Baleia Colossal do Peru, animal mais pesado que já existiu?

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Baleia Colossal do Peru, animal mais pesado que já existiu?

Novas descobertas arqueológicas fascinam e trazem pistas do que foi este planeta milhões de anos atrás. Esta semana um novo fóssil veio à tona direto das areias do Peru. A repercussão foi mundial. National Geographic, New York Times, The Economist, Reuters e Washington Post foram apenas alguns dos veículos a repercutirem o achado que surpreendeu os cientistas. O estudo sobre a novidade saiu na Nature em 2 de agosto. A partir de então, uma enxurrada de matérias começou a circular. O gigante de aproximadamente 39 milhões de anos, Perucetus colossus, também conhecido como baleia colossal do Peru, é um tipo de cetáceo, um grupo que inclui baleias modernas e golfinhos. E seus ossos eram enormes. Cada vértebra pesa mais de 100 quilos e suas costelas medem quase 1,4 metros de comprimento. Se assim for, a baleia extinta seria o animal mais pesado que já existiu.

baleia colossal do Peru.
O  Perucetus colossus, ou baleia colossal do Peru.

À procura de fósseis no deserto de Ica, Peru

Tudo começou há dez anos quando os ossos foram descobertos por Mario Urbina, do Museu de História Natural da Universidade de San Marcos, em Lima, informa a apenews.com. Desde então, uma equipe internacional passou anos desenterrando-os do lado de uma encosta íngreme e rochosa no deserto de Ica, uma região do Peru que já foi subaquática e é conhecida por seus ricos fósseis marinhos. Os resultados: 13 vértebras da coluna vertebral da baleia, quatro costelas e um osso do quadril.

Deserto de Ica, Peru.
Em vermelho, o deserto de Ica.

Pouco? Pode ser, mas o suficiente para encantar cientistas mundo afora. As descobertas sobre nosso passado são assim, raras, e demoradas. Contudo, após as escavações os pesquisadores usaram scanners 3D para estudar a superfície dos ossos e os perfuraram para espiar por dentro.

Mamíferos marinhos modernos como comparação

Eles usaram o enorme – mas incompleto – esqueleto para estimar o tamanho e o peso da baleia, usando mamíferos marinhos modernos para comparação, disse o autor do estudo Eli Amson, paleontólogo do Museu Estadual de História Natural em Stuttgart, Alemanha.

Assim, calcularam que o antigo gigante pesava algo entre 94 e 375 toneladas (85 e 340 toneladas métricas). As maiores baleias azuis encontradas estão dentro dessa faixa – em torno de 200 toneladas (180 toneladas métricas), embora o corpo do fóssil seja menor, com 20 metros, em vez dos até 30 m de comprimento das azuis. O enorme peso decorre da densidade dos ossos.

Fóssil de baleia no deserto do Peru
O espécime de Perucetus colossus é transportado de seu local de origem em Ica, Peru, para o Museu de História Natural de Lima. (Giovanni Bianucci).

Esses ossos superdensos, diz a apenews.comsugerem que a baleia pode ter passado seu tempo em águas costeiras rasas, disseram os autores. Outros habitantes costeiros, como os peixes-boi, têm ossos pesados ​​para ajudá-los a permanecer próximos ao fundo do mar.

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Isso deixa no chinelo outros fósseis marinhos recém descobertos como o cachalote pré-histórico, também descoberto no Peru, porém do mesmo tamanho que um cachalote macho adulto; ou o megalodonte, o maior tubarão que já existiu, os maiores indivíduos mediam 18 metros, cerca de três vezes o tamanho dos maiores tubarões, e pesavam entre 50 a 75 toneladas.

Uma parente do Basilosaurus

A National Geographic diz que ‘A anatomia dos ossos, bem como o período em que a baleia nadava na costa da América do Sul indicam que era parente do Basilosaurus, uma baleia totalmente aquática que tinha um longo focinho cheio de dentes penetrantes e cortantes. Ao comparar os ossos conhecidos de Perucetus com os esqueletos mais completos de baleias vivas e fósseis, Amson e seus colegas conseguiram chegar a estimativas de tamanho para o gigante’.

Basilosaurus
Basilosaurus em comparação a outros fósseis marinhos. Imagem, www.researchgate.net.

Um desafio para estimar seu peso

A National Geographic entrevistou Nicholas Pyenson, pesquisador de baleias do Museu Nacional de História Natural, que não estava envolvido no novo estudo. Para ele,  “O espécime está sem a metade superior do esqueleto e, portanto, não temos uma imagem completa de todo o tamanho dessa espécie, o que é um desafio central para estimar seu peso”.

Outro cientista não envolvido no estudo e ouvido pela revista foi Travis Park, do Museu de História Natural de Londres que disse: . “O que está claro é que este era um animal enorme e, de fato, parece que sua massa corporal estava dentro e ao redor da baleia azul, apesar de fazer as coisas de uma maneira completamente diferente.”

O New York Times foi na mesma linha da National Geographic. “Enquanto as baleias azuis são mergulhadoras elegantes e rápidas, o Perucetus era uma fera muito diferente. Os pesquisadores suspeitam que ele flutuou preguiçosamente pelas águas costeiras rasas como um peixe-boi gigantesco, impulsionando seu corpo parecido a uma salsicha com uma cauda em forma de remo.”

A evolução das baleias

O New York Times explica a evolução das baleias: “As baleias evoluíram de mamíferos terrestres do tamanho de cães há cerca de 50 milhões de anos. Algumas das primeiras espécies desenvolveram membros curtos e provavelmente levaram uma existência semelhante à de uma foca, caçando peixes e depois se arrastando para a costa para se reproduzir.”

“Essas primeiras baleias, entretanto, desapareceram depois de alguns milhões de anos. Foram substituídas por um grupo de baleias inteiramente aquáticas chamadas basilosaurídeos. Essas feras furtivas podiam crescer tanto quanto um ônibus escolar, mas retinham vestígios de sua vida em terra – incluindo pequenas patas traseiras, completas com dedos.”

Por último, diz o jornal, “Basilosaurus dominaram os oceanos até cerca de 35 milhões de anos atrás. À medida que se extinguiam, outro grupo de baleias surgiu, dando origem aos ancestrais das baleias vivas.”

A alimentação do colosso peruano

Segundo o Washington Post, ‘a equipe de pesquisa disse que o P. colossus pode ter se alimentado do fundo do mar, mastigando ervas marinhas, banqueteando-se com animais que vivem no fundo ou comendo carcaças.’

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Esta possível dieta gerou dúvidas em outros pesquisadores. O WP ouviu  Hans Thewissen, paleontólogo e especialista em evolução de baleias na Northeast Ohio Medical University:  “Tenho dificuldade em pensar quantas carcaças seriam necessárias para sustentar este animal.”

O Post encerra explicando que ‘A única maneira de ter uma ideia melhor de como era a vida – e a circunferência – de P. colossus é encontrar mais fósseis. A equipe de pesquisa planeja continuar vagando pelo deserto peruano em busca de ossos’.

Assista à animação do Daily Mail

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