Explorando o fundo dos oceanos
O jornal The New York times abriu espaço para uma interessante matéria, mostrando o tanto que desconhecemos do fundo do mar. Ela comenta sobre as descobertas em razão da tecnologia disponível: explorando o fundo dos oceanos
É sabido que conhecemos mais sobre o espaço sideral do que sobre os oceanos que cobrem 71% do planeta. Dificuldades técnicas, custo proibitivo, e a imensidão, são alguns dos fatores que contribuíram para o desconhecimento.
Explorando o fundo dos oceanos e os primeiros mergulhos
Desde tempos imemoriais o homem tentou mergulhar para conhecer o fundo submarino. Mas, a primeira invenção que permitiu mergulhos, ainda que de forma restrita, aconteceu em 1839, com o escafandro. Durante os próximos cem anos não houve grandes mudanças no pesado (mais de cem quilos) traje.
Dando um salto para o futuro, chegamos a 1943, ano em que Jacques Cousteau e Emile Cagnan inventam o aqualung. A partir desta novidade começou efetivamente a exploração do fundo submarino. A oceanografia é disciplina recente.
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Ainda assim, cientistas do porte de Sylvia Earle, informam que até hoje conhecemos e exploramos pouco mais de 5% do fundo submarino. Em seu livro A Terra é Azul (Ed. SESI- SP), Sylvia condena a mineração e exploração de petróleo submarino. A autora, que já mergulhou em profundidades abissais, garante que “um metro quadrado do fundo dos oceanos tem mais formas de vida que as florestas tropicais“.
Explorando o fundo dos oceanos: vulcanismo Submarino
A matéria do New York Times começa com uma provocação:
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imagine um vulcão. Agora imagine que seus principais respiradores se estendem por uma linha. Suponha que esta linha seja tão extensa quanto 64 mil quilômetros, atravessando a escuridão dos oceanos, percorrendo o globo como as costuras de uma bola de beisebol. Bem-vindo a uma das características mais obscuras, e importantes, do planeta, prosaicamente conhecidas as dorsais meso-oceânicas. Embora esta linha seja capaz de circundar a lua mais seis vezes seguidas, ela recebe pouca atenção porque está escondida na escuridão abissal.
A matéria diz que estes vulcões foram descobertos, por acaso, em 1973. Desde então expedições caríssimas estão, lentamente, explorando o fundo dos mares. O jornal diz que “as descobertas humilharam as previsões de Júlio Verne”.
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As fraturas, que se localizam em profundos vales e campos gigantescos, jorram água termal e lançam toneladas de minerais na água gelada do mar. Aos poucos, torres vão sendo construídas com este material que pode ser muito rico em metais como ouro e prata.
Uma destas torres no Pacífico, apelidada Godzilla, cresceu o equivalente a um prédio de 15 andares, atraindo vermes em formatos tubulares, e outras criaturas bizarras. Aos poucos esta estranha e desconhecida fauna cobre as formações, depois são comidas por caranguejos-aranha.
Esta explosão de vida marinha coexiste com nascentes de água, quentes o suficiente para derreter chumbo. Temperaturas extremas, como 415º Celsius, foram registradas nestes locais.
Explorando o fundo dos oceanos: observação em tempo real
Agora cientistas estão empenhados em conhecer mais estas regiões. Uma delas, em alto mar, a Oeste da costa norte- americana esta sendo observada por grande quantidade de censores, câmeras, e cabos que enviam as informações para centros científicos no continente. O objetivo é analisar as informações por no mínimo, 25 anos. Estes dados estão sendo incluídos na internet, em tempo real, de modo que cientistas do mundo inteiro tenham acesso a eles tão facilmente como mandar e receber e-mails.
John R. Delaney, oceanógrafo da Universidade de Washington que concebeu o observatório décadas atrás, disse que o projeto vai ajudar os cientistas a entender melhor não só as cordilheiras vulcânicas, mas as águas circundantes, que cobrem a maior parte do planeta.
A principal questão é até que ponto ocorrem as mudanças vulcânicas ao longo do tempo. A velha idéia era que as erupções de lava escorrendo ocorriam a taxas relativamente estáveis. Agora, os estudos sugerem a existência de grandes explosões suficientes para influenciar não só o mar global, mas a temperatura do planeta
A novidade está agradando os cientistas mundo afora. Daniel J. Fornari, cientista do Woods Hole Oceanographic Institution, em Cape Cod, foi categórico: “agora nós temos olhos e ouvidos numa parte do assoalho marinho realmente dinâmica”.
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Do núcleo da Terra para o fundo dos oceanos
O jornal esclarece que a fonte dessa movimentação vem do interior da Terra que constantemente reorganiza as placas da crosta terrestre. As cordilheiras vulcânicas marcam os locais onde as placas tectônicas se separaram o suficiente para criar uma “rota de fuga” para o magma.
As descobertas não param
No ano passado uma equipe de 11 cientistas relatou que as bolhas das fontes termais atuam como centros de reciclagem que transforma o carbono do solo oceânico em produtos químicos muito mais simples que podem formar novos organismos
Na década de 90, diz o Times, os cientistas ganharam um novo aliado em suas pesquisas no subsolo marinho. A Marinha americana partilhou seus microfones, usados na guerra fria para rastrear submarinos.
Estudando vulcões submarinos para entender o clima na Terra
Agora os cientistas podem ouvir as erupções vulcânicas, e estudar suas consequências. Entre outros, os estudos contribuem para revelar como as eras glaciais acabaram de forma tão abrupta. Outra possibilidade, de acordo com Dr. Tolstoy, da Columbia University, é que as cordilheiras submarinas são extremamente sensíveis a uma variedade de influências celestes. Os cientistas dizem que tais fatores poderiam um dia melhorar a sua compreensão de por que o clima da Terra tem variado de forma tão marcante ao longo dos tempos, melhorando seus modelos de computador e as previsões de tempo.
Fontes: New York Times; techdiving.com.br/; techdiving.com.br/;http://www.big-animals.com/pt/.