Ativista Paul Watson, da Sea Shepherd, preso na Groenlândia
Ele adorava bichos desde criança, e já foi bombeiro a bordo do navio Canadian Pacific Princess Marguerite. Em 1968, entra para a guarda costeira canadense. E, em 1969, se engaja na tripulação do cargueiro Bris, em viagem pela Ásia e África. Apesar de marinheiro por paixão, formou-se em comunicação linguística pela Universidade Simon Fraser na Columbia Britânica. Um dos fundadores e diretores do Greenpeace, o ativista Paul Watson foi expulso do Conselho da ONG em 1977. No mesmo ano funda a mitológica Sea Shepherd, os ‘pastores do mar’. Apesar de respeitado e admirado no mundo do ambientalismo, os métodos de Watson sempre foram controversos, e combatidos dentro e fora da ONG. Agora, ele foi preso na Groenlândia.
A prisão na Groenlândia
Um dos alvos preferidos de Watson e seus companheiros da Sea Shepherd foram e continuam sendo os baleeiros japoneses. Não à toa, ele enfrentava um mandado de prisão internacional emitido a pedido do Japão há 12 anos por atividades anti-caça à baleia na Antártida que supostamente causaram danos e ferimentos em 2010.
Não é o único. A CNN informou que em 2012, ele foi detido na Alemanha com um mandado de prisão internacional emitido pela Costa Rica. Depois disso, em 2013, o Instituto de Pesquisa de Cetáceos do Japão e a empresa Kyodo Senpaku Kaisha garantiram uma liminar do Tribunal Distrital dos EUA contra Watson e Sea Shepherd, que proibiam a ele e seu grupo de chegarem a 500 metros dos demandantes em mar aberto.
Acontece que Paul Watson não fazia ideia que as autoridades da Groenlândia, um território autônomo sob o domínio dinamarquês, onde estava atracado para reabastecimento, iriam abordá-lo. Contudo, o inesperado aconteceu. No domingo, 21 de julho, autoridades de Nuuk, a capital, abordaram o navio John Paul DeJoria e, de lá, levaram, cabisbaixo, um algemado Paul Watson.
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Apeado do cargo em vários países
Watson saiu do Greenpeace por divergências quanto ao modo de agir. De maneira idêntica, em 2022 foi apeado do cargo em vários países com escritórios da ONG como os Estados Unidos, a Holanda e a Austrália.
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Não há dúvidas de suas ótimas contribuições para a causa ambientalista, especialmente a marinha. Ele escancarou o dedo na ferida inúmeras vezes, provocou polêmicas internacionais dando ainda mais visibilidade à causa, porém, seus métodos nem sempre são aceitos passivamente.
Apoio internacional a Paul Watson: de Brigitte Bardot, a Emmanuel Macron
Tão logo a notícia da prisão se espalhou começaram as manifestações de solidariedade. Uma das mais importantes foi de Emmanuel Macron. Dois dias depois da prisão, em 23 de julho, o gabinete de Macron emitiu uma nota na qual pedia às autoridades dinamarquesas que não extraditassem o ativista anti-baleia Paul Watson para o Japão.
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ONG Canoa de Tolda aciona IPHAN e lança campanhaCensura no ICMBio, e outras más notícias ambientaisEficientes, duas ONGs dão exemplos na costa brasileiraO palácio do Eliseu disse que o presidente francês estava “seguindo a situação de perto” e “interagindo com as autoridades dinamarquesas”. Segundo o jornal Le Monde, na França, uma petição online para Macron pedir a libertação de Watson reuniu 388 mil assinaturas. Os legisladores do Partido Verde também pressionaram Macron, enquanto a lenda do cinema Brigitte Bardot, de 89 anos, disse ao jornal Le Parisien: “Devemos fazer tudo para salvar Paul”.
Segundo a BBC, que também repercutiu a prisão, ‘sua fundação, referindo-se à Sea Shepherd, disse que estava “completamente chocada, já que o Aviso Vermelho havia desaparecido há alguns meses”.
Comunicado da Fundação Capitão Paul Watson
Locky MacLean, diretor da operação do navio para a Fundação Capitão Paul Watson (CPWF), disse em comunicado citado pela BBC que, ‘ficamos surpresos porque isso poderia significar que o documento havia sido apagado ou se tornado confidencial. Entendemos agora que o Japão tornou confidencial para atrair Paul para uma falsa sensação de segurança’.
A rede inglesa disse ainda que o governo do Japão não fez nenhum comentário, mas um porta-voz da guarda costeira japonesa disse à agência de notícias AFP que estava ciente da prisão.
A BBC ainda esclareceu que o navio John Paul DeJoria e uma tripulação de 25 membros estavam a caminho de Dublin, na Irlanda, para o Pacífico Norte, para interceptar o recém-lançado navio baleeiro de 48 milhões de dólares do Japão, o Kangei Maru, disse a CPWF.
Abaixo-assinado também no Brasil
Para a Sea Shepherd, Brasil, organizadores do apoio, o Capitão Paul Watson, o maior defensor de baleias do mundo e nosso fundador foi detido em uma emboscada na Dinamarca, a pedido do Japão, por combater e se opor à caça às baleias. E agora pode ser entregue às autoridades japonesas, onde a sentença de prisão pode ser de até 15 anos.
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