Continentes”, de Jeannis Michail Platon. Como mergulhador profissional e sobretudo estudioso de naufrágios,  dedicou 18 anos às expedições aos destroços.

Para começar, o livro traz informações inéditas. Além disso, revela importantes acontecimentos que antecederam o misterioso caso. Para culminar, há informações passadas pelo neto de um dos sobreviventes.

Naufrágios no Brasil: história do Príncipe Astúrias

imagem do navio Príncipe de Astúrias navegando Imagem de jornal antigo com notícia do naufrágio do Príncipe de Astúrias

O Príncipe de Astúrias foi acima de tudo um navio transatlântico construído especialmente para fazer a linha  de passageiros e cargas entre Barcelona e Buenos Aires. Além disso, era considerado o  mais luxuoso da Espanha.

Contudo, na madrugada de 5 de março de 1916 quando se dirigia ao porto de Santos, em sua sexta viagem, foi a pique. Oficialmente havia a bordo 654 pessoas, 193 dos quais, tripulantes. Entretanto, em seus compartimentos  estima-se que levava mil passageiros fugindo  Guerra de 14. Chovia forte e além disso, a visibilidade era baixa. Seja como for, durante a madrugada o navio bateu violentamente na laje da Ponta da Pirabura, costa leste de Ilhabela.

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Príncipe Astúrias foi a pique em cinco minutos

Depois do impacto, em apenas cinco minutos o navio foi a pique. Como resultado, levou  a vida de centenas de pessoas. Muitos sepultados no fundo do mar. Por fim, esta foi uma das maiores tragédias marítimas do mundo.

Estima-se que mais de mil pessoas morreram

Oficialmente 445 pessoas morreram. Apenas 143 sobreviveram, entretanto o navio teria centenas de clandestinos que viajavam nos porões. Assim, estima-se que mais de mil pessoas morreram.

O príncipe Astúrias encontra-se a 20 metros de profundidade, a parte mais rasa, e 50 m a mais funda. Fabricado em 1914 na Espanha, tinha 150 metros de comprimento. O casco, em aço, atualmente está bastante desmantelado.

11 toneladas de ouro do Príncipe das Astúrias?

Nesse meio tempo, a Folha de S. Paulo trouxe nova informação.  “Um volume de 11 toneladas de ouro pode estar escondido em alguma ilha do arquipélago de Ilhabela. A valiosa carga era transportada pelo transatlântico Príncipe das Astúrias que naufragou às 4h15 da madrugada de 5 de março de 1916. “

Ouro na cabine do capitão

A Folha diz que “as 11 toneladas de ouro não tinham sido declaradas oficialmente. Entretanto, estariam em cofres na cabine do capitão José Lotina”. E prossegue, “a suspeita de que o ouro ainda possa estar escondido é do espanhol Isidor Prenafeta Sales, 82, neto de Gregorio Sales e, além disso, um dos sobreviventes.”

Em primeiro lugar, Prenafeta conta que seu avô foi informado pelo telegrafista sobre a chegada de uma mensagem sem remetente mas, estranhamente, emitida de estação privada localizada em São Paulo.

SUMIÇO DO CAPITÃO

“Prenafeta recorda que o avô lhe contou que ao mesmo tempo momentos antes o capitão José Lotina sumiu do navio. “Entretanto deram falta de uma maleta preta que sempre levava consigo”.

“O avô pensou em voltar no dia seguinte atrás das caixas. Contudo, horas depois, o Príncipe de Astúrias sucumbia no mar.”

Como Gregorio Siles conseguiu salvar-se do Príncipe das Astúrias

“Gregorio Siles conseguiu se salvar atirando-se ao mar. Três dias depois alcançou a praia da Caveira. O avô de Prenafeta morreu na Espanha 34 anos depois. Já o historiador e escritor Jeannis Platon, especialista no caso, acha que o naufrágio foi proposital para justificar o sumiço do ouro.”

Paradeiro do Capitão é mistério

“O capitão José Lotina, porém, não contava que o navio afundaria em um acidente real. “O local ideal para afundá-lo seria próximo à costa de Mar del Plata, Argentina, que, por ter mar calmo, possibilitaria que os passageiros se salvassem”. O paradeiro do capitão, entretanto, nunca foi conhecido.”

imagem da tripulação do Príncipe de Astúrias, uma dos maiores naufrágios no Brasil
Gregorio Sales, o tripulante que sobreviveu é o primeiro à esquerda, de cima para baixo (foto: acervo de Isidor Prenafeta)

Ouro jamais encontrado

“Jeannis Platon realizou mais de 300 mergulhos no navio, durante 18 anos, até localizar uma das 20 estátuas. Chegou a investir US$ 300 mil em dez anos. O ouro, entretanto, jamais foi encontrado.”

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Comentários

11 COMENTÁRIOS

  1. Se a intenção era de arquitetar um plano para sumir com 11 ton de ouro não declarado, simplesmente desviaria na origem e afundaria o navio em águas profundas.
    Como é que, há 100 anos, alguém movimentaria as 11 ton a 50m de profundidade no mar?

  2. Concordo plenamente com o Sr. Joel e todos, acomodar 11 ton. em uma cabine funcional de navio iria “afundar o piso” desta cabine dada a densidade do ouro. Se houvesse realmente essa carga, estaria nos porões e muito bem colocada com dificuldade de movimentação como foi dito, principalmente na época.
    Outra coisa, se houvesse a intenção do naufrágio não seria desta forma tão “maluca” jogando o navio em noite de chuva torrencial contra pedras, que poderia comprometer o salvamento dos supostos “envolvidos.”

  3. as aguas de mar del plata calmas? quem fale isso nao cenhece, ondas de 3 metros e ventos de 30/40 nos sao comuns, atlantico sul nao e brincadeira. ilhabela e uma represa ao lado das aguas frente a mar del plata. tirando que no inverno morre de hipotermia em 5 minutos.

  4. Essa reportagem da Folha, referida no post, subestima a inteligência do leitor. Convenhamos, a logística para mover 11.000 quilos de metal (2/3 de uma carroceria truck) em alto mar, acomodando a carga em uma ilha, é um trabalho absolutamente hercúleo e, mesmo hoje, envolveria uma dezena de homens e equipamentos hidráulicos com boa tecnologia. A bizarrice em questão se completa com a hipótese de as 11 toneladas estarem (antes do naufrágio) acomodadas na cabine do capitão, sugestão que não combina com os espaços meramente funcionais de um navio. Bem, um pouco de fantasia não prejudica ninguém, mas eu vou continuar com a bruxas do Franklin Cascaes, aqui de SC, porque são intelectualmente mais honestas do que a miragem oferecida pela Folha em relação a valiosa carga do Astúrias….

    • Joel, vc tem toda a razão. Na hora que vi a matéria não me ocorreu levantar as lebres que vc levantou. Estou com vc! Abraços, obrigado pelo toque.

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