Novo marco regulatório do saneamento e a omissão de ‘ambientalistas’, ONGs e que tais
Este site não poderia deixar de condenar mais uma omissão dos que se dizem ‘ambientalistas’. Não é a primeira vez que criticamos ambientalistas, provavelmente não será a última. Mas agora, com o desleixo escancarado, nos decidimos por mais um post de opinião: Novo marco regulatório do saneamento e a omissão de ‘ambientalistas’.
Novo marco regulatório do saneamento e a omissão de ambientalistas
Já escrevemos sobre o novo marco regulatório do saneamento em votação no Senado na última semana de junho. Se aprovado, tende a diminuir a indecorosa segregação social existente no Brasil. Especialistas acreditam que será possível universalizar os serviços em 15 anos, ou menos.
Quase 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto apesar do direito estar assegurado pela Constituição. O caso ganha contornos dramáticos se considerarmos a pandemia que infecta milhões, e mata milhares, especialmente os mais pobres. Como se sabe, uma das formas de evitar a doença é a higiene pessoal. Como consegui-la sem acesso à água tratada?
É uma realidade conhecida por todos, incluso ‘ambientalistas’, que humilha qualquer pessoa de princípios.
Mais lidos
Declínio do berçário da baleia-franca e alerta aos atuais locais de avistagemCOP29, no Azerbaijão, ‘cheira à gasolina’Município de Ubatuba acusado pelo MP-SP por omissãoVerticalização em Ilha Comprida sofre revés do MP-SPMas, apesar da eloquência dos números, um segmento da sociedade não tomou conhecimento da votação do Senado. Este segmento é formado pelos ‘ambientalistas’, entre aspas para não acusar todos, somente os omissos que formam a vasta maioria dos que conhecemos.
Por que os ‘ambientalistas’ não se manifestaram na votação do novo marco regulatório do saneamento
Alguns, alienados, preocupam-se com seus salários pouco se lixando para o meio ambiente; enquanto as ONGs do setor omissas, com patrocínios. Outros, porque se alinham ao que se chama de ‘esquerda’, algo ultrapassado desde a queda do Muro de Berlim em 1989 mas ainda em uso.
PUBLICIDADE
Mas o quê isso tem a ver com o novo marco regulatório?
Bem, segundo estudos jamais contestados, o custo para universalizar os serviços são proibitivos para um país que não fez o suficiente e legou esta situação aos seus descendentes: entre R$ 400 e R$ 600 bilhões de reais.
Leia também
Dois hectares de mangue em Paraty provocam discórdiaMitos e verdades sobre a campanha de despoluição do rio TietêBrasil pega fogo, espanta o mundo, e Lula confessa: ‘não estamos preparados’O novo marco prevê a privatização, impede que municípios e companhias de saneamento realizem novos contratos fechados, sem concorrência. O novo marco abre espaço para a entrada forte da iniciativa privada.
Estimativas indicam que, se aprovado, deve gerar cerca de 1 milhão de empregos nos próximos cinco anos.
Mesmo assim os alienados se calaram.
Marina Silva e seus aliados alienados
Ela é um ícone, sabemos. Mas consideramos sua gestão na pasta do Meio Ambiente uma sucessão de equívocos. Marina criou o ICMBio ao desmembrar o Ibama e homenagear seu objeto de devoção, o seringalista Chico Mendes. Mas esqueceu-se de dar estrutura aos órgãos que já eram precários, ficaram ainda mais na miséria e, em consequência, semi inoperantes.
Marina deu força às famigeradas RESEX que podem ser tudo, menos espaços de conservação. Ela é de ‘esquerda’, seja lá o que isso possa representar nos dias de hoje. E seguida por pencas de alienados que se dizem baluartes do meio ambiente.
Estas pessoas e entidades conhecidas se calaram frente à discussão do novo marco regulatório. Sua decisão contribuiu para que o publico leigo não atinasse para a importância do que está em final de votação, ou como a ausência deste serviço básico destrói a vida, e o meio ambiente que dizem proteger.
Crianças morrem por diarreia, rios agonizam entupidos de lixo, ambos por falta de saneamento básico
Segundo o Trata Brasil referência do Brasil na área, ‘a diarreia mata 2.195 crianças por dia e faz mais vítimas do que a Aids, a malária e o sarampo juntos. É a segunda causa de morte entre meninos e meninas entre 1 mês e 5 anos no mundo’.
Enquanto a vergonha persiste, nossos rios agonizam. E aqueles que ainda conseguem chegar ao mar, despejam lixo em vez de água contaminando o litoral. Ainda assim, ‘ambientalistas’ escolhem o silêncio.
Na hora ‘H’
Para pressionar, e esclarecer nossos leitores, dias antes da votação publicamos o post Saneamento básico, novo marco será votado no Senado que explica os custos envolvidos, dados oficiais, e novidades propostas. No dia da votação, depois da publicação do post, escrevemos no Facebook:
Não é pra encher o saco, mas não vi um ‘ambientalista’, ‘ativista ambiental’ ou ONG do setor, comentar a votação do novo marco regulatório do saneamento básico. A abissal desigualdade social, leia-se pobreza, deixou de ser problema ambiental ou é cegueira mesmo?
PUBLICIDADE
A frase solta teve ampla repercussão. Poderíamos ter parado por aí. Mas lembramos que estas frases somem com o tempo. E não queremos que as pessoas um dia pensem que fomos tão desatentos quanto parte significativa dos ‘ambientalistas’.
O momento de alienação generalizada neste meio escandaliza; municia, reforça o discurso de um ministro do Meio Ambiente que sugere ‘passar a boiada enquanto a mídia se ocupa da Covid-19’.
Apesar ‘deles’, o projeto foi aprovado na noite de 24 de junho. Segue para sanção do presidente. Entre os que votaram contra estão Randolfe Rodrigues (Rede – AP), partido de Marina Silva, e…
- Sérgio Petecão (PSD-AC)
- Jaques Wagner (PT-BA)
- Eliziane Gama (Cidadania-MA)
- Weverton Rocha (PDT-MA)
- Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB)
- Paulo Rocha (PT-PA)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Jean-Paul Prates (PT-RN)
- Zenaide Maia (PROS-RN)
- Paulo Paim (PT-RS)
- Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
Imagem de abertura: O Globo
Críticas sempre deven eer feitas. Aprimoram decisões. Mas nessa matéria faltou ouvir o outro lado. Gostaria de saber porquê alguns senadores votaram contra. E ouvir o que Marina tem a dizer sobre as críticas direcionadas à ela. Aprofundar a discussão nos ajudaria a compreender melhor o caso e certamente deixaria às claras eventuais interesses que estejam subjacentes.
Realmente clara e sensata mensagem.
Aos políticos brasileiros pouco interessa o povo e sim sua própria agremiação.
Moro na Alemanha a 15 anos e desfruto de um país com 100% de saneamento básico.
Não existe nenhuma razão para o Brasil não ter a mesma condição a não ser a falta de vontade política.
Se companhias privadas resolverem o problema, o retorno para o governo em termos de economia na saúde será o suficiente para resolver o maior problema do país investindo em educação.
Mas essa solução não interessa a nenhum político, especialmente aos ditos “de esquerda”
Parabéns, o certo deve ser reconhecido e elogiado.
Sucinto e direto, falaram tudo. Este pessoal da chamada esquerda esta colocando a ideologia deles acima do bem estar da populaçao que (supostamente) dizem proteger… Eles querem eternizar uma situação de praticamente genocídio…
Parabéns à Coluna.
Dá gosto de ler reportagens imparciais. Que informam. Parabéns.
O que esperar dos congressistas que votaram contra .Nada como sempre so fazem ser contra tudo o que é de beneficio para o povo mais necessitado , e ja sabemos de longe que o que vc investe em saneamento voce economiza uma 5 vezes no minimo em Saude (ou a falta dela ) nos hospitais e remedios e mortes .
Gostaria de registrar minha concordância integral a matéria. Ontem, durante a votação do Marco do Saneamento, um líder de um desse partidos de esquerda, que bem frisou o articulista, sabe-se lá o que significa isto. Disse que estavam dando o filé mignon à iniciativa privada e osso para o Estado. Ele esqueceu de um pequenino detalhe, foi esse Estado ineficiente que nos colocou nessa posição vergonhosa perante o mundo. Chega de hipocrisia da esquerda, dos pseudo ambientalistas patrocinados por sei lá quem com interesses obscuros. Chega! Viva o desenvolvimento.
João. Vou dar mais um exemplo do descaso. Aqui na grande São Paulo temos 3 cidades vizinhas (Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras), que juntas tem mais de 500.000 habitantes. Em Franco da Rocha e Caieiras, a maior parte da população já tem a coleta de esgotos, no entanto, tudo é canalizado para algumas tubulações que despejam o esgoto in natura diretamente no Rio Juqueri, a 35km do centro de São Paulo. Durante o governo do Geraldo Alckmin, foi iniciada em Caieiras, ao lado do Rio Juqueri, a construção de uma grande estação de ETE para tratar do esgoto dessas 3 cidades, porém antes mesmo das eleições de 2018 esta obra já estava paralisada. Hoje deve estar com praticamente 70% pronta, mas as obras não prosseguem. O Doria prometeu concluir esta obra, no entanto nada acontece e o Rio Juqueri continua sendo um grande canal de esgoto, que deságua no Rio Tietê em Santana do Parnaíba, contribuindo para o aumento dessa poluição.
Parabéns pelo artigo. Não sou contra o Estado , MAS o estado já provou sua incompetência na administração pública. Exemplo da famosa Petrobrás que se compararmos com outras em termos de barris refinados por empregados , fica num dos últimos lugares entre as 10 maiores empresas de petróleo. Viva empresa privada, bem controlada por órgãos federais. Lembro que tais órgãos foram aparelhados, corrompidos, pelos governos dos famosos PETRALHAS..
matéria perfeita
Em um pais onde cem milhões de pessoas não têm acesso a esgoto e mais de 15 mil morrem por ano por causa da falta de saneamento, a universalização desse serviço tem que ser tratada como prioridade. O marco do saneamento será um catalisador importante para a melhora de vida de toda a população.
Parabéns!!! disse tudo!!
Melhor matéria escrita nesta coluna em anos!!!!!!! Parabéns!
Meu Deus, faz tempo que não via tanta sensatez em uma unica noticia.
Ótimo artigo! parabéns