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Prefeito Antônio Colucci (PL), Ilhabela, e novo inquérito policial

Prefeito Antônio Colucci (PL), Ilhabela, ganha novo inquérito policial

Ele é o colosso do litoral norte. Provavelmente, é o grande campeão dos inquéritos policiais em toda a orla nacional. O prefeito Antonio Colucci (PL) acaba de conquistar mais um, por determinação do Tribunal de Justiça, desta vez por insuflar a população de Ilhabela a praticar crime ambiental arrancando o jundu das praias do município. Colucci é viciado em ilícitos morais. Ainda em março de 2023, novamente ocupou as manchetes ao dispensar de licitação uma obra de desassoreamento do córrego da Água Branca com um custo superior a R$ 13 milhões de reais. Houve, igualmente, suspeita de superfaturamento. Os denunciantes sugeriram ao Ministério Público um pedido de inquérito civil público. Ele é mais um dos burgomestres do litoral a processarem o Mar Sem Fim. E, como é um loser, a Justiça nos deu ganho de causa. Outra boa novidade foi a cassação de Flávia Pascoal (PL) ex-prefeita de Ubatuba, por 7 votos a 3. Que sete seja o fim de Colucci em breve.

Prefeito Antônio Colucci (PL).
Prefeito Antônio Colucci (PL). Imagem, Youtube.

Delinquência demonstra ignorância e despreparo

A mais nova delinquência de Antonio Colucci (PL) demonstra como o litoral é maltratado por inúmeros prefeitos. A decadência da zona costeira muitas vezes tem como artífices seus gestores políticos em mais uma prova do despreparo da maioria para gerir municípios costeiros em época de acelerado aquecimento global.

O jundu é um tipo de vegetação de restinga,  essencial para preservar o que Ilhabela tem de melhor: suas lindas praias. Recorremos a André Mota, engenheiro agrônomo da Atlântica Consultoria Ambiental, para explicar sua função:

O jundu é uma vegetação nativa de grande importância para a preservação das praias, além de servir como abrigo e fonte de alimento para fauna nativa. Ele ainda protege e dificulta o avanço do mar em períodos de ressaca. Praias com a presença de jundu apresentam qualidade ambiental superior as que não possuem e sua preservação também influencia a formação das bancadas de areia e a qualidade das ondas.

Antes de mais nada, ele reconheceu  que a conduta de “retirar o jundu” é crime ambiental. De maneira idêntica, Colucci admitiu que já responde a um processo por ter mandado seus funcionários a arrancarem a vegetação de jundu da Praia do Perequê.

“Tira lá. Cada um vai lá e puxa um pezinho, puxa um pé, porque eu não posso fazer isso, você acredita que eu não posso?”, disse em audiência pública em 27 de abril.

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E concluiu: “Eu já estou respondendo processo porque eu mandei tirar jundu na Praia do Perequê.” Pois agora o colecionador vai responder a mais um.

Processo 0019065-78.2023.8.26.0000

Assunto: Inquérito Policial – Crimes de Responsabilidade. Investigado: Antonio Luiz Colucci – Prefeito de Ilhabela. Relator, Desembargador Camargo Aranha Filho, em 20/05/2023.

Eis aí mais uma conquista do prefeito que sistematicamente investe contra os últimos caiçaras raiz que ainda sobrevivem em Ilhabela. É fácil para um poderoso prefeito maltratar os mais pobres de seu município, como fez com os caiçaras do Bonete, ou os da baía de Castelhanos.

Felizmente o Ministério Público tem agido à altura, impedindo as frequentes agressões do prefeito que não descansa enquanto não destruir o que resta de autêntico no município que deveria gerir com integridade.

Contudo, é lamentável que o sistema político brasileiro possibilite que celerados e amorais assumam postos de tamanha relevância. O Alcaide tem dois processos parados no STF. Ainda assim, conseguiu  eleger-se para ‘gerir’ o município campeão em recebimento de royalties do petróleo no Estado.

Só em 2022, Ilhabela recebeu R$ 336 milhões. Mas isso não é tudo, com as ‘participações especiais’, o valor dobra, nada mais, nada menos, que R$ 700 milhões de reais!

Muito disso deve-se à posição mesquinha das elites paulistas que lá têm suas casas de segunda residência. Em 2017 entrevistei o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, para uma matéria sobre saneamento na baixada paulista.

Mil e seiscentas mansões que não fizerem o dever de casa

Falamos sobre Ilhabela. Um dos problemas, disse Kelman “é que existem 1.600 mansões dos bacanas de São paulo que não fazem a ligação de suas casas com a rede coletora que já existe.” E Insistiu: “não fazem porque não querem.”

Se as elites paulistas não fazem sua parte, por que um medíocre prefeito deveria fazê-lo? Enquanto isso, leitor, R$ 700 milhões de reais de nossos impostos ficam na mão de um um infrator contumaz.

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Enquanto não houver uma reforma política que impeça absurdos como este o País haverá de amargar outros Antônios Coluccis. É uma lástima, um peso que os brasileiros honrados e honestos não podem aceitar.

Por último, uma boa notícia. Nesta segunda-feira, 29 de maio, Colucci foi assistir a audiência de cassação da prefeita de Ubatuba, e sua aliada, Flávia Pascoal (PL). Contudo, a população o expulsou da Câmara de Vereadores. Aos poucos a máscara vai caindo. Não falta muito para ele próprio ser cassado.

Assista ao vídeo da expulsão de Colucci durante audiência de cassação de Flávia Pascoal (PL), ex-prefeita de Ubatuba

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