Maré vermelha, saúde dos oceanos e nossa saúde

Maré vermelha, saúde dos oceanos e nossa saúde

A principal fonte deste artigo é o site Huffington Post. “Nossa saúde depende da saúde dos oceanos — e eles estão doentes. As proliferações de algas, ou maré vermelha, estão causando impacto global na saúde humana e sinalizando mudanças ambientais amplas no planeta.”

As marés vermelhas são fenômenos naturais. Elas podem ocorrer por mudanças na temperatura da água, alteração da salinidade e outros fatores.

Também têm relação com a ação humana. O excesso de nutrientes no mar provoca o fenômeno. Esgoto sem tratamento, poluição urbana, fertilizantes, maricultura intensiva e outros rejeitos despejam substâncias no oceano.

Esses elementos — ricos em nitrogênio, carbono, ferro e fósforo — mudam a composição química da água. O resultado é a proliferação de algas e bactérias nocivas. Muitas vezes, elas se multiplicam tanto que mudam a cor da água para tons próximos do vermelho. Nem sempre, porém, a maré é visível dessa forma.

Consequências da maré vermelha

O fenômeno libera toxinas em alta concentração. Essas substâncias envenenam a água e matam peixes, mamíferos marinhos e moluscos. Os filtradores, como ostras, mexilhões e mariscos, sofrem mais.

Em alguns casos, a mancha de algas bloqueia a luz e impede a fotossíntese. Isso reduz o oxigênio na água. Outro fator é a ação de bactérias decompositoras, que consomem o oxigênio ao se alimentar da matéria orgânica.

Exemplos recentes das consequências de marés vermelhas

Centenas de peixes-boi morreram nas praias da Flórida. Estudos apontaram a maré vermelha como causa. Algumas algas nocivas liberam toxinas que matam animais e afetam humanos.

Se inaladas, podem causar problemas respiratórios. Se ingeridas por meio de frutos do mar ou água contaminada, provocam distúrbios gastrointestinais e até neurológicos.

Saúde dos oceanos: por que a maré vermelha preocupa

A maré vermelha preocupa porque está ficando mais frequente, durando mais e atingindo áreas maiores. O aquecimento das águas pela mudança climática, somado ao escoamento agrícola e à poluição, aumenta os nutrientes no mar. Esse cenário favorece florescências cada vez maiores.

Impactos econômicos da maré vermelha na Flórida em 2016

A floração atual na costa oeste da Flórida durou 10 meses, o período mais longo em uma década. Ela é causada pela Karenia brevis, alga que produz a brevetoxina. A toxina não tem gosto nem cheiro, mas provoca tosse, espasmos brônquicos, dormência, vertigem e vômitos.

O governo estadual declarou emergência. Fechou praias e pescarias para proteger o público. O turismo sofreu prejuízos significativos. Não é um caso isolado. Em 2015, algas Pseudo-nitzschia formaram uma floração inédita de tamanho e duração, de Vancouver ao sul da Califórnia. Essa alga produz ácido domoico, uma neurotoxina potente. A pesca de caranguejo ficou suspensa por meses.

Saiba como foi no Chile

Em 2016, uma floração maciça de Alexandrium catenella contaminou fazendas de salmão no Chile. O episódio matou 100 mil toneladas de peixe, mais de 11% da produção anual. A tragédia devastou a indústria de aquicultura e provocou agitação social.

Este ano, novas florescências voltaram a atingir a costa chilena.

No Caribe

Nos últimos anos, as algas Sargassum cresceram de forma massiva no Caribe. Elas se acumulam nas praias em camadas de mais de um metro. Ao se decompor, liberam compostos de enxofre que irritam o sistema respiratório.

O turismo costeiro, principal indústria da região, sofre com o impacto das praias tomadas pelas algas.

O que falta conhecer sobre o fenômeno?

Para lidar com as florações e seus riscos, é preciso entender melhor as algas. Quais condições favorecem o crescimento? O que estimula a produção de toxinas? Por que morrem?

A resposta exige mais pesquisa científica. É urgente ampliar o monitoramento, criar sistemas de alerta e melhorar a capacidade de previsão. Também precisamos estudar mais os efeitos das toxinas na saúde. Algumas estão entre os compostos naturais mais perigosos conhecidos.

Saúde dos oceanos e a nossa saúde

“Uma coisa é muito clara: nossa saúde depende da saúde do oceano. A conservação dos oceanos não é apenas salvar peixes-boi; é proteger a saúde humana. Essas florescências são mais um aviso de que os seres humanos precisam ter muito mais cuidado com a forma como impactamos o planeta.

Caso contrário, os danos que infligimos aos oceanos continuarão voltando para nos atingir de novo e de novo.”

Observação do Mar Sem Fim

A maré vermelha, provocada por nossa ação, ameaça nossa própria saúde. Não é um caso isolado. O plástico mostra o mesmo ciclo. Usamos demais, descartamos sem reciclar dada a dificuldade, e o microplástico acaba ingerido pela vida marinha. Depois, volta para a nossa mesa no peixe e nos frutos do mar. Até quando?

Jogue lixo no lixo. Economize água e luz. Peça e ofereça carona. Use transporte público, se houver. Pressione o poder público. Somos quase oito bilhões de pessoas. Só há um caminho: cada um fazer a sua parte. Não existe alternativa.

Videoclipe do Observatório Mundial dos Assuntos do Oceano e o conceito “Oceanos e Saúde Humana”.

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