Aves oceânicas, “sentinelas” da saúde dos mares

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Aves oceânicas, “sentinelas” da saúde dos mares

Aves oceânicas, ou marinhas, em dificuldade significam alerta vermelho para a saúde dos mares. Essas sentinelas dos ecossistemas marinhos apontam para os danos que as mudanças climáticas, a sobrepesca e outras pressões humanas provocam. As aves são “sentinelas” da saúde do oceano. Se os ecossistemas marinhos estão sofrendo, os pássaros serão os primeiros a mostrar isso.

Imagem de aves oceânicas
Imagem,http://www.oikosjournal.org/

Aves oceânicas, “sentinelas” da saúde do oceano

A mudança climática, combinada com a poluição, a sobrepesca e outras atividades humanas, está alterando continuamente as teias alimentares marinhas. As fontes de alimentos estão mudando. Algumas populações de peixes estão diminuindo ou migrando para novas áreas.

Como resultado, as aves marítimas situadas no topo da cadeia alimentar estão lutando para se reproduzir e criar seus filhotes. Um novo estudo publicado na revista Science mostra que no hemisfério Norte esta é a realidade.

Imagem de barco de pesca e aves marinhas
Imagem, ©iStock/KvdB50.

P. Dee Boersma, biólogo da Universidade de Washington e um dos autores do estudo, declarou à Scientific American: “Aves marinhas viajam longas distâncias – algumas indo de um hemisfério a outro – perseguindo sua comida no oceano. Isso as tornam muito sensíveis a mudanças em coisas como a produtividade do oceano, muitas vezes em uma grande área.”

O novo estudo examinou dados sobre 66 espécies de aves oceânicas nos últimos 50 anos em todo o mundo. A pesquisa, liderada por William Sydeman, do Farallon Institute, na Califórnia, envolveu contribuições de mais de três dezenas de especialistas de instituições em todo o mundo.

O estudo descobriu que muitas espécies não estão se reproduzindo com tanto sucesso como no passado, principalmente no hemisfério Norte. As aves estão se reproduzindo cada vez menos.

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Os tipos de aves estudadas

Os pesquisadores observaram uma variedade de pássaros, incluindo espécies que se alimentam principalmente de plâncton, espécies que preferem peixes e espécies que comem os dois.

Aves que comem peixes – parcial ou exclusivamente – foram consideradas as mais vulneráveis. Além disso, as aves que se alimentam principalmente na superfície do oceano eram mais suscetíveis a falhas de reprodução do que as aves de mergulho profundo.

Imagem de aves oceânicas
Imagem, Google.

Não é surpresa que esses problemas sejam mais graves no hemisfério Norte, dizem os pesquisadores. Os oceanos estão se aquecendo a taxas mais rápidas na metade norte do mundo.

Essas ameaças combinadas provavelmente tiveram uma influência maior nos ecossistemas marinhos do Norte. Estudos já mostraram que certas populações de peixes estão diminuindo ou se movendo para diferentes partes do oceano. Até as populações de plâncton estão mudando com o tempo. Essas mudanças podem colocar as aves marinhas em uma posição difícil.

As aves marinhas freqüentemente retornam aos mesmos locais costeiros ano após ano para se reproduzirem e criarem seus filhotes. Durante a época de reprodução, elas fazem viagens de ida e volta entre o oceano e a terra, em busca de comida e voltando para alimentar seus bebês. Se suas fontes de alimento diminuem ou se movem, pode ser mais difícil para elas criarem seus filhotes com sucesso.

O estudo não significa necessariamente uma catástrofe

A Science American diz que o estudo não significa necessariamente uma catástrofe – pelo menos não ainda. William Sydeman disse que as aves marinhas tendem a ser animais resistentes e de vida longa.

Elas podem suportar a escassez temporária de alimentos e podem se recuperar após um ou dois anos de baixo sucesso reprodutivo.

“O problema é se ele se torna crônico”, disse Sydeman. “E este estudo está sugerindo que está se tornando um problema crônico para o hemisfério Norte.”

Em todo o mundo, as aves marinhas estão “enviando um sinal de alerta de que realmente precisamos pensar sobre isso agora, antes que as coisas fiquem muito ruins”, disse Sydeman. “Para a maioria das espécies, ainda há tempo para evitar o desastre.”

Imagem de abertura: www.oikosjournal.org/

Fonte: https://www.scientificamerican.com/article/struggling-seabirds-are-red-flag-for-ocean-health/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=earth&utm_content=link&utm_term=2021-06-02_top-stories&spMailingID=70196846&spUserID=MzgxNTI2NDc0MDExS0&spJobID=2140331692&spReportId=MjE0MDMzMTY5MgS2.

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