Jair Bolsonaro, Fernando de Noronha, e parvoíces ambientais
Jair Bolsonaro e Fernando de Noronha. O tosco presidente descobriu porque “quase inexiste o turismo no Brasil”. Segundo ele, uma taxa federal cobrada no Parque Nacional de Fernando de Noronha “é um roubo praticado pelo governo federal”. E prometeu rever a dita cuja.
Parque Nacional de Fernando de Noronha e suas taxas
Quem vai para Fernando de Noronha paga duas taxas. Uma delas, de R$ 73,52 por dia, é estadual. Vai para o governo de Pernambuco. A segunda é para quem quer visitar partes da ilha dentro do perímetro do Parque Nacional. Para o turista brasileiro ela é de R$ 106; para os estrangeiros custa R$ 212, e vale por dez dias. A cobrança dá o direito a passeios de barco. E a entrar em praias com catracas, como Sancho, Leão, Sueste, Atalaia, entre outras. Esta taxa é federal. Foi instituída em 2012 quando a empresa EcoNoronha, que já administra o turismo no Parque do Iguaçu, ganhou uma licitação.
Jair Bolsonaro, Fernando de Noronha: motivo das taxas
A taxa estadual tem por objetivo ajudar o governo de Pernambuco a manter os serviços púbicos e a infraestrutura. A segunda, que está na mira do ‘usina de crises’, como foi chamado Bolsonaro, é a taxa da EcoNoronha. Segundo o Jornal Nacional, “a empresa investiu R$ 15 milhões no Parque Marinho. Construiu rampas de acesso às praias. Além de três pontos de formação e controle, e passou a cobrar a entrada. “De acordo com o JN, “em 2018, a EcoNoronha arrecadou R$ 9,6 milhões. O Instituto Chico Mendes, vinculado ao MMA, diz que 70% do valor vão para melhorias, como projetos de reforma e manutenção de trilhas.”
Mais uma crise artificialmente criada pelo homem que deveria fugir delas
O Presidente é uma usina de crises? Parece que sim. Em vez de se dedicar aos grandes e intrincados problemas nacionais, tem por mania escolher os menores. E deles faz seu deleite nas redes sociais. Foi assim num sábado recente, quando torpedeou seguidores com mais esta bobagem ambiental (e já são muitas): encasquetou com a taxa cobrada em Noronha. A grita foi geral.
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Segundo a revista Época, “a Associação dos Pousadeiros de Noronha contestou a crítica à cobrança da taxa de acesso às praias no Parque.” O presidente da Associação, Ivan Costa, disse que “não dá pra encher a ilha de visitantes como quer o presidente. É necessário controlar o número de pessoas.” O Estadão ouviu especialistas como Claudio Maretti, vice-presidente da Comissão Mundial de Áreas Protegidas: “Fernando de Noronha é um arquipélago com fragilidades… Um turismo maior vai prejudicar. A visitação tem que ser limitada. A concessão à iniciativa privada permite ter estrutura de apoio com muito mais qualidade do que a precária qualidade com orçamento enxuto”. O professor do Instituto Oceanográfico da USP e responsável pela Cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos, Alexander Turra também comentou: “Em um primeiro momento, [a extinção] pode parecer benéfica. Mas a longo prazo traz degradação. A cobrança é feita para ter estrutura apropriada. Esse é o princípio.”
Não é a primeira vez que o governo Bolsonaro destila bobagens sobre o Fernando de Noronha
O ex- presidente do ICMBio, Adalberto Eberhard, tão logo foi escolhido exonerou dois chefes de unidades de conservação que vinham cumprindo bem seu papel. O primeiro foi Felipe Mendonça, chefe do PARNA de Noronha, pelo fato de ter denunciado abusos do governo de Pernambuco que não respeita o Plano de Manejo. Na época, criticamos as exonerações. O Plano de Manejo é instrumento essencial das unidades de conservação. O documento determina o que se pode, e o que não se pode fazer. No caso dos Parques Nacionais, o estudo envolve a capacidade da área em receber turistas. E determina qual o máximo possível sem que a área se torne uma…Cancun! Pernambuco vem desrespeitado o limite máximo. Foi denunciado pelo ex- chefe. Sabemos que a decisão (de exonerar os chefes) foi muito mais do Avatar de Bolsonaro no MMA, o neófito Ricardo Salles, escolhido à dedo pelo presidente. Dedo podre!
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No mundo é assim, no Brasil de Jair Bolsonaro…
A cobrança de taxas na vasta maioria dos Parques Nacionais é comum mundo afora. O poder público tem outras prioridades. Saúde, educação, segurança pública, entre outros, saem na frente. Sobra pouco para Parques, guardiães da biodiversidade e beleza das áreas protegidas, mesmo em países ricos como os Estados Unidos. Abrem-se licitações para que empresas disputem as áreas especiais. O Estado exige e fiscaliza os investimentos que é incapaz de fazer. E as empresas cobram ingressos para se ressarcirem. É simples assim. Todos ganham. O Parque, os turistas, e a biodiversidade. E é sabido e almejado por ambientalistas, professores, e experts brasileiros.
Mesmo assim Bolsonaro não se toca. E manda seu ‘avatar’, o neófito, ir ao Parque Nacional rever a taxa…Enquanto isso no mundo civilizado recifes de corais (protegidos ou não) valem US$ 36 bi para o turismo. E a Flórida, sozinha, fatura mais de US$ 300 milhões de dólares com o mergulho para ver tubarões.
Fontes: https://epoca.globo.com/pousadeiros-de-noronha-nao-da-pra-encher-ilha-como-quer-presidente-23810002; https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/07/15/bolsonaro-diz-que-taxa-para-visitar-fernando-de-noronha-e-um-roubo.ghtml; https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/07/taxa-de-fernando-de-noronha-e-roubo-diz-bolsonaro.shtml,https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,fim-de-cobranca-de-ingresso-em-praias-inviabiliza-visitacao-em-noronha-dizem-especialistas,70002922918.
Espero que o Jair se toque da própria ignorância sobre o tema e faça o mesmo que fez com a economia. Coloca um especialista pra falar por ele. Um posto Ipiranga do meio-ambiente já que o atual ministro não passa de moleque de recados
Conheço Fernando de Noronha e acredito que as taxas lá cobradas devem, sim, existir.
Porém, apesar de não gostar nem um pouco do nosso Presidente, acredito que ele tem razão. Os valores lá cobrados são absurdamente elevados (para não dizer abusivos).
Em média, só para entrar e ficar 5 dias na ilha, a pessoa vai gastar quase 500 reais (isso sem falar em hospedagem, alimentação, transporte aéreo e eventuais passeios, os quais já são caríssimos, por se tratar de um lugar turístico).
Pelos valores que são cobrados, os serviços públicos oferecidos na ilha estão muito aquém do desejável. Tirando as belezas naturais, Fernando de Noronha não tem nenhuma infraestrutura especial que justifique a manutenção de taxas tão elevadas.
Isso se chama “manobra diversionista”; enquanto o nosso despreparado presidente fica postando essas minudências para causar polêmica na mídia e nas redes sociais – e nos aqui ajudando – Sua Excelência deixa na mão de seus sectários de confiança as questões importantes que passam por todos sem a devida atenção. Até nisso copia seu ídolo, o ser que no momento “dirige” os EUA
Despreparado???? Nao concordo, ele têm estudo, não sou nenhuma fanatica aqui defendendo ele, mas sim tenho bom senso, não são com ofensas que iremos desenvolver o Brasil, devemos nos unir e não estimular o ódio a um governo q deve ser para todos. ( MESMO ÑAO TENDO VOTADO EM NENHUMA VEZ NO EX PRES. Lula sempre torci pelo Brasil, mesmo sabendo q ele sim era um despreparado (sem estudo).
O refinado jornalista deveria pelo menos por respeito aos leitores,usar um linguajar mais polido quando se referir ao presidente de todos os brasileiros.
Se dá para aproveitar algo na bola levantada pelo presidente, é que com taxa ou sem taxa a ilha ainda está a quem de uma administração de qualidade. O problema não é a taxa e sim o retorno!
O tema (Fernando de Noronha) é de grande relevância, sendo um dos maiores patrimônios turísticos que temos em nosso país. Olhar para Fernando de Noronha é também uma forma de dizer que o país está sendo governado em muitas esferas. Sem entrar no mérito de cobrança de taxa, acredito que é necessário fazer em Fernando de Noronha e outras maravilhas turísticas do Brasil gestões competentes, cortando gastos públicos desnecessários e ainda sim melhorando as relações do meio ambiente com o turismo sustentável.
O número de visitantes da ilha, tem que ser ABSOLUTAMENTE controlado. Assim como o número de pousadas! Uma medida cabível será proibir a construção de novos empreendimentos hoteleiros na ilha, assim como o número de novos moradores. Isso sim seria uma gestão ecológica.
E para as pousadas que já estão lá instaladas, que paguem os devidos impostos por uma hotelaria sustentável.
E realmente lamentável a postura do pseudo presidente e seus neófitos ministros. E uma demagogia sem limite