Surto de raiva ameaça focas-do-cabo na África do Sul

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Surto de raiva ameaça focas-do-cabo na África do Sul

Um alarmante surto de raiva se espalha entre as focas-do-cabo no litoral sul-africano. A situação inédita despertou temores de uma possível pandemia marinha, já que a doença só apareceu em focas uma vez antes, em um caso isolado na Noruega em 1980.

focas-do-cabo- na África do Sul
Imagem, Kristen van Schie.

Há dois milhões de focas-do-cabo na África do Sul

As focas-do-cabo — cerca de dois milhões, espalhadas da ponta da África do Sul até a Namíbia e Angola — enfrentam os efeitos do vírus. Agressividade extrema e desorientação anunciam a morte, que costuma ocorrer entre 10 e 14 dias após a infecção.

Pesquisadores desconfiam dos chacais-de-costas-pretas, predadores de filhotes de foca, como possíveis transmissores da raiva. A transmissão preocupa. O surto pode avançar entre outros mamíferos marinhos, especialmente em áreas naturais já pressionadas pela presença humana.

foca-do-cabo mortas
Imagem, Sea Search Rescue and Conservation.

Relatos apontam focas infectadas atacando outras focas, humanos e animais domésticos. Ainda não há confirmação de ataques a outros mamíferos marinhos, mas especialistas consideram a hipótese real.

Savannah Anderson, ativista e pesquisadora, fez um alerta: “O surto já é devastador para as focas. Contudo, o maior medo é que o vírus salte de espécie e atinja orcas, golfinhos e até baleias.”

Dificuldades na identificação da doença

O primeiro caso em focas-do-cabo foi confirmado em maio de 2024. Desde então, cientistas sul-africanos têm lutado para rastrear o vírus à medida que ele se espalha entre as colônias.

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Os cientistas se mobilizam para enfrentar a emergência. Como só é possível confirmar a raiva com amostras de tecido cerebral, veterinários buscam reconhecer focas infectadas por sinais clínicos visíveis.

dezenas de focas-do-cabo mortas
Dezenas de animas mortos. Imagem, Animal Survival International.

Segundo o Animal Survival International, “Nos últimos meses, foram relatados vários ataques a seres humanos por focas-do-cabo agressivas ao longo da costa.  Sabemos que o vírus pode infectar seres humanos e mamíferos terrestres. O que não sabemos é se ele pode saltar de espécie novamente, potencialmente infectando outros mamíferos marinhos, como baleias, orcas e outras espécies de focas.

A Animal Survival International (ASI) estabeleceu uma parceria com a Sea Search, uma ONG de investigação marinha que foi uma das primeiras a identificar este surto. A sua equipe de cientistas está liderando a resposta, rastreando focas infetadas, realizando autópsias, mapeando mudanças comportamentais e recolhendo dados críticos de colônias costeiras para compreender como a raiva está se propagando pelo ecossistema marinho.

Segundo o jornal inglês The Guardian, cientistas da Universidade de Pretória estão sequenciando o vírus para determinar onde e quando a raiva entrou na população de focas. A raiva é endêmica entre muitos animais selvagens no sul da África (chacais, por exemplo), mas a maioria desses animais não vive perto de humanos.

Assista ao vídeo e saiba mais

Rabies outbreak in Cape fur seals: navigating a new South African reality

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