Quem destrói a Amazônia, mineração ou projetos agropecuários?
A mídia internacional, que tradicionalmente abre grande espaço à Amazônia, reagiu depois que as redes sociais no Brasil começaram a ‘falação’ , coordenada pelas grandes ONGs, sobre o episódio que estabelece as áreas de mineração na Renca, Reserva Nacional de Cobre e Associados, no leste da Amazônia. Dezenas de matérias foram publicadas alertando sobre ‘a devastação’ que viria. Isso levou um tribunal a suspender o decreto do governo apoiado por Michel Temer, descrito como “o maior ataque à Amazônia nos últimos 50 anos”. Afinal, quem destrói a Amazônia?
Mineração ou projetos agropecuários? Pedro Jacobi ‘põe os pingos nos is’
O geólogo e ambientalista Pedro Jacobi ‘põe os pingos nos is”. Em artigo recém-publicado ele diz:
A mineração praticamente não devasta quando comparada com os grandes destruidores das florestas: as fazendas e projetos agropecuários. Quem diz isso não somos nós: são as excelentes imagens do novo projeto de monitoramento que o Google e o World Resources Institute lançaram.
Carajás onde estão algumas das maiores minas
Jacobi exemplifica: “eu peguei a região de Carajás onde estão algumas das maiores minas do Brasil e do mundo”. E prossegue: “vemos em verde uma imensa floresta preservada, graças aos esforços e investimentos das mineradoras. Se não fosse pela mineração, que proibiu a entrada dos fazendeiros, essa região teria sido totalmente transformada em pasto. Cercando a zona verde, onde a floresta está mantida, existe um mar vermelho que são as áreas onde os fazendeiros desmataram e plantaram o pasto. Um verdadeiro desastre ecológico que não foi evitado pelas autoridades apesar das leis.”
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E finaliza: “E os índios Xikrin do Cateté convivem amistosamente com a mineradora. Não poderá vir a ser assim na extinta reserva?”
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Projeto de monitoramento lançado pelo Google e o World Resources Institute
O mapa não mente. Jacobi ressalta: “no meio da floresta mal conseguimos ver as enormes minas de Carajás (ferro e a Vila com aeroporto), Salobo (cobre e ouro), Sossego (cobre e ouro), Bahia (ouro e cobre) e Azul (manganês).”
Mineração na Amazônia: 1 trilhão de dólares em produtos até o final das suas vidas úteis
Este é mais um dado apontado por Pedro Jacobi em seu artigo. Ele conclui: “se compararmos a área ocupada pelas imensas e ricas minas com as áreas em vermelho ocupadas pelas fazendas veremos que a mineração produz milhares de vezes mais do que estas por hectare utilizado e, naturalmente, devasta muitíssimo menos.”
E finaliza: “graças ao projeto Global Forest Watch fica resgatada a imagem da mineração que, como se vê, não é esse bicho-papão que muitos andam propagando mundo afora.”
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Ao anunciar o “fim da Renca” o governo Temer errou na comunicação. Para este site em vez de fim seria “o início”, já que o projeto delimita a área passível de mineração comercial.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, em entrevista ao jornal Valor Econômico, declarou:
“a versão que ficou é de que o governo estaria entregando a área para a atividade minerária” o que, segundo ele, “poderia colocar por água abaixo nossa política na Amazônia.”
Legislação do SNUC
A legislação do SNUC, Sistema Nacional de Unidades de Conservação, lembra o ministro, já impede a mineração em áreas protegidas. As mesmas que ficam no entorno da Renca e que geraram a enorme polêmica. Sarney Filho diz que “era preciso que isso ficasse claro desde o primeiro decreto.” Para ele “menos de 20% da área é passível de mineração.”
Fontes: geologo.com.br; valor.com.br; http://amazoniareal.com.br.
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