‘Acordo de Paris’ do plástico, uma demanda mundial
Finalmente, a ficha está caindo mundo afora sobre o problema do plástico, como caiu sobre o aquecimento global. Para mitigar o aquecimento foi criado o Acordo de Paris. A maioria dos países membros da ONU se comprometeram a baixar suas emissões, muitos deles até à neutralidade, em razão da hecatombe que nos ameaça. Segundo o Financial Times, por ano são produzidos cerca de 350 milhões de toneladas de plástico globalmente! Agora, há quem proponha um ‘Acordo de Paris’ do plástico para ajudar o mundo a se livrar deste material que entope os oceanos, o meio ambiente terrestre, e já está presente em nossa alimentação.

Acordo sobre o plástico, uma demanda mundial
É o que defende Dave Ford, fundador e sócio da SoulBuffalo, especialista em reunir líderes ativistas e da indústria em torno de questões ambientais, em artigo para a Scientific American, publicado em dezembro de 2020.

Vamos aos pontos principais. Dave informa que sua entrada na questão do plástico aconteceu em maio de 2019. Na época a SoulBuffalo promoveu um encontro de quatro dias a bordo de um navio em plena mancha de lixo do Atlântico Norte.
No encontro havia um pouco de tudo: ativistas ambientais, 165 líderes de empresas como a Coca-cola, Dow, Banco Mundial, WWF, American Chemistry, e Greenpeace, entre outros.
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‘O consenso crescente é que a maneira mais eficaz de fazer isso é por meio de um Tratado Global da ONU sobre Plásticos. Em 13 meses, na Quinta Sessão da Assembleia Ambiental das Nações Unidas, em fevereiro de 2022, a ONU decidirá se deve avançar um tratado’.
Nasceu neste encontro a Ocean Plastics Leadership Network, uma rede ativista com mais de 70 membros empenhada em acelerar o trabalho para um “Acordo de Paris” para os plásticos .
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As partes interessadas no acordo
Entre as partes interessadas em um novo acordo global sobre poluição por plástico estão 193 governos reconhecidos pela ONU. E milhares de empresas dependentes do plástico; grupos de comércio e defesa; ativistas e organizações sem fins lucrativos; catadores de lixo no mundo em desenvolvimento; e consumidores que reciclam em média 14% da quantidade total de plástico que consomem.

Sessenta e oito países expressaram publicamente interesse em um tratado de plásticos, assim como uma ampla coalizão de países africanos e a União Europeia.
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Acordo sobre o plástico com metas obrigatórias
Segundo Dave Ford, ambientalistas pedem metas obrigatórias de redução de plástico. E limites para a produção de novos plásticos virgens derivados de combustíveis fósseis.
Enquanto isso, grupos da indústria acreditam que um tratado pode ter sucesso sem metas de redução obrigatórias. Para eles o que deve ser feito é a expansão de tecnologias avançadas de reciclagem ou reciclagem química.
Reciclagem química
Esta novidade foi abordada em matéria do Financial Times em janeiro de 2021. E mostra que o processo é caro e ainda duvidoso. Apesar disso, o FT informa que ‘os defensores do processo dizem que a reciclagem química tem potencial para tratar um espectro mais amplo de lixo sintético’.
Como funciona a reciclagem química
Financial Times: ‘Basicamente, pega-se um resíduo de plástico que é descompactado de volta à sua matéria-prima ou componentes originais”, disse Jim Becker, vice-presidente de polímeros e sustentabilidade da Chevron Phillips Chemical’.
‘A empresa tornou-se, recentemente, a primeira nos Estados Unidos a produzir em escala comercial polietileno reciclado quimicamente, a resina plástica mais comum, que vai para sacolas e filmes retráteis. Agora, a meta é produzir 454.000 toneladas da substância reciclada anualmente até 2030’.
Ainda falta consenso no ‘Acordo de Paris’ sobre o plástico
Ainda não conseguiram um consenso. Mas nem por isso devemos desanimar. O Acordo de Paris demorou 25 anos, desde o início da discussão, em 1991, com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
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Uma coisa é certa: não podemos esperar tanto tempo. O plástico já faz parte de nossa dieta. E já explicamos a dificuldade da reciclagem do plástico.
O resultado desta dificuldade é que 80% do plástico produzido desde 1950 está em aterros, nos oceanos, ou espalhado no meio ambiente terrestre. Este site não vê grandes possibilidades de êxito neste possível tratado, enquanto a indústria mundial do material não for também penalizada.
Ela não é a única responsável pela pandemia de plástico que nos assola. Mas também é responsável.
Imagem de abertura: Bo Eide
Fonte: https://www.scientificamerican.com/article/we-need-a-paris-agreement-for-plastics/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=earth&utm_content=link&utm_term=2021-01-06_top-stories&spMailingID=69466417&spUserID=MzgxNTI2NDc0MDExS0&spJobID=2040614730&spReportId=MjA0MDYxNDczMAS2; https://www.ft.com/content/2f1b8696-3a2a-4ad9-9b84-e601378039f3?shareType=nongift.










acredito que deveria haver mais Ação, Atiude e Multas. aposto que os navios de turistas também descarregam seu lixo sem punição…..porque não tem fisclização. PRIMEIRO RETIRADA DESTA IMENSIDÃO DE PLÁSTICO DOS OCEANOS – PROIBIÇÃO DE NAVIOS COM CARGA VIVA/ANIMAIS QUE ESTÃO TODOS IRREGULARES E FORA DE CONDIÇÕES SANITÁRIAS – TODOS DESPEJAM FEZES E URINA E TUDO DESTES NAVIOS NOS OCEANOS. PRIMEIRO LIMPAR – vivian diamant – brasileira – 65 anos, dos quais mais de 40 como ativista , ambientalista .
Vivo em um bairro que se confunde com o centro de Belo Horizonte e para minha tristeza vejo vasilhames de isopor e/ou papelão das deliveries/lanchonetes de alimentos jogados nas calçadas e ironicamente, ao lado das estupidas caixinhas de lixos (ergonomicamente e com volumes insuficientes para tantos lixos ou falta de coletas). Eu votei no Alexandre Kalil que repito: é um casca grossa mas não expele excrescências verbais, mas falta ele sair para ver como seus subservientes secretários tratam a cidade.