O impacto do turismo sobre os oceanos

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Entendendo o impacto do turismo sobre os oceanos: quais são as preocupações? 

Viajar é uma necessidade humana. Desde os primórdios da humanidade, as pessoas vagavam em busca de novos horizontes e paisagens inexploradas. Contudo, séculos atrás, o modo como os seres humanos viajavam era mais voltado para uma comunhão com a natureza. Hoje em dia, essa realidade mudou. Artigo especial para este site. 

O impacto do turismo.

Com o avanço do mundo tecnológico, a indústria do turismo passou por uma transformação que está cobrando um preço caro dos nossos oceanos e da natureza em geral. Se as coisas continuarem seguindo como estão, as consequências podem ser desastrosas. Mas isso não significa que as pessoas precisam parar de viajar. Só significa que o turismo consciente precisa ser prioridade. Continue lendo e veja como isso funciona na prática! 

O cenário atual do turismo e os seus impactos econômicos

Os mares e oceanos ocupam cerca de 70% da superfície da Terra. Estima-se que existam mais de 500 mil e 10 milhões de espécies marinhas vivendo no oceano atualmente. Os oceanos produzem mais da metade de todo o oxigênio que precisamos para sobreviver. Por isso, ele é considerado o pulmão do planeta. Ainda assim, ele não recebe o devido cuidado. 

O número preciso é incerto. Afinal, há muito que a humanidade ainda não sabe sobre o que habita as profundezas. Toda essa vida, todas essas espécies, muitas delas ainda não descobertas, podem estar sob ameaça devido às novas tendências do turismo. 

Atualmente, a indústria do turismo representa mais de 8,1% do PIB do Brasil, com uma contribuição de mais de 150 bilhões anuais para a economia. Nos últimos 4 anos, o turismo gerou mais de 300 milhões de postos de emprego no mundo inteiro. Só no Brasil, foram mais de 6 milhões de empregos gerados. Ou seja, não há como negar que o turismo tem um impacto econômico considerável e deveria ser incentivado. 

Os impactos ambientais do turismo no Brasil e no mundo

Grandes empresas estão focando cada vez mais apenas no retorno financeiro e ignorando os impactos socioambientais da indústria. Uma das principais preocupações, atualmente, é a construção em regiões costeiras. Muitos grandes resorts desmatam a costa para construir, ocupando mangues e recifes e matando centenas de criaturas marinhas. 

Outro problema que vem gerando preocupação é a quantidade de lixo, plástico e outros resíduos deixada por turistas nas praias. Hoje em dia, o oceano recebe mais de 25 milhões de toneladas de lixo todo ano. Nem todo esse volume é produzido pela indústria de turismo, mas ela tem um papel considerável nesses dados. 

Grandes cruzeiros também são uma preocupação dos ambientalistas. Um estudo realizado em 2019 revelou que 200 navios de cruzeiro emitiram mais gases poluentes do que todos os carros da Europa combinados. Além da poluição do ar, os grandes cruzeiros também poluem diretamente o oceano com esgoto não tratado e lixo produzido pelos turistas a bordo. As consequências deste descaso já estão sendo sentidas mundialmente. 

A pesca excessiva também pode ser uma consequência do turismo em massa. Afinal, viajantes tendem a consumir uma quantidade maior de frutos do mar. Por isso, os hotéis e restaurantes de áreas costeiras acabam praticando a sobrepesca para satisfazer a demanda dos clientes. Há ainda uma preocupação real com redes abandonadas no oceano. Elas aprisionam e causam a morte de milhares de peixes e criaturas todo ano. 

Os dados sobre os impactos do turismo nos oceanos ainda são escassos. Contudo, questões como a pesca predatória, branqueamento de corais, emissões abusivas de CO₂ de cruzeiros e extinção de espécies precisam ser levadas em consideração o quanto antes ou todos nós sentiremos as consequências. 

Vale ressaltar uma vez mais que o turismo não precisa acabar para que esses impactos sejam reduzidos. Há maneiras de incentivar o turismo sem causar danos tão severos no oceano. Mais do que nunca, é hora de investir em soluções conscientes para incentivar o turismo sem destruir a natureza. A seguir, falaremos mais sobre o turismo consciente. 

Turismo consciente: o que é e como praticar 

Ao longo deste artigo, vimos como as grandes corporações e resorts de grande porte estão danificando os oceanos. Porém, esses gigantes da indústria são apenas um lado da moeda. A mudança precisa começar em algum lugar, e não há um lugar melhor do que nas pessoas. Ao mudar os hábitos de consumo e a maneira como viajamos, é possível acender a chama da mudança que tanto precisamos. 

Ao visitar grandes resorts de cassino ou cruzeiros, por exemplo, e se divertir com jogos como o raspe e ganhe dinheiro, o turista precisa ter em mente algumas práticas simples que não entrarão no caminho do seu entretenimento, mas podem salvar os oceanos. 

Um exemplo disso são as atividades marinhas que milhões de turistas realizam todos os anos. Snorkeling, mergulhos, passeios de barco, caiaque e diversas outras atividades relacionadas podem causar sérios danos à vida marinha, caso não sejam praticadas de maneira correta e com muita responsabilidade. A primeira coisa a se fazer para praticar o turismo consciente é respeitar a vida de todas as criaturas que vivem no oceano. 

Mas afinal, como fazer isso? É necessário ter cuidado. Muitos turistas pisam em corais, arrastam seus equipamentos pelos recifes, tiram peixes da água para tirar fotos, alimentam os animais com o tipo errado de comida ou perturbam o ecossistema local ao viajar com largos grupos de pessoas que não praticam o turismo consciente. Todos esses comportamentos precisam ser evitados. 

Isso significa que os turistas não podem realizar atividades marítimas? Não. Porém, é preciso ter um cuidado com tudo ao seu redor. O ideal é que os guias e empresas de turismo também se mobilizem para trazer informações e instruções para os grupos de turistas, para que eles estejam cientes das consequências de suas ações. 

Demais cuidados que valem a pena serem considerados 

Outro ponto de preocupação que os turistas podem evitar durante suas viagens é o uso excessivo de protetor solar com propriedades tóxicas. Produtos não biodegradáveis como o protetor solar são responsáveis por quase 14 mil toneladas de químicos que poluem o oceano. Alguns protetores chegam a ter mais de 20 compostos químicos. 

Esses componentes causam deformações nos corais, branqueamento dos recifes e até mesmo a morte de algumas espécies. 75% dos corais estão ameaçados devido ao comportamento humano. A extinção dos corais pode causar sérios danos ao meio ambiente. Afinal, eles são responsáveis por grande parte da proteção da erosão dos solos e até mesmo têm um papel no combate aos danos causados por tsunamis. 

Não é necessário evitar todo e qualquer protetor solar ao entrar no mar. Afinal, a proteção contra os danos causados pelo sol na pele é importante. Contudo, para praticar o turismo consciente, você pode escolher produtos conscientes que não têm tais componentes químicos nocivos. Hoje em dia, muitas marcas já se preocupam com essa questão e oferecem produtos criados para ter um impacto menos devastador. 

De fato, estes são apenas alguns exemplos de como praticar o turismo consciente na sua próxima viagem. Mas há outras maneiras de fazer isso, como evitar desperdícios de água na hora de tomar banho nos hotéis e pousadas, ficar atento na hora de levar lembranças para casa e jamais incentivar a exploração de animais ou pessoas para o seu entretenimento. Também é importante escolher somente empresas que praticam o turismo consciente. 

Conclusão 

A proteção dos oceanos deve ser um esforço conjunto. Afinal, ela impacta a vida de cada ser humano no planeta. As atitudes dos turistas são apenas a ponta do iceberg quando se trata da proteção dos mares. Cuidados como evitar desperdícios, não usar produtos químicos no oceano e não jogar lixo em locais indevidos são a primeira linha de defesa e são ações que qualquer pessoa pode praticar. 

Porém, para que haja um impacto real, as grandes empresas e corporações também precisam demonstrar uma preocupação muito maior com os danos causados pelas suas ações. Resorts, cruzeiros e outras grandes estruturas são responsáveis pela pior parte dos danos ao oceano. Por isso, eles precisam começar a pensar em alternativas sustentáveis para continuar existindo. E cabe à população cobrar esse tipo de atitude. 

O terceiro pilar da proteção ambiental são as ações governamentais. A liderança de todos os países precisa estar ciente da importância de fiscalizar o desmatamento e a destruição de ecossistemas em prol do retorno financeiro. Além disso, o governo também precisa investir mais em campanhas de conscientização voltadas para a população. Afinal, muitos turistas sequer estão cientes dos impactos de suas ações. 

Diversas pessoas ainda veem a destruição dos oceanos e os impactos do turismo na vida marítima como uma preocupação do futuro. Porém, a humanidade já começou a sentir os efeitos do descaso com a natureza e isso só tende a piorar, a não ser que todos comecem a tomar uma ação. 

Como sabemos, viajar faz bem para a alma. A indústria do turismo não vai desaparecer. Na verdade, ela só tende a crescer nos próximos anos. Mas é possível viajar de maneira mais consciente. Comece agora. 

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