Mineração das criptomoedas e o problema dos impactos ambientais

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Como as Criptos Podem Ajudar Projetos Ambientais no Brasil?

Antes de mais nada, a mineração de Bitcoin é o processo de adicionar registros de transações ao livro razão público do Bitcoin, que armazena transações passadas. Atualmente, é possível utilizar bitcoins em diversas operações. Clubes de futebol usam fan tokens de maneira a engajar sócios torcedores e também obter lucros. Sites como o 777 bet Bitcoin cassino, por sua vez, também já aceitam criptomoedas em jogos online. Diante disso, é cada vez mais comum que pessoas e empresas se interessem pela mineração de criptomoedas.

Porém, também estamos diante de questões que têm gerado preocupações da sociedade civil e de autoridades, como é o caso da crise climática. Se tornou a ordem do dia, nos debates políticos e nas mais diversas ações, o tema do desenvolvimento sustentável. Atualmente, tão importante quanto crescer economicamente é o fazer de forma que não cause danos no meio ambiente. E esse assunto tem uma relação muito importante com as criptomoedas, e que há muito tempo vem sendo discutida.

Como sabemos, os supercomputadores usados na mineração de criptomoedas gastam uma quantidade muito grande de energia. E é justamente a geração de energia que consiste no principal desafio da humanidade quanto a salvar o planeta dos efeitos do aquecimento global. Um levantamento do site Digiconomist mostra que se a mineração de bitcoins fosse um país, seria o 24º em emissão de gases do efeito estufa. E isso acontece precisamente por conta do altíssimo gasto energético.

Mineração sustentável de cripto: um desafio

Mas também é um fato conhecido que muitas pessoas e empresas querem mudar esse quadro. Assim, hoje existe uma mobilização importante no mundo inteiro em busca de uma mineração sustentável de bitcoins. Muitas empresas do ramo passaram a atuar mais próximo da pauta ESG (Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança, em inglês).

Em 2021, por exemplo, 250 empresas do setor assinaram o Crypto Climate Accord. Esse acordo visa fortalecer compromissos do setor com a causa ambiental, incentivando práticas sustentáveis.Uma delas é o incentivo ao uso de fontes “limpas” de combustível, optando pelas renováveis.  E de fato ações coletivas de mineradoras de bitcoins têm dado resultados. Relatório do Bitcoin Mining Council, de 2022, aponta que então 59% dos membros do conselho usavam energia renovável, havendo aumento de 6% em relação ao ano anterior.

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Além das iniciativas das empresas para a adoção de práticas sustentáveis, os bitcoins também aparecem como importantes financiadores de iniciativas ambientais. A Ambify, projeto da Ambipar lançado em 2021, é um importante exemplo nesse sentido. Trata-se de uma ação pioneira que objetiva tokenizar os chamados créditos de carbono. Na prática, quem tem o token Ambify poderá solicitar junto à Ambipar a efetivação do crédito ao qual terá direito ao adotar práticas sustentáveis.

Ethereum e o sucesso da mineração verde de criptoativos

A Ethereum, segunda maior criptomoeda do mercado, talvez seja o principal caso de sucesso quando se fala de uma guinada sustentável do mercado de bitcoins. Isso porque a empresa adotou um mecanismo para não precisar mais de supercomputadores, com alto gasto energético, no seu processo de mineração. Depois das mudanças que vêm sendo implementadas desde 2020, a blockchain passa para uma prova de trabalho para uma prova de participação.

Na prática, essa mudança significa não precisar mais de supercomputadores de altíssimo gasto energético. Agora, para a validação dos ativos, a Ethereum depende somente de usuários que, para obter seus ganhos, devem somente “trancar” alguns de seus ativos na rede.

Criptomoedas no financiamento de projetos ambientais no Brasil

Em 2019, foi lançada a AMAcoin. Ela foi criada a partir de projeto desenvolvido pela EBCF (Empresa Brasileira de Conservação de Florestas), junto com parceiros. Entre eles, a EBFC (Amazonian Green Assets S.A., sediada em Genebra, Suíça). A AMAcoin foi apresentada como a primeira criptomoeda verde regulada do mundo. Essa criptomoeda foi criada com o objetivo de ser um meio de financiamento, pela iniciativa privada, de ações que visam proteger a Floresta Amazônica.

A AMAcoin foi criada, assim, como mecanismo para financiar projetos sociais e ambientais em diversas áreas da região da Amazônia. Pioneira, a iniciativa inspirou outras empresas que lançaram iniciativas nesse sentido. A CELO, por exemplo, é uma plataforma que usa parte de suas taxas para financiar projetos de recuperação ambiental.

Outro exemplo importante no Brasil é a versão blockchain da Célula de Produto Rural Verde ou CPR Verde, negociado pela Coinlivre. A iniciativa visou criar um mecanismo para remunerar produtores rurais do Brasil pelo carbono estocado em suas propriedades. Na prática, significa remunerar proprietários de terra por preservarem áreas florestais.

Tokens pró-clima em crescimento no mercado brasileiro

Atualmente, vem crescendo os debates sobre “criptomoedas verdes” ou “criptos verdes”. Trata-se de novas criptomoedas que querem servir de mecanismo para que investidores consigam investir de maneira mais sustentável. Por meio delas, são criados dispositivos dos mais diversos, como alguns que foram citados acima que incentivam práticas ambientalmente responsáveis, financiam projetos ou incentivam práticas sustentáveis. E esse mercado está em expansão no Brasil.

Um importante exemplo disso é o da EnergyPay, startup brasileira que lançou a EnyCoin. Esta criptomoeda foi lançada em 2022 com o objetivo de financiar a construção de uma usina solar, de energia fotovoltaica. A empresa chegou a prometer 50% de retorno no primeiro ano para quem investir na criptomoeda. Isso devido tanto à produção de energia gerada pela usina quanto por sua lucratividade.

Segundo a empresa, a usina já está sendo construída. Ela terá sede na cidade de Itaobim, no interior de Minas Gerais. A capacidade dessa usina de energia totalmente renovável será de aproximadamente 1 megawatt, o que seria suficiente para abastecer cerca de 10 mil casas. Mas essa deve ser somente a primeira das usinas financiadas por essa criptomoeda. A startup tem projetos de desenvolver outras usinas solares noutros estados, como no Rio de Janeiro e na Bahia.

Enfim, de forma a concluir, é possível notarmos que há uma guinada no mercado das criptomoedas para práticas mais saudáveis para o meio ambiente. No Brasil, muitas criptomoedas têm sido usadas como forma de financiar projetos ambientais, de temas variados como o combate ao aquecimento global e recuperação de áreas florestais.

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