Revisitando a costa brasileira
Revisitando a costa brasileira: nesta terca- feira de Maio de 2012 começo a gravar os primeiros programas de uma nova série de documentários para a TV Cultura, no ar a partir de agosto.
Eu havia combinado desde o ano passado refazer o trabalho pelo litoral, agora com foco nas Unidades de Conservação (federais) da zona costeira.
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Unidades de Conservação, ou UCs, são áreas legalmente protegidas pelo poder público em suas três esferas: Federal, estadual ou municipal.
10% do mar, e zona costeira, protegidos até 2020
O Brasil é signatário de vários tratados internacionais. Um, em especial, propõe que os países membros tenham até 10% de seu mar protegido até 2020. Atualmente apenas 1,5% da zona costeira, ou de nosso mar, estão nesta categoria. Há uma pressão no meio ambientalista para que o Governo crie novas áreas, acompanhadas por outras implementadas por governos estaduais e municipais.
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Ministério do Meio Ambiente também é favorável
Sabe- se que funcionários graduados do Ministério do Meio Ambiente também são favoráveis, apesar de recentemente várias UCs da Amazônia terem seus limites alterados em razão da construção das usinas Tabajara, Santo Antônio e Jirau, em Rondônia (Medida Provisória 558, maio 2012, assinada por Dilma).
O Brasil tem hoje cerca de 1.600 UCs, federais ou reservas particulares, com algo como 115 milhões de hectares amparados.
É muito pouco, e não faltam ameaças às existentes: o Congresso quer mudar a instância de aprovação para novas UCs federais, atualmente nas mãos da presidência, atribuindo também à Câmera esta função.
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Novo Código Florestal
E o novo Código Florestal sugere descentralizar o licenciamento ambiental, retirando poderes do IBAMA, ou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio, passando-os para órgãos estaduais ou municipais.
Para finalizar há o enorme poder da bancada ruralista que não mede esforços para deturpar a função, diminuir e alterar limites, das UCs existentes.
Tudo isto às vésperas da Cúpula Mundial do Rio + 20 que começa em junho.
Como se percebe, é um bom momento para ampliar esta discussão através do poder da televisão.
Na esfera federal há 310 Unidades de Conservação protegendo cerca de 750 mil quilômetros quadrados. A maioria em áreas continentais. Apenas 62 estão na zona costeira. E são elas meu foco.

Começando pelo Rio Grande do Sul
Começo pelo Rio Grande do Sul onde visito duas, das três existentes: a Estação Ecológica do TAIM, em Rio Grande, e o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, em Mostardas, ambas na planície costeira gaúcha.
Fica de fora o Refúgio de Vida Silvestre Ilha dos Lobos, um ilhote de pedras defronte a cidade de Torres, cujo interesse é a freqüência da área por penípedes (pé em forma de pena) como focas e lobos marinhos.
Na volta conto o que vi.
Boa notícia, João! Espero que caiba nas pautas dos programas:
A questão necessária da recategorização da Reserva Biológica do Arvoredo para Parque Nacional Marinho. O Arvoredo seria melhor protegido se transformado em Parque e aberto para visitação monitorada em atividades como o mergulho recreativo contemplativo.
Outro ponto importante seria a criação do Parque Nacional Marinho do Arquipélago de Alcatrazes que era esperado para a Rio +20 e que infelizmente não ocorreu por algum deslise burocrático.
O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos é um exemplo positivo que deveria servir de modelo para outras áreas no litoral paulista e de outros estados brasileiros.
Que essa nova série da TV Cultura seja plena de sucesso!
Obrigado, Sérgio, concordo com vc sobre Alcatrazes. Estou na torcida pela criação do Parque. Espero que a nova série contribua com esta discussão, e apresse o Governo Federal que anda muito parado na questão da criação de novas áreas protegidas na zona costeira. Abraços
Obaaa….Lara Mesquita na na área novamente. Que notícia boa….Mas muitooo boa. Já vou postar no nosso blog. Informações mais que importante a todos os brasileiros. Tira uma foto quando passar na ilhota dos Lobos. Conheço quase todos os “moradores” de lá. Em anos passados ajudei a protege-los junto ao meu parceiro pescador Nelson Justo, o protetor mor da Ilha dos Lobos, em Torres. Os pescadores matavam os lobos que iam comer peixes nas suas redes. Passou anos e anos protegendo os lobos. . Hoje, Nelson Justo está no céu. Mas lhe garanto. De olho na misteriosa “Ilha dos Lobos” de Torres, guardiã da barra do Rio Mampituba. Grande abraço e bons ventos marinheiro.
Boooa João! Eu e mais um zilhão de pessoas certamente vibramos com essa boa nova.
Tenho certeza que o sucesso se repetirá, pela qualidade e consistência do trabalho. Só mesmo o João para acabar com o desvão de informação sobre esse marzão…
A minha torcida por ti e pelo novo trabalho, grande abraço e ótimos ventos sempre/)
Gostei de ver… Volte para o mar e nos presenteie novamente com belissimas imagens.
Obrigado, jailson, grande abraço.