Navios de cruzeiro, a pandemia e a tempestade perfeita
Este site não é o maior fã deste tipo de navio. Já mostramos nestas páginas alguns inconvenientes. Muitos dos navios de cruzeiro (cargueiros e petroleiros também) são ‘porcalhões’ no maltratado espaço marinho. Em países onde a legislação ambiental funciona, algumas das companhias mais conhecidas já foram multadas por descarte inadequado de lixo, e outros rejeitos. Para além de descartar lixo onde não deveriam, são ‘máquinas’ de poluição ambiental. Ainda assim, há quem goste. Questão de opinião. Para nós, outro aspecto sobressai: a imensidão destes navios os tornam quase uma agressão visual para quem os encontra no mar. Mas são apenas impressões pessoais. Hoje vamos abordar outro grande problema dos armadores: Navios de cruzeiro e a pandemia do coronavírus.
Navios de cruzeiro e a pandemia do coronavírus
Num primeiro momento, quem mais sofreu foram os passageiros que estavam em cruzeiros mundo afora quando a pandemia foi percebida. Milhares de turistas de repente ficaram presos, os ‘degredados da pandemia’.
Em abril de 2020, início do flagelo, havia 124 navios nas águas dos EUA, com 95.000 tripulantes de várias nacionalidades a bordo, e muitos passageiros também, sem cronograma claro para quando e como todos eles voltariam aos seus países de origem, alguns dos quais fecharam suas fronteiras. Não deve ter sido uma experiência agradável, ao contrário. Mas agora, outro problema aparece para os armadores.
Navios de cruzeiro não têm onde atracar
De acordo com o Financial Times, existem 338 navios de cruzeiro nos mares do planeta. E como todos sabem, um dos setores da economia mundial que mais sofreu com a covid-19 foi o do turismo.
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O caso é tão grave que já houve suicídios em decorrência do confinamento forçado, longe de seus países, famílias e amigos. As Nações Unidas descreveram a situação como ‘crise humanitária’.
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‘Ociosos no purgatório de navios’
O site www.infobae.com levantou outra questão: enquanto algumas dezenas de navios cortam os mares em todas as direções a fim de repatriar seus tripulantes, o restante da frota ‘fica ociosa no purgatório de navios de cruzeiro, incapaz de navegar comercialmente em um futuro próximo. Nos EUA, o setor concordou em não retomar as operações até pelo menos setembro’.
E qual o maior problema desta ociosidade forçada? Ela corresponde a uma sentença de morte para os armadores e seus ‘ativos mais fortes’, os próprios navios. Por quê? Simplesmente porque não há onde guardá-los, a não ser no mar.
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Mas, na situação atual, eles ficam no mar. E é aí que mora o perigo.
‘Navios desligados e deixados em uma doca’
Navios do porte dos atuais de cruzeiro têm uma infinidade de equipamentos caríssimos, que vão de motores a geradores, passando por equipamentos eletrônicos, hidráulicos, e outros; e aço, muito aço para a sua construção. E eles precisam de manutenção sob pena de naufragarem. Quando ficam fundeados, seja por um fim de semana, ou por seis meses ou mais, ele têm que ficar funcionando. Motores ligados, geradores idem, bombas, acessórios, escadas rolantes, ou elevadores, fica tudo ligado.
Monty Mathisen, editor-gerente do Cruise Industry News, declarou ao infobae: “Os navios de cruzeiro modernos não são projetados ou construídos para serem desligados e deixados em uma doca. Estamos falando de grandes quantidades de máquinas, eletrônicos e até aço que precisam de manutenção, monitoramento e trabalho preventivo.”
Além do enorme gasto com o navio pronto para zarpar, mas preso no porto, imagine a incrustação de organismos marinhos em seus enormes cascos, ou a ferrugem que aos poucos se instala. Como lidar com isso se a frota está parada, não tem data para voltar a operar e, em consequência, sem dinheiro no caixa? Navegando, a incrustação é infimamente menor. Parado, o casco de um navio torna-se habitat para dezenas de microorganismos marinhos. Fora a ferrugem que se alastra.
É uma tempestade perfeita para os navios de cruzeiro.
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Prejuízos bilionários
Vamos recordar que muitos destes navios estão fundeados em regiões sujeitas a furacões e outros eventos extremos, o que pode ser um cataclisma, desta vez no sentido figurado, para os armadores.
Mas antes que furacões prejudiquem ainda mais a situação, a maior companhia de cruzeiros do mundo, a Carnival Corp (mais uma empresa de cruzeiros marítimos que já foi multada em US$ 20 milhões de dólares por descartar lixo no mar) já indicou ‘que suas despesas atuais de remessa e administração chegariam a US$ 250 milhões por mês quando todos os seus navios estiverem imobilizados’.
Segundo o infobae, “A empresa diz que não pode prever quando os cruzeiros serão retomados, o que significa um item de longo prazo em um balanço que registrou perdas de US$ 4,4 bilhões apenas no segundo trimestre.”
Perdas de US$ 4 bilhões de dólares é algo que até a economia de um país sente. Imagine uma empresa…E parece até pouco perto do que disse o Financial Times a respeito da mesma empresa, em junho de 2020: “A Carnival, a maior empresa de cruzeiros do mundo, está com hemorragia de US$ 1 bilhão por mês para manter sua frota.”
Mais problemas para as grandes do setor de cruzeiro
Se você achou que US$ 1 bilhão por mês é pouco, saiba que mais de 60.000 tripulantes permanecem presos a bordo de navios, esperando para descobrir se serão repatriados para seus países de origem, segundo o FT.
Além desta batata quente nas mãos, as companhias grandes como a Carnaval, a Royal Caribbean e a Norwegian Cruise Line agora enfrentam vários processos judiciais de passageiros que perderam parentes e tripulantes que adoeceram. Segundo o FT, ‘acredita-se que apenas 82 pessoas tenham morrido de coronavírus capturado em navios de cruzeiro’. Mas, e a quantidade que adoeceu a bordo?
Isso ninguém sabe ainda.
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E os navios prontos a serem lançados em 2020?
Apesar de não sermos fãs da modalidade, como dissemos desde o início, a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro projetou que navegariam este ano 32 milhões de passageiros. Que agora estão presos em casa. Para além disso, segundo o FT, “A década de 2020 deveria ser uma década de boom para os cruzeiros.”
“Dezenove novos navios no valor de mais de US$ 9 bilhões deveriam ser lançados apenas este ano. Um deles, o Scarlet Lady, que custou 600 milhões de euros para construir, foi o primeiro de uma nova linha administrada pela Virgin – a incursão inaugural de Richard Branson no mercado de navios de cruzeiro.”
US$ 9 bilhões enterrados na construção de novos, e ainda maiores, monstros de ferro. E agora?
A tempestade perfeita
Ela acontece quando os navios estão parados, como agora. Mesmo sem receber nenhum turista, e dispensando a maioria da tripulação, para um navio de cruzeiro ficar parado em segurança significa que ele precisa cerca de 160 tripulantes. De acordo com o chefe da Carnival , vice-almirante William Burke, uma equipe de convés para dirigir o navio, uma equipe de engenharia para comandar a energia elétrica e a propulsão, uma equipe médica para atender às necessidades da equipe (principalmente na época de Covid-19), segurança, e pessoal de limpeza e cozinha suficiente para manter todos cuidados e alimentados.
Obrigações do Lloyds
De acordo com o guia de configuração do Lloyd’s Register, todos os cantos de um navio, desde a sala de bombas até os alojamentos, precisam ser inspecionados quanto a vazamentos de gás e mofo; equipamentos elétricos, incluindo os sistemas de navegação, precisam ser removidos do armazenamento seguro e reinstalados; e os desumidificadores precisam ser removidos antes que os móveis e itens leves possam ser limpos e recolocados.
Desligar tudo pode ser pior
Mas isso não é o pior. A outra opção é desligar tudo a bordo, e manter apenas uma pequena equipe de vigilância. Nesta caso, segundo a Fortune, ‘o historiador e escritor de cruzeiros Peter Knego mostra uma imagem sombria do que pode acontecer.
“A primeira coisa que acontece é o encanamento”, diz Knego. “Se você não tem o encanamento ativo a ferrugem entra em ação, o cano começa a se desintegrar e então você tem grandes problemas.”
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“Apenas o fato de serem guardados em água salgada, expostos ao ar salgado, deteriora tudo muito rapidamente”, explica. “Você literalmente precisa romper a infraestrutura para fazer reparos se um navio estiver ocioso por muito tempo”. “Com layups de longo prazo, problemas como podridão começam a surgir.”
Seja qual for a decisão do armador, depois de apenas seis meses os navios podem perder certas certificações que lhes permitem navegar legalmente.
É, ou não, uma tempestade perfeita?
Imagem de abertura: Naomi Baker.
Fontes: https://www.infobae.com/america/mundo/2020/07/09/crece-el-drama-para-los-cruceros-no-tienen-donde-atracar-y-corren-riesgo-de-oxidarse/?fbclid=IwAR0mKNy54ieWf8eAPLlOjFYh1M6o7peNg1_0In5rx-wmPO9AQDmkU4IZPbE; https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/07/pandemia-condena-mais-de-200-mil-marinheiros-a-confinamento-sem-fim-nos-oceanos.shtml?fbclid=IwAR3MKr7xp0MtK4ioo4a0J_KLu76z_KKM0PBHT-AgimYq57Q4gT4zD49ymN4; https://www.ft.com/content/d8ff5129-6817-4a19-af02-1316f8defe52; https://fortune.com/2020/07/11/perfect-storm-cruise-ships-cannot-set-sail/.
São estruturas medíocres, que nem merecem serem classificadas como navios pois na verdade são gigantescas barcaças, com uma superestrutura muito mais alta do que seu calado. Estas barcaças são chamadas de navios para cruzeiro, pois para transporte regular de passageiros é que não são face aos problemas muito bem relacionados na matéria. Parecem mais meios de confinamento onde seus ocupantes passam os dias empanturrando-se de inúmeras refeições, como se nunca mais fossem ver comida na vida.
Há muitas maneiras de conhecer o mar e, na boa, ninguém entra num cruzeiro pra isso. Querem ficar bêbados, tomar sol, azarar e jogar. Tão se lixando pro mar.
Assim, os cruzeiros são polos de contágio de doenças: viroses, gripes, sífilis, micoses e qq coisa que se transmita com contato ou proximidade. Qualquer surto de qq coisa num cruzeiro contamina todo mundo, tá todo mundo “preso” lá em alto mar.
Os funcionários são obrigados a trabalhar num ritmo insano, principalmente na cozinha. Por que vc acha que aquele suicida citado no texto fez isso? Uma verdadeira barca furada os Cruzeiros.
Compartilhei esta abordagem do “Mar Sem Fim”. sobre os 338 navios de cruzeiro parados, a frota total internacional e a grave situação pandêmica. A solução que enxergo para eles, como conjuntura para salvaguardar as funções vitais dos sistemas e como opções de demandas em curto e médio prazo, é transformá-los em Universidades Flutuantes e parte deles transformá-los num “Grandioso Projeto de Sistemas” como “Cidades Satélites Flutuantes Autopropulsoras”. Para as Universidades, consultas às Universidades Ícones como de Coimbra, Sorbonne, Harvard, Yale, Colúmbia, Manchester, UFBA, USP, UNICAMP dentre outras. O entendimento que precisa ser alcançado envolve a ONU,(Secretaria Geral da ONU), com os representantes de todos os seus 194 países membros, uma Comissão de Arquitetos e Urbanistas(sugiro o CAU-BR e IAB, eu, sendo autor deste Projeto de Sistemas que desenvolvi bem antes do período dos refugiados). A proposta visava outras demandas, mas nesta conjuntura, vem se tornando imperativo, onde estas unidades agenciadas como “Cidades Satélites Flutuantes Autopropulsora” teriam uma Base Operacional, Salvador Bahia, por esta razão comporia o exame primaz desta proposta, o Prefeito de Salvador e o Governador do Estado da Bahia e todos os países membros da ONU(194 Unidades Internacionais) e o representante do Governo Federal. O público alvo a ser transferido mediante critérios, seria “os refugiados”, É comovente e revoltante a situação deles num cotidiano sofrível como demonstram as reportagens. Coloco-me a disposição para quaisquer esclarecimentos. A Natureza Divina harmonizará e as “Forças Turbilhonares Macrocósmicas” propulsionará.
É a única opção de muitas pessoas de conhecerem os oceanos. Nem todos tem a coragem, tempo e a disposição de navegar em um barco pequeno.