Descoberto o paradoxo dos recifes de coral de Darwin

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Descoberto o paradoxo dos recifes de coral de Darwin

Os recifes de corais são o equivalente marinho às florestas tropicais. Eles são repletos de vida marinha com dezenas de espécies de peixes, caranguejos, esponjas e outras criaturas. Contudo, em 1836, quando Charles Darwin estava no Índico, nas Ilhas Cocos, observou que a transparência das águas tropicais apontava para a rarefação de nutrientes e microrganismos, o que contrastava com o número de espécies coletadas nos corais. Ao longo do tempo, os pesquisadores tentaram resolver o “Paradoxo dos recifes de coral de Darwin”: Como permanecem vivos, se são pobres em nutrientes? Um artigo publicado agora na Nature descobriu que os corais fotossintéticos não apenas hospedam suas algas simbióticas, bem como se alimentam diretamente delas. E, mais importante, é como absorvem nitrogênio e fósforo.

Recifes de corais

A resolução da charada

O estudo descobriu por que razão os recifes de coral florescem em águas que parecem ser deficientes em nutrientes.

Segundo o www.scitechdaily.com, A investigação mostra que os corais cultivam e se alimentam dos seus simbiontes fotossintéticos – algas microscópicas que vivem dentro das suas células. Esta dieta vegetariana permite que os corais aproveitem um grande conjunto de nutrientes que antes eram considerados indisponíveis para eles. Efetivamente, eles estão comendo algumas de suas algas simbiontes para obter a nutrição necessária para sobreviver.

O professor Jörg Wiedenmann, chefe do Laboratório de Recifes de Coral da Universidade de Southampton, que liderou o estudo, comenta: “A questão de por que os recifes de coral prosperam em partes dos oceanos que são pobres em nutrientes é conhecida como o Paradoxo dos Recifes de Coral de Darwin e inspirou a descoberta de vários processos importantes que podem ajudar a explicar este fenômeno. Agora podemos adicionar a peça que falta no quebra-cabeça e ajudar a resolver o mistério de longa data.”

“Quando Charles Darwin zarpou no HMS Beagle, ele se considerava um geólogo. Contudo, durante a viagem pelos mares tropicais, rapidamente se interessou pela formação dos recifes de coral. Darwin previu corretamente como o afundamento abrupto da superfície terrestre e o crescimento ascendente constante dos corais interagem para formar vastas estruturas de recife. No entanto, os mecanismos biológicos por trás deste crescimento vigoroso permaneceram não estudados.”

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A formação dos corais

A explicação é do www.scitechdaily.com: Os corais rochosos são criaturas de corpo mole que podem parecer plantas para alguns, mas na verdade são animaisEstes organismos se constituem  por muitos pólipos individuais que vivem juntos como uma colônia e por esqueletos de calcário que formam a estrutura tridimensional que conhecemos como “recifes”.

Os animais corais dependem de uma “simbiose”, uma relação mutuamente benéfica com algas microscópicas que vivem dentro das suas células. As algas fotossintéticas produzem grandes quantidades de compostos ricos em carbono, como açúcares, que transferem para o coral hospedeiro para geração de energia.

Para encerrar, as algas simbiontes também são muito eficientes na absorção de nutrientes inorgânicos dissolvidos da água do mar, como nitrato e fosfato. Mesmo em oceanos pobres existem estes nutrientes, estes compostos em quantidades consideráveis ​​como produtos de excreção de organismos, como as esponjas, que vivem nas proximidades. Da mesma forma, eles podem ser transferidos para recifes pelas correntes oceânicas.

A descoberta

Ao realizar uma série de experimentos de longo prazo no Laboratório de Recifes de Coral da Universidade de Southampton, diz o www.scitechdaily.comos cientistas demonstraram que os corais realmente digerem parte de sua população de simbiontes para acessar o nitrogênio e o fósforo.

Desse modo,  o mecanismo permite que os corais cresçam rapidamente, mesmo que não recebam qualquer alimento adicional.

O Dr. Loreto Mardones-Velozo, investigador do Laboratório de Recifes de Coral que conduziu experiências importantes, acrescenta: “Seria de esperar que os animais morressem ou parassem de crescer se não comessem. No entanto, os corais pareciam perfeitamente felizes e cresciam rapidamente, se os mantivéssemos em águas com níveis elevados de nutrientes inorgânicos dissolvidos.”

Enquanto isso, o  professor Jörg Wiedenmann, da Universidade de Southampton, acrescentou: “Utilizamos 10 espécies de corais diferentes para quantificar como a população de simbiontes cresceu juntamente com os seus hospedeiros. Utilizando modelos matemáticos, poderíamos mostrar que os corais digerem o excesso da sua população simbionte para colher nutrientes para o seu crescimento. Nossos dados sugerem que a maioria dos corais simbióticos podem complementar sua nutrição através de uma ‘dieta vegetariana’.”

A importância da descoberta

Em primeiro lugar, trata-se do mais importante ecossistema marinho que, atualmente, com o aquecimento do planeta, está correndo sério risco. Segundo a NOAA, só para os Estados Unidos o valor econômico total dos serviços de recifes de coral, incluindo pesca, turismo e proteção costeira – é superior a 3,4 bilhões de dólares por ano.

Em termos mundiais, diz a agência norte-americana, estima-se que um bilhão de pessoas são beneficiadas direta ou indiretamente pelos serviços ecossistêmicos prestados pelos recifes de coral.

Estes dados demonstram a importância, tanto dos corais, como da descoberta que ajudará os especialistas a entenderem melhor o ecossistema e, assim, contribuírem para a sua preservação.

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