José Bonifácio de Andrada e Silva, Primeiro Ecologista do Brasil

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José Bonifácio de Andrada e Silva, Primeiro Ecologista do Brasil

Ele foi um pioneiro. Filho do Iluminismo, acreditava no progresso da ciência. Viveu 36 anos na Europa, falava e escrevia em seis idiomas e lia em 11. Um erudito, ávido leitor de estudos das diferentes áreas do pensamento. Foi membro das principais academias de ciências do planeta, mas acabou mais conhecido na história do Brasil como o “Patriarca da Independência”. Defendeu a reversão das terras não cultivadas à Coroa. Pediu reflorestamento obrigatório e preservação de um sexto das matas originais de toda propriedade. O assunto de hoje é José Bonifácio de Andrada e Silva, Primeiro Ecologista do Brasil, e sempre à frente de seu tempo.

Imagem de José Bonifácio de Andrada e Silva

José Bonifácio de Andrada e Silva, dados biográficos

José Bonifácio de Andrada e Silva  nasceu em 1763, em Santos. Era filho de pai rico. Estudou em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com 20 anos foi cursar Direito, Filosofia, e Ciências Naturais na Universidade de Coimbra. Poucos anos depois, em 1789, entrou para a Academia de Ciências de Lisboa.

gravura mostra biblioteca da Academia de Ciências de Lisboa
A biblioteca da Academia de Ciências de Lisboa. Ilustração,https://www.postais-antigos.com/.

No ano seguinte foi mandado para a França, para estudar, e Alemanha, onde se dedicou à Mineralogia e Silvicultura. Foi o primeiro cientista brasileiro a fazer pós-graduação no exterior. Depois de 36 anos na Europa voltou ao Brasil em 1819, aos 56 anos, pensando em se aposentar.

Mas, em vez do ócio, abraçou a política. Foi ministro do reino, e dos negócios Estrangeiros entre 1822 e 1823. Teve papel decisivo na Independência do Brasil. Acabou brigando com o imperador que o demitiu. Banido, exilou-se na França durante seis anos. E deu a volta por cima outra vez.

pintura mostra Coroação de D. Pedro
A Coroação de D. Pedro I, 1828. De Jean-Baptiste Debret.

Voltou ao Brasil, reconciliou-se com o imperador e acabou como tutor de seu filho, Pedro II, até 1833 quando foi novamente demitido, desta vez pelo governo da Regência. Em 6 de abril de 1838, morreu em casa, na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro.

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Sempre à frente de seu tempo

Para se ver como estava comprometido, e muito à frente de seu tempo, saiba que em 1815 Bonifácio publicou ‘Memória sobre a necessidade e utilidades dos bosques em Portugal’, segundo nos informa a professora Maurecir Guimarães de Moraes em O pensamento ambiental de José Bonifácio de Andrada e Silva, ‘quando ocupava o cargo de superintendente das obras de reflorestamento nos areais das costas marítimas em Portugal. Além de produzir um verdadeiro tratado técnico sobre os melhores métodos que deveriam ser empregados para o reflorestamento da costa portuguesa, trata do desperdício da derrubada de árvores e florestas sem o devido replantio, fruto do desmazelo e falta de aplicação do conhecimento científico no trato humano com a terra’.

Desertificação no Oriente Médio e no norte da África

“A desertificação no Oriente Médio e no norte da África era entendida por Bonifácio, como sendo provocada, em grande parte, pela ação nociva humana, percepção confirmada por pesquisas recentes no campo da história ambiental. A região da antiga Mesopotâmia já foi um grande celeiro agrícola, parte integrante do “crescente fértil” que, devido à sucessão milenar de práticas ambientais danosas como desflorestamentos, sedimentação de rios e canais, etc.”

A fantástica percepção em outro vaticínio

Ainda de acordo com a professora Maurecir Guimarães de Moraes, em O pensamento ambiental de José Bonifácio de Andrada e Silva, a declaração abaixo demonstra profundo conhecimento.

Eu só me ocuparei hoje do abuso, que em muitas partes do Brasil se comete quando se derrubam árvores seculares, e majestosas, que nos deveriam merecer todo o respeito, em certas circunstâncias e condenando-se a destruição de um incêndio, a título de estrumarem suas terras com as cinzas; operando as vezes a machado e o fogo a destruição de uma obra, em que a natureza gastara longos anos. E desta arte que tem caído, até de cume de altas montanhas, árvores preciosas, que com a sua copa abrigavam a fertilidade dos vales circunvizinhos, pela umidade, que lhes conservavam, podendo muitas delas, além deste incomparável benefício, comprar a sua existência ao homem, com os frutos, resinas e bálsamos, que lhe oferecem, e que por serem preciosos já se vão procurar a léguas no centro de sertões, onde só chega o homem para destruir estas fontes de sua riqueza.

Falta de fiscalização ambiental

Bonifácio antevê o problema atual da falta de fiscalização ambiental eficiente em todos os biomas nacionais, da Amazônia, ao bioma marinho costeiro.

A falta de polícia própria para coutar e guardar as matas, castigando pronta e irremissivelmente os que as roubam, incendeiam; e lhes metam gados daninhos fora de tempo e de lugar. Tem sido incrível a impune devassidão e desmazelo, com que os arvoredos e maninhos públicos foram abandonados ao machado estragador do rústico, ao dente roedor dos animais, e as queimadas dos pastores. Mas quem vedaria estes males; e quem executaria nossas leis, se nunca houve uma inspeção única e central, composta de homens sábios e zelosos, que vigiasse com energia sobre tudo o que diz respeito à administração e polícia das matas, estradas, rios e minas? Ramos que pela sua mútua correlação e dependência requerem um sistema único e ligado de meios e de fins.

Como se sabe, até hoje nos locais com mata derrubada os grileiros da Amazônia colocam gado, sem falar na falta de fiscalização eficiente, que continuamos a não ter.

O ecologista do Império

Dizem os que estudaram a vida do Patriarca, que uma de suas maiores influências foi um dos professores da Universidade de Coimbra, o naturalista italiano Domingos Vandelli, célebre à época, e grande amigo de Lineu, que havia sido contratado para lecionar história natural e química.

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A visão crítica da destruição da natureza

Teria sido com Vandelli que José Bonifácio adquiriu a visão crítica da destruição da natureza, a partir de quando desenvolveu grande preocupação com a questão ambiental.

Vale saber outras de suas facetas com a historiadora Miriam Dolhnikoff, da Universidade de São Paulo (USP) e autora da biografia José Bonifácio (Companhia das Letras), em declaração à excepcional Revista Fapesp, em 2012.

“Acima de tudo, foi um cientista, formado pela Ilustração, e que desdenhava o conhecimento de gabinete. Acreditava numa ciência com sentido propositivo e prático. Para ele, sua condição de cientista o capacitava a encontrar soluções racionais para os problemas enfrentados pelo Estado.”

E, mais adiante, diz a historiadora, “A opção de Bonifácio pela mineralogia se enquadrava nessa perspectiva da ciência utilitária. Ele levou a visão de cientista ilustrado para a política. Como um mineralogista, quis amalgamar os metais de que dispunha para criar a têmpera da nação civilizada.”

Curso de química na França

Durante o primeiro período europeu, fez curso de química na França com Antoine François de Fourcroy, químico e político, responsável pela criação do Museu Nacional de História Natural, pela reorganização do ensino superior, e dos liceus e colégios da época.

Conheceu Humboldt e teve aulas com Kant

Na Alemanha conheceu as melhores cabeças da época, como Humboldt, curiosamente também conhecido como o primeiro ambientalista, e teve aulas com ninguém menos que Kant. Visitou as minas da Boêmia, e fez pesquisas na Dinamarca e Suécia.

Gravura de Humboldt
Humboldt cercado por livros em sua casa.

A preocupação com a natureza

Ao falarmos que foi ‘ecologista do Império’ queremos destacar seu conhecimento e preocupação com a natureza, muito mais do que o que representa o termo hoje.

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quadro mostra matas brasileiras no século 19
A pintura Caçador de Escravos, de Jean-Baptiste Debret mostra como eram as matas no século 19.

Segundo José Augusto Pádua, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e autor de Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (Zahar), ‘para Bonifácio, o desenvolvimento não poderia basear seu crescimento na destruição anticientífica das florestas, pois essas ações ameaçariam o futuro’.

Palavras de José Bonifácio de Andrada e Silva em 1828:

Nossas preciosas matas desaparecem, vítimas do fogo e do machado, da ignorância e do egoísmo. Sem vegetação, nosso belo Brasil ficará reduzido aos desertos áridos da Líbia. Virá então o dia em que a ultrajada natureza se ache vingada de tantos crimes

Pintura de D. Pedro II e família
Família Imperial Brasileira em 1857, pintura de François-René Moreau. À esquerda de D. Pedro II a sua esposa, D. Teresa Cristina e, à sua direita, as princesas D. Leopoldina e D. Isabel.

Pádua defendeu a tese de doutorado ‘A Decomposição do Berço Esplêndido’, que investiga as raízes da ecologia no Brasil. Para ele, “José Bonifácio foi um pioneiro. Foi o primeiro político a integrar a ecologia em um projeto nacional, um ecologista muito à frente de seu tempo’.

A BBC publicou declaração anterior, ou seja de 1821, que confirma o caráter de um ecologista e ativista dois séculos atrás. Não é coincidência, é a prova de que sua inquietação com os problemas ambientais era genuíno, e de visão muito longa.  Mostra uma mente brilhante e prova por que o Patriarca da Independência foi, de fato, o Primeiro Ecologista do Brasil.

Destruir matas virgens, como até agora se tem praticado no Brasil, é crime horrendo e grande insulto feito à mesma natureza. Que defesa produziremos no tribunal da Razão, quando os nossos netos nos acusarem de fatos tão culposos?

assinatura de José Bonifácio de Andrada e Silva,
Imagem, pt.ikipedia.org.

A ecologia e um projeto de nação

O professor José Murilo de Carvalho, do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, citado em matéria da Super Interessante, declarou: “Ele inovou ao passar do naturismo para o ecologismo, superando a admiração passiva da natureza para incorporá-la racionalmente a um projeto de nação.”

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Criticando o ensino no Brasil do século 19

 No Brasil, as ciências e as boas letras estão por terra. Tudo o que interessa é vender açúcar, café, algodão e tabaco

Uma viagem pela Mata Atlântica

Um ano depois de voltar ao Brasil, em 1820, fez uma viagem com um de seus irmãos, Martim Francisco, pelo sertão paulista, local de origem da Mata Atlântica. O que era para ser uma expedição mineralógica deixou profunda impressão.

desenho da Mata Atlântica no século 19
Mata Reduzida a Carvão, 1830. De Félix-Émile Taunay.

Logo no início JB lamenta o ‘miserável estado em que se acham os rios Tietê (Até hoje problemático. Saiba mais em Núcleo União Pró-Tietê) e Tamanduateí, sem margens nem leitos fixos, sangrados em toda parte por sarjetas que formam lagos que inundam essa bela planície’. E, nos arredores de Itu, observa que ‘todas as antigas matas foram barbaramente destruídas com fogo e machado.’

Potencial perdido pelo atraso e ‘desleixo’

Segundo a historiadora Berenice Cavalcante, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e autora de José Bonifácio: razão e sensibilidade (FGV), citada em excelente artigo da revista Fapesp, “diante do que encontrou, lamentou o imenso potencial perdido pelo atraso e ‘desleixo’ dos brasileiros no cultivo da terra. Irritou-se com a destruição despropositada da natureza e previu que, após esgotarem os recursos, as populações migrariam constantemente, dificultando ainda mais a chegada da civilização.”

Desenho mostra escravidão no Brasil
Escravidão, na visão de Jean-Baptiste Debret.

Miriam Dolhnikoff, da Universidade de São Paulo (USP),  diz que “a sua defesa da abolição seguia o mesmo princípio. A escravidão criava uma elite ociosa e violenta e, logo, inculta, obstáculo para o desenvolvimento. Também era responsável pela destruição inútil das matas.”

Propôs o confisco de terras improdutivas

Segundo esta autora, José Bonifácio ‘Bateu de frente com os grandes proprietários ao propor que as terras sem cultivo fossem confiscadas pelo governo e vendidas, destinando o dinheiro para os pobres, para que pudessem se incluir socialmente’.

‘Memória sobre a Pesca de Baleias e Extração de seu Azeite’

Este é dos célebres trabalhos de José Bonifácio, que mais uma vez destaca a sua faceta ecologista. Ele o redigiu em 1790, na Academia de Ciência de Lisboa, e se mostrava indignado com as ‘irracionalidades’ que aqui aconteciam.

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Gravura de caça a bacia na Bahia, século 19
Caça a baleia, século 19.

Em um trecho do trabalho ele registra “as desordens que vi e observei em algumas armações de baleias no Brasil”, promovidas por “feitores estúpidos e inteiramente ignorantes na arte de caçar baleias”.

Inconformado com a morte de baleias bebês

JB não se conformava com o costume de arpoar baleotes de mama, desmontando a cadeia reprodutiva, já que “por uma dessas sábias leis da economia geral da natureza as baleias só parem de dois em dois anos um único filho, morto o qual perecem com ele todos os seus descendentes.”

aquarela mostra baleias na Baía de Guanabara
Baleias na Baía de Guanabara, 1790.

País que desmata resulta na desertificação

Sobre este problema tão atual, e ainda pouco compreendido por muitas autoridades nacionais, dizia o Patriarca: “Todos os que conhecem por estudo a grande influência dos bosques e arvoredos da Economia geral da Natureza, sabem que os Paizes, que perderão suas matas, estão quasi de todo estereis, e sem gente. Assim succedeo à Syria, Phenicia, Palestina, Chypre, e outras terras, e vai succedendo ao nosso Portugal.”

desenho da Ponte Santa Efigênia
Ponte Santa Efigênia, São Paulo em 1827. Jean-Baptiste Debret.

As futuras gerações

Em matéria da BBC, diz o historiador José Augusto Pádua: “Bonifácio foi um personagem muito importante, apesar de ainda pouco reconhecido, na construção dessa preocupação com o ambiente e o futuro das florestas em escala mundial.”

Na mesma matéria, o historiador e jornalista Jorge Caldeira comenta: “Ele explicava com detalhes sobre a importância de preservar os bosques do Reino, isso não era nada comum nos tempos dele.”

Pintura de José Bonifácio de Andrada e Silva
Dona Leopoldina presidindo sessão do Conselho de Estado, por Georgina de Albuquerque. Na tela, José Bonifácio discursa para a princesa regente sobre a separação do Brasil de Portugal.

Em defesa da preservação das baleias

Segundo Caldeira, ‘Era um ecologista prático, bastante apurado para os dias de hoje. Tanto é que seu primeiro trabalho científico foi em defesa da preservação das baleias.”

A matéria da revista Fapesp, de autoria de Carlos Haag, define José Bonifácio como ‘cientista reconhecido por seus pares, com carreira de nível mundial, raridade no século 18’.

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E também, ‘É o único brasileiro ligado à descoberta de um novo elemento químico, o lítio, e, em sua homenagem, a granada de ferro e cálcio foi batizada de andradita’.

Carlos Haag, na abertura, faz uma provocação aos atuais políticos que usaremos para fechar este breve texto.

pintura mata virgem
Mata virgem, de Manuel de Araújo Porto-Alegre Segundo Império, 1841-1889.

‘Pesquisa feita em 2011 pelo Congresso Nacional revelou que apenas 8% dos 652 deputados e senadores têm mestrado ou doutorado. No Senado, 9,5% dos parlamentares nem sequer ingressaram num curso superior.’

E conclui Carlos Haag: ‘As estatísticas, talvez, não afetem o desempenho dos congressistas, como querem alguns especialistas, mas a comparação com o currículo de um político do passado, José Bonifácio, dá o que pensar’.

Importância da educação

O Mar Sem Fim não tem dúvida de que, para sair do buraco em que está, o Brasil  deveria fazer o que fizeram os Tigres Asiáticos ( Hong Kong, Singapura, Coreia do Sul e Taiwan, assim chamados na década de 70) com os quais o País já foi comparado: investir maciçamente em educação e qualificação profissional.

Retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva
Imagem, pt.wikipedia.org.

Mas nunca fizemos isso com seriedade e a obstinação necessárias, não por outro motivo patinamos indefinidamente no fundo do poço.

Enquanto os Tigres aumentaram barbaramente sua renda com a exportação de produtos com alto valor agregado, e muita tecnologia aplicada, o Brasil segue vendendo apenas commodities, ou seja, produtos básicos não industrializados (nada contra elas, mas tudo contra, APENAS, elas), perpetuando assim uma das piores divisões de renda do planeta.

Para finalizar, recomendamos ao leitor que conheça o portal José Bonifácio – Obra Completa.

Imagem de Abertura: Google

Comentários

14 COMENTÁRIOS

  1. Matéria excelente! Grande figura infelizmente esquecida. É necessário levar o pensamento e a obra de Bonifácio às novas gerações! Estamos quase no ponto de não retorno!

  2. Uma vez em NY, passeando numa praça em frente a Biblioteca local, me deparei com uma Estátua de José Bonifácio de m.m. 2 m, em que a cidade de NY o homenageia por seus feitos na ciência. Quase caí duro.

  3. Grande Bonifacio, excelente texto, parabens.

    Um comentario apenas: os paises asiaticos nao apenas investiram em educacao, mas organizaram sistemas industriais com politicas ativas, protegeram suas moedas contra a especulacao, enfim, o contrario do que pregam os economistas liberais que monopolizam a grande midia. Basta ver o editorial do estadao hoje sobre a nova lei do cambio…. uma tragédia, vamos argentinizar a moeda nacional….

  4. Prezado Sr. João Lara Mesquita,
    Cada retorno aos seus escritos é uma descoberta nova!
    Parabéns pelo tema, pelas inúmeros e valiosas citações e, particularmente, por não se ter tratado apenas disso: sua desassombrada posição é excelente: ” para sair do buraco em que está, o Brasil deveria fazer o que fizeram os Tigres Asiáticos ( Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan, assim chamados na década de 70) com os quais o País já foi comparado: investir maciçamente em educação e qualificação profissional”.
    Fraternal abraço do
    José Tarciso Beraldo

  5. Parabéns pela matéria. Realmente pouco sabemos dos outros valores de José Bonifácio, o que é uma falha na educação no país, como muitas outras. Como seria importante abordar mais isso para uma consciência e educação crítica no país, além de maior investimento em ciência, claro. Eu mesmo, só pude conhecer melhor esses outros fatos da vida de JB quando fui apresentado ao “espodumênio” no curso de Geologia, o mineral de lítio que ele ajudou a descobrir, e aí, fiquei surpreso e maravilhado com sua história. Vou buscar mais informações a partir desta matéria.

  6. Excelente matéria! Precisamos divulgar e pesquisar mais a história deste brasileiro, que ainda hoje está à frente da grande maioria das lideranças brasileiras.

  7. Como professor de História, das preocupações que tenho atualmente junto aos meus alunos uma é combater o processo de demonização da “política”, fenômeno recorrentemente empregado por mentalidades autoritárias pretensamente em defesa da liberdade e da moralidade. Nesse sentido, recorrentemente apresento a eles José Bonifácio de Andrada como exemplo de um homem da ciência com visão de vanguarda que, como político, participou ativa e decisivamente no processo de independência do Brasil e lealmente manteve-se preso às suas convicções . Acredito que matérias como esta contribuem para ilustrar a importância da ciência, do conhecimento e da política como elementos fundamentais para a evolução social, para o progresso material e, mais importante, para garantir a sustentabilidade destes. Parabéns!

  8. Excelente artigo, infelizmente só o lado político de José Bonifácio na época da independência é divulgado. Tivemos um intelectual de nível mundial, ombreando com os melhores da Europa. Como santista é um orgulho ser conterrâneo do Patriarca. Obrigado.

  9. Em Nova York na praça em frente da Biblioteca, tem uma estatua de José Bonifácio, doada pelo Governo do USA em homenagem a ele. E nós aqui no Brasil ?

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