Unidades de Conservação: quem financia os contrários

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Unidades de Conservação: saiba quem financia os contrários

Unidades de Conservação: achei esta excepcional matéria no site Instituto Humanitas Unisinos. A fonte foi uma reportagem publicada por ‘políticas socioambientais, 23-03-2015. O texto começa assim:

JBS,  Maggi,   Brasil Foods  e  Bradesco  estão entre as maiores apoiadoras da eleição de ruralistas que defendem a  Proposta de Emenda Constitucional, ou PEC,  215/2000. Empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato também estão na lista.

Óbvio, não? E eu acrescento: os deputados do chamado “baixo clero” também são contra a criação e manutenção das Unidades de Conservação.

Unidades de Conservação: quem financia os contrários, imagem de cédulas de real

Unidades de Conservação e o Código Florestal

Como expliquei em matérias anteriores, desde a mudança do Código Florestal um fosso abriu-se entre ambientalistas e o Congresso Nacional. Houve radicalização dos dois lados, ambos  perderam com os excessos. O agronegócio, tão importante para a balança comercial, precisa de água como um náufrago da bóia. O gado, ou qualquer vegetal, não vive sem ela.

Unidades de Conservação e a PEC 215/200: perigo! 

Se esta proposta for aprovada perde o cidadão, seja ele ambientalista, ruralista, ou de qualquer outro segmento da sociedade. O que o Brasil tem de melhor, aquilo que o diferencia de outros países, é sua extraordinária biodiversidade, um bem natural cujo valor e liquidez são, respectivamente, altíssimo e imediato. Por ser um “bem natural”, reconhecido até mesmo pelo mais alienado político, está assegurado na Constituição Federal, portanto, pertence a todos brasileiros.

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20 deputados da Comissão Especial que analisará a PEC foram financiadas por grandes empresas

Apesar disso existe a PEC cujo texto, caso aprovado, ” transfere do governo federal para o Congresso o poder de demarcar Terras Indígenas, titular áreas quilombolas e criar Unidades de Conservação (UCs). Pior, muito pior, “dos quase 50 deputados listados na Comissão Especial que analisará a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, pelo menos 20  tiveram suas campanhas eleitorais financiadas por grandes empresas do agronegócio, mineração, energia, madeireiras e bancos”.

A bancada ruralista engloba cerca de 1/4 do Congresso Nacional. Anote os nomes deles (de acordo com o site Wikipedia). Nas próximas eleições você dá o troco.

Doações para partidos antagônicos

Todos os grandes bancos do país doam para partidos antagônicos, como PT, PSDB, PMDB, e outros. A estratégia não é só dos bancos mas, sobretudo, das empreiteiras. E é pública e notória. Em todas as eleições a imprensa publica matérias a respeito. Meu espanto  foi descobrir que Bradesco também a utiliza no caso do meio ambiente. Para mim esta foi a grande novidade que a matéria revelou. Porque, como jornalista ambiental, sei que este banco tem diversas ações em prol do meio ambiente. E boas, úteis. Por exemplo, o Bradesco é a maior fonte de receitas de uma das mais notórias e eficientes ONGs do país, a S.O.S Mata Atlântica; e também patrocinou o livro publicado por este escriba, O Brasil visto do Mar Sem Fim. Antes  do lançamento procurei diversas empresas que tinham compromisso com o meio ambiente. Assim, bati na porta de Bradesco que comprou uma cota.

Empresas doadoras

Faço questão de deixar clara minha opinião: nada contra. Não pretendo adjetiva-las, apenas informar os que visitam este site. A Lei Eleitoral permite que  empresas doem dinheiro para financiar qualquer candidatura. Portanto, enquanto existir esta Lei não posso e não devo condenar seja lá quem for.

Unidades de Conservação: quem financia os contrários

Empresas precisam ter consumidores…

O título acima é uma platitude, escolhi com o propósito de reforçar, chamar a atenção do menos atento. O que posso fazer, como consumidor, é escolher as empresas, e prestadores de serviços que eu quiser. Nós, consumidores, temos esta prerrogativa. Eu já escolhi as minhas.

E você, escolheu as suas?

(charge de abertura: inesc.org.br)

Argentina vai proteger seus mares. Nem assim o Brasil se toca

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