Oceanos e rejeitos de minas, grande fonte de poluição

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Oceanos e rejeitos de minas: muito mais do que você pode imaginar

Oceanos e rejeitos de minas: a mineração é importante, ninguém duvida. Mas pouca gente sabe que milhares de toneladas de rejeitos de minas são jogados no mar, diariamente, mundo afora.

 imagem da mina los-pelambres-chile, que despeja rejeitos nos oceanos
Colossal mina chilena (foto: EcoWatch)

Acreditamos que a responsabilidade pela saúde, gestão em segurança, e o desempenho líder em saúde e segurança, é parte integrante de uma empresa eficaz e bem sucedida. Batu Hijau é uma das maiores minas de cobre do mundo e tem um forte compromisso com a segurança. Ao longo da vida útil da mina nosso desempenho de segurança recebeu uma série de prêmios e reconhecimento por parte do governo da Indonésia.

O texto acima está escrito em destaque no site da mina Batu Hijau, no ícone “Saúde e Segurança”, um dos 8 ícones na barra de cima, a mais nobre, da página de abertura do site.

Oceanos e rejeitos de minas: como a empresa descarta seus rejeitos

Faltou explicar como a empresa descarta seus rejeitos. Esta parte digamos, nem tão nobre, ficou a cargo do site EcoWatch,

diariamente 160.000 mil toneladas de rejeitos compostos por metais pesados são jogados no oceano Índico através de um tubo com 4 pés de diâmetro. A lama tóxica se espalha, cobrindo os canyons submarinos, afetando drasticamente a vida marinha. Este é o Deep Submarined Tailings Disposal (DSTP), ou ‘sistema de eliminação de rejeitos’ da mina da Newmount Mining, da Indonésia.

 imagem de despejo dos oceanos e rejeitos de minas
oceanos e rejeitos de minas: enorme tubo da mina Batu Hijau despeja rejeitos submarinos (foto: EcoWatch)

Saiba quem é líder em produção de ouro

Newmount Mining tem 90 anos de atividade, e é líder na produção mundial de ouro. Imagine a força extraordinária que tem a maior produtora do metal mais importante do mundo. Ela, por vezes, é mais poderosa que muitos países. Com seus recursos é capaz de dar um troco para os países, em geral pobres, onde é feita a operação. Poluição, ora a poluição…

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Batu Hijau é a maior mina que ainda usa o sistema DSTP

Batu Hijau é a maior mina que ainda usa o sistema DSTP. Indonésia,Papua Nova Guiné, e Noruega são os países que mais usam esse sistema, mas não os únicos. No Chile, as minas nas montanhas ao norte e leste de Santiago estão propondo construir tubos com 50-100 km para que  possam despejar seus rejeitos nos canyons do Oceano Pacífico, ao largo da costa chilena. A enorme Los Pelambres Copper Mine, no Chile, propõe a utilização DSTP no futuro, descarregando seus resíduos diretamente no oceano.

Oceanos e rejeitos de minas: atividade massacra o meio ambiente

Infelizmente, ainda não existem tecnologias capazes de eliminar cem por cento os rejeitos de minério. Algumas minas são colossais em tamanho, abrem enormes crateras  para dela extraírem sua produção. E, em consequência, produzem toneladas de rejeitos tóxicos. Como tratá-los e descartá-los? Eis aí o grande problema desta atividade.

Este não é problema restrito aos países em desenvolvimento

Você pode pensar que este sistema está restrito aos países mais pobres, os chamados ‘em desenvolvimento’, onde a atividade ainda não está regulamentada. Certo? Errado.

A Noruega é o país com mais minas a utilizar  este sistema de eliminação de poluentes. Os resíduos são jogados em fijords intocados, enchendo muitos com rejeitos ao longo do tempo. Isso acabou provocando uma reação da população que, em conjunto com a ONG Amigos da Terra, iniciou a campanha Save the Fijords.

 imagem de protestos-noruega contra poluição no oceanos e rejeitos de minas
Protestos na Noruega: oceanos e rejeitos de minas (foto: EcoWatch)

Oceanos: lata de lixo da humanidade

Como é possível um país tão adiantado, civilizado como a Noruega, fazer dos oceanos o seu lixão se igualando aos atrasados Brasis e Papuas Novas Guinés? Em tempo: não é só a Noruega a usar o sistema DSTP. Atualmente dezesseis minas, em 8 países, ainda utilizam o mesmo procedimento.

Não se vê o estrago

Ninguém vê o que está debaixo d’água. Nem exemplares da vida marinha, muito menos as algas do fitoplâncton e outras formas de vida. É como varrer a sala de sua casa para, em seguida, esconder a sujeira debaixo do tapete. Infelizmente tem sido assim desde os primórdios.

Oceanos e rejeitos de minas: Noruega aprova despejo em fijords

Segure-se na cadeira: em 2015 a Noruega aprovou o despejo de rejeitos em Fijords o que revoltou a população, e ONGs que lutam para que o processo tenha fim.

 imagem do fijord-Forde-Noruega poluído por rejeitos de minas
Fijord Forde, o escolhido para depósito de rejeitos (foto: EcoWatch)

O pior está por vir

Com os avanços da tecnologia hoje é possível a mineração debaixo d’água. Papua Nova Guiné (Saiba mais sobre os problemas de Papua Nova Guinéfoi o primeiro país a explorar uma mina submarina, imagine os estragos que isso pode causar. Mas o país não esta só. Há vários deles que começam a explorar o fundo do mar com objetivo semelhante, um deles, o Brasil.

Não basta gás e petróleo?

Imagem de incêndio em plataforma de petróleo
Deepwater Horizon, da BP, explode no Golfo do México em 20 de abril de 2010 (foto: fotografia.folha.uol.com.br)

Cientistas estão alarmados com a mineração submarina. Para eles a exploração de gás e petróleo já causaram danos suficientes. Até a Antártica, continente dedicado à ciência, está ameaçado. Desde 2013 cientistas australianos publicaram artigos informando que, possivelmente, haveria jazidas de diamantes no continente gelado, o que acirra a vontade de explorá-los. E agora, continuamos a detonar o meio ambiente?

Saiba mais sobre os recursos minerais dos oceanos.

Comentários

8 COMENTÁRIOS

  1. Acho que deveria procurar melhor então….

    Uma simples busca e é fácil encontrar artigos sobre o Deep Sea Tailings Placement (DSTP).

    Antes de sair criticando, como se fosse o maioral ou o sabichão, pesquisa sobre o que o blog falou e faça uma crítica assertiva. Tentou ser o cara na crítica, mas nem busca no Google sabe fazer direito.
    Só nisso já dá pra mensurar o seu intelecto.

  2. Precisamos de informações racionais. Não artigos panfletários que não buscam fatos e dados. A estranheza do articulista em relação à Noruega traduz a leviandade da abordagem.

  3. Um dos pescados mais consumidos entre os brasileiros está o cação ou topo da cadeia alimentar marítima repleto de metais pesados e de Hg ou mercúrio metálico, que ingerido o corpo humano não consegue eliminar.
    Em nome do “progresso” e conforto fingimos que nada temos a ver com “os empresários gananciosos” e agimos como dizem que as avestruzes agem perante a perigos enfiando suas cabeças nas areias, mas toda a vida neste planeta é uma caderneta de poupança de poluentes e dia virá a cada um que a conta irá estourar em forma de câncer, AVC e outras doenças e talvez muitos pensarão “ahh se eu soubesse naqueles dias o que sei agora eu não seria este ser que chora….”
    Dizem alguns ecologistas que ainda temos tempo então façamos a “escolha de Sofia”

  4. O Mar Sem Fim é a mais importante publicação online focada na difusão da conservação dos recursos naturais costeiros e oceânicos no Brasil. Parabéns João, para vc e colaboradores. E muita saúde!!!!

    • Concordo. E acho curioso como as pessoas que criticam são aquelas que, sem apresentar contra-argumento concreto nenhum, não querem olhar para o próprio modo que vivem e para a evidente destruição que a humanidade está causando nos mares e no mundo. Vão esperar o apocalipse para, quiçá, rezar por suas vidas miseráveis…

    • Sem dúvida! Comentários como esse do Ariovaldo não devem ser levados em conta. É curioso como esse pessoal diz que o jornal é um lixo, etc., e continua lendo (mas não entendendo).
      Vamos em frente, Mar Sem Fim!

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