La Niña chegou, saiba o que isso significa
As condições do La Niña surgiram em dezembro e provavelmente persistirão até abril, embora o fenômeno possivelmente seja fraco e tenha um impacto menor na precipitação e temperatura em comparação com outros, esta é a previsão do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. Depois do ano mais quente da história, 2024, nada como um respiro de alívio. O La Niña é um padrão climático marcado por temperaturas de superfície do mar mais frias do que a média em partes do Oceano Pacífico. É o oposto do El Niño, que traz temperaturas mais quentes do que a média. Duas perguntas se impõem: o que o La Niña significa para o Brasil, e se as temperaturas serão mais amenas.
Os dois fenômenos em interação com os oceanos
Os padrões climáticos La Niña e El Niño são criados por interações entre as superfícies oceânicas e a atmosfera no Pacífico, e ambos ocorrem cerca de três a cinco anos, de acordo com a NOAA.
Segundo a Associated Press, La Niña é uma elevação irregular de água excepcionalmente fria em uma parte fundamental do Pacífico equatorial central que muda os padrões climáticos em todo o mundo. Sua chegada atrasada pode ter sido influenciada – ou mascarada – pelos oceanos do mundo sendo muito mais quentes nos últimos anos, disse Michelle L’Heureux, chefe da equipe El Niño da NOAA.
O que acontece no Brasil com o La Niña?
Os cenários construídos pelo Cemaden consideraram os impactos ocorridos em decorrência do fenômeno. O La Niña ocorreu em 2016, 2010, 2007, 1998 e 1995, sendo que o episódio mais recente perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.
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Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemJovem brasileira e Marina Silva em rara troca de cartasImportância de descobertas sobre sexo entre tubarõesTurismo náutico é mal aproveitado no BrasilNo Brasil, historicamente, períodos sob a influência do La Niña são associados com chuvas acima da média em áreas das regiões Norte e Nordeste, e chuvas abaixo da média nas regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil. Além disso, normalmente, são anos mais frios. Contudo, segundo a nota técnica do Cemaden, cada edição do fenômeno é única.
Seca no Pantanal
O La Niña costuma ter impacto negativo, especialmente nas chuvas na parte Sul do Pantanal, que está no Mato Grosso do Sul. Neste mês, a região está encerrando a estação chuvosa em situação de seca. “Nossa maior preocupação em relação ao La Niña está no Pantanal porque agora em março, no final da estação chuvosa já temos uma situação de seca estabelecida”, explicou Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden.
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O La Niña e o agronegócio
De acordo com o Atua Agro, quando La Niña afeta o Sul e o Sudeste, uma das culturas mais afetadas é a soja. Devido à estiagem, o plantio atrasa, prolongando e complicando o ciclo de crescimento das plantas e retardando a colheita dos grãos. Isso pode prejudicar o desenvolvimento das plantas e reduzir a produtividade da oleaginosa, além de atrasar o calendário do milho safrinha. Essas duas culturas, infelizmente, são as mais afetadas pelo fenômeno.
Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, os efeitos do La Niña na agricultura não têm relação com a seca, pelo contrário. O alto índice de chuva, mesmo que seja benéfico para as regiões semiáridas, causa constantes inundações na Amazônia e pode provocar perdas em áreas agrícolas por conta da intensa precipitação.
As consequências por região do Brasil
Em resumo, no Brasil, segundo o Atua Agro são estas as consequências de um ano com La Niña:
- Região Norte: a estação chuvosa na Amazônia se intensifica, resultando em cheias significativas em alguns rios da região.
- Região Nordeste: as chuvas excedem a média na região, resultando em enchentes ao longo do litoral nordestino.
- Região Centro-Oeste: não há efeitos pronunciados sobre as chuvas e a temperatura nessa região, mas observamos tendências de estiagem.
- Região Sudeste: não há um padrão característico de mudança nas chuvas ou na temperatura.
- Região Sul: observamos estiagem em toda a região, principalmente durante o inverno.
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Educação climática nos currículos escolares a partir de 2025, uma boa notícia!