Imensa bolha de algas marinhas em direção à Flórida

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Imensa bolha de algas marinhas em direção à Flórida repleta de bactérias do gênero Vibrio

Enquanto a gente altera inconsequentemente o planeta ele devolve o desaforo na forma de inúmeros fenômenos que ameaçam nossa existência. O aquecimento global é um deles. Outro subproduto são os eventos extremos cada vez mais potentes, provocando prejuízos estratosféricos e a morte de milhares de pessoas. Alguns destes problemas, a ciência compreende, caso do aquecimento. Outros, como a imensa bolha de algas marinhas que avança para a Flórida, ainda não tanto. Isso me faz lembrar de minha mãe, que dizia: ‘dinheiro não aguenta desaforo’. Da mesma forma, o planeta também não. Especialistas estão perplexos com o avanço do sargaço sobre o litoral norte-americano cheios de bactérias potencialmente perigosas do gênero Vibrio.

Sargaço em praia da Flórida
Imagem, Joe Burbank/Orlando Sentinel.

Uma imensa mancha com duas vezes a largura dos EUA avança sobre a Flórida

Segundo o www.scientificamerican.com, ‘Uma jangada solta de algas marrons com cerca de duas vezes a largura dos Estados Unidos está avançando lentamente pelo Caribe. Baldes de algas flutuantes estão chegando às praias da costa leste da Flórida desde o início do ano, aumentando as preocupações dos cientistas sobre o que os próximos meses trarão.’

O New York Times, que também repercutiu o fenômeno, diz que ‘A massa, conhecida como o grande cinturão Atlântico de Sargassum, está se movendo em direção ao Golfo do México. Os cientistas dizem que é provável que as algas cheguem à costa no verão para criar um flagelo podre e fedorento.’

Imagem de satélite da bolha de algas marinhas.
Uma imagem de satélite usada pelo New York Times, mostra uma jangada de sargaço – uma massa emaranhada e flutuante de algas marinhas – na costa de Key Largo, Flórida.Crédito…Laboratório de Oceanografia Óptica da Universidade do Sul da Flórida.

O New York Times, explica o que são estas algas: ‘Durante grande parte do ano, uma enorme bolha marrom flutua, de forma relativamente inofensiva, pelo Oceano Atlântico. Suas gavinhas fornecem abrigo e criadouros para peixes, caranguejos e tartarugas marinhas. Abrangendo milhares de quilômetros, é tão grande que pode ser vista do espaço sideral.’

Mar dos Sargaços

O www.scientificamerican.com foi na mesma direção: ‘A alga é composta por espécies de algas do gênero Sargassum . Essas espécies crescem como um tapete de aglomerados de algas que permanecem flutuando por meio de pequenos sacos cheios de ar presos a estruturas folhosas. As algas formam um cinturão entre o Caribe e a África Ocidental no Mar dos Sargaços, no Oceano Atlântico Norte, e depois seguem as correntes para o oeste.’

O site ouviu Chuanmin Hu, oceanógrafo da Universidade do Sul da Flórida: ‘o Sargassum é um habitat crucial para peixes e tartarugas, entre outras formas de vida marinha. Ele chama o cinturão de “ecossistema em movimento.”

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São tantas algas que “Você não pode entrar na água”

O New York Times, alerta que ‘As algas marinhas, que também podem causar poluição e ameaçar a saúde humana à medida que se decompõem, já começaram a se espalhar pelas costas de Key West, na Flórida. No México, níveis “excessivos” de algas marinhas foram registrados no mês passado nas praias ao sul de Cancun.’

“Você não pode entrar na água”, disse Leonard Shea, um Youtuber de viagens, em um vídeo recente da cidade turística de Playa del Carmen, que mostrava ondas quebrando sob uma espessa manta de algas marinhas. “Não é uma experiência agradável.”

“Tempestade Patogênica” – perigosas bactérias viajam com a bolha

A www.livescience.com informa que À princípio uma enorme bolha de algas marinhas repleta de bactérias e plástico pode gerar uma “tempestade patogênica” no meio do Oceano Atlântico, descobriu um novo estudo.

‘A NASA projeta  que a floração de algas marinhas Sargassum deste ano será a maior já registrada, além disso, a maior parte deve chegar em junho e julho.’

Os acúmulos de Sargassum são frequentemente malcheirosos. Densos e, de acordo com o estudo, cheios de bactérias potencialmente perigosas do gênero Vibrio. “Claramente, o Vibrio pode e coloniza tanto plástico quanto Sargassum. Ao mesmo tempo, pode carregar genes que são potencialmente patogênicos”, disse Linda Amaral-Zettler, bióloga do Royal Netherlands Institute for Sea Research e coautora do estudo. “Houve algumas infecções horríveis causadas por Vibrio. Contudo, seu potencial de comer carne é raro, mas é real”. 

‘Cerca de uma dúzia de espécies de bactérias do gênero Vibrio causam vibriose. Esta é uma doença que pode ocorrer quando as pessoas ingerem as bactérias ou quando os micróbios infectam uma ferida aberta. Quando ingeridas, as bactérias podem causar diarreia grave, cólicas estomacais, além de febre e vômitos. Em relação às infecções de feridas, uma espécie de Vibrio às vezes pode causar as chamadas infecções carnívoras. Elas são cientificamente conhecidas como fasceíte necrotizante, que matam rapidamente a pele ao redor da ferida infectada.’

Rios maltratados, como o Amazonas ou o Mississipi, desmatamento e combustíveis fósseis podem explicar os motivos

Nossos pais sempre estiveram certos. Nós é que não aprendemos. Ninguém aguenta desaforos, muito menos este ser vivo com 4,5 bilhões de anos que é a nossa casa. De tanto fazermos besteira, ele se intoxica e vomita suas entranhas em cima da gente.

O New York Times, parece confirmar: ‘Embora os cientistas ainda estejam tentando entender exatamente por que e como a massa, conhecida como o grande cinturão atlântico de Sargassum, está se expandindo, parece ser sazonal. Além disso, coincide com a descarga dos principais cursos d’água, incluindo os rios Congo, Amazonas e Mississippi.’

‘O escoamento dessas fontes ajuda a alimentar a floração com nitrogênio e fósforo. Foi o que disse Brian Lapointe, professor pesquisador da Florida Atlantic University. Ele passou a maior parte de sua carreira estudando o sargaço. As emissões de combustíveis fósseis e a queima de biomassa – como árvores após o desmatamento – também produzem nutrientes, acrescentou, que podem estar ajudando o crescimento do sargaço.’

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Perigo de poluição de praias

Segundo o New York Times, ‘Embora o sargaço flutuante possa beneficiar os animais marinhos, fornecendo sombra e abrigo, os problemas começam quando ele chega à costa. À medida que o sargaço começa a morrer, ele degrada a qualidade da água e polui as praias, dizem os cientistas.’

‘Ele também pode sufocar habitats vitais de mangue e sugar o oxigênio da água. As algas em decomposição também liberam sulfeto de hidrogênio, um gás incolor que cheira a ovo podre e pode causar problemas respiratórios em humanos.’

Algumas das consequências, para além da poluição

Seguem as explicações do New York Times, ‘No verão passado, as Ilhas Virgens Americanas declararam estado de emergência, depois que “quantidades extraordinariamente altas” de sargaço se acumularam em suas costas, afetando uma usina de dessalinização na ilha de St. Croix.’

‘E, em 2018, após uma explosão em massa que se espalhou por cerca de 5.500 milhas no Oceano Atlântico, médicos nas ilhas caribenhas de Guadalupe e Martinica relataram milhares de casos de exposição “aguda” ao sulfeto de hidrogênio, de acordo com um estudo publicado naquele ano.’

O New York Times encerra o texto alertando a ameaça mais imediata ao turismo. “Está tendo efeitos catastróficos”, segundo Brian Lapointe, professor pesquisador da Florida Atlantic University.

Assista ao vídeo e veja no que dá a nossa ação

A giant blob of seaweed is headed to Florida. Here’s why it's not like a red tide

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