Energia eólica no Brasil, o futuro está no mar
A energia eólica cresce no mundo, e avança no Brasil. Uma década atrás o País contava com meros 1,5 GW (Gigawatts) instalados. Hoje a energia eólica é a segunda maior fonte, com uma capacidade instada de cerca de 33 mil megawatts, algo em torno de 13,5% da matriz energética do País, atrás apenas das hidrelétricas. Entretanto, o grande potencial, a energia eólica offshore, teve seu marco regulatório estabelecido apenas em 2025. Enquanto isso, o Ibama já recebeu mais de 20 projetos de licenciamento para empreendimentos nas águas que banham sete Estados brasileiros.

Energia eólica no Brasil, o futuro está no mar
A energia eólica representa hoje 16,4% da matriz elétrica nacional. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEólica– temos 1.103 parques.


Para chegar a este percentual, diz a ABEEólica, o setor investiu R$ 13,6 bilhões; as plantas offshore devem ampliar os investimentos nos próximos anos.
Segundo a ABEEólica, fomos o quinto país que mais instalou eólicas, de acordo com dados do GWEC (Global Wind Energy Council). Porém, em contrapartida, o Brasil O país subiu uma posição e alcançou o 5º lugar no Ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore em 2024.
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Minas Gerais e Rio de Janeiro, representando 36 milhões de habitantes beneficiados (IBGE, 2022). Em termos de investimentos, os dados da BNEF (Bloomberg New Energy Finance), mostram que encerramos o ano com um investimento acumulado de 2015 até 2024 da indústria eólica em US$ 42 bilhões.
Um balanço de 2024
O ano de 2024 terminou com 1103 usinas e 33,7 GW de potência eólica instalada, o que representou um crescimento de 10,8% em relação a dezembro de 2023, quando a capacidade instalada era de 30,4 GW. Os estados contemplados com os novos empreendimentos em 2024 seguem na tabela ao lado.
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Considerando todas as fontes de geração de energia elétrica, em 2024, foram instalados 3,3 GW de potência e a eólica foi a segunda fonte que mais cresceu, representando 10,8% da nova capacidade instalada no ano. A nova capacidade eólica instalada em 2024 fez a fonte eólica atingir uma participação de 16,1% da matriz elétrica brasileira, conforme ilustrado no gráfico ao lado, que apresenta a
participação de todas as fontes de geração na matriz elétrica brasileira no fim de 2024.
A instalação offshore provocará danos à vida marinha?
Para responder com mais certeza é preciso aguardar o novo marco regulatório. Porém, em nossa pesquisa na net descobrimos que as regras para a instalação das torres estão na NORMAM 11, da Diretoria de Portos e Costas da Marinha.
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Esperamos que sejam os menores possíveis, porque nenhum país com saída para o mar pode dispensar a energia eólica offshore em tempos de aquecimento global desembestado.
Torres na plataforma continental
As plataformas continentais, parte mais produtiva e sensível dos oceanos, representam menos de 10% da área total dos oceanos. No entanto, a maioria das plantas, animais e algas do oceano vivem nelas devido à abundância de luz solar, águas rasas e sedimentos ricos em nutrientes que fluem para eles a partir das fozes dos rios.

É neste ambiente que serão criados os parques eólicos. Um ambiente responsável pelo início da vida de, no mínimo, 90% das espécies marinhas do planeta. É preciso que o licenciamento seja rigoroso porque não se trata apenas de fincar uma torre no mar.
O proceso implica em:
A) Gerador Eólico (ou torre).
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B) Estação Transformadora, estrutura localizada dentro ou fora do Parque Eólico Marítimo na qual os WTG estão conectados por meio de cabos elétricos.
C) Estrutura Periférica Significativa (SPS), ou o gerador eólico localizado em um dos vértices de um Parque Eólico retangular ou em outro ponto notável na sua periferia.
Ou seja, para cada novo parque um trecho da plataforma continental será bastante alterado. Que o licenciamento ambiental destas obras seja célere, e eficaz, é a nossa torcida. Uma coisa é certa, não podemos dispensar a energia eólica offshore.
Ainda sobre possíveis danos à vida marinha
Em nossa pesquisa para este post encontramos um site de advogados especializados em Direito Marítimo, o KINCAID – Mendes Vianna Advogados, que abordou o assunto.
“A necessidade de mitigar os danos ambientais está na mira do Ibama e do Conama, que vêm modernizando as regulamentações para dar conta do uso de novas tecnologias. Uma das normas prevê o uso de tubulações de oito metros de diâmetro, fundeadas em 40 metros de areia para alicerçar as plataformas, que devem manter a distância mínima de 1,5 quilômetro de uma a outra. Um enrocamento submerso (conjunto de blocos de pedra lançados uns sobre os outros) ajuda a evitar a erosão causada pelo mar.”
Agora temos que aguardar a promessa do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que garantiu apresentar uma regulamentação para investimentos em usinas eólicas no mar até o fim de 2021.
Potencial de investimentos da energia eólica offshore no Brasil
O senador Jean-Paul Prates (PT-RN), que apresentou o projeto de lei que visa estabelecer o marco regulatório para futura exploração de usinas eólicas offshore no Brasil, diz que o potencial é de ‘bilhões em investimentos’.
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E ele não exagerou. Conforme documento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Ceará tem três projetos de investimento no setor.
Segundo o Diário do Nordeste, ‘nos cálculos do presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará (CS Renováveis), Jurandir Picanço, o conjunto deve indicar um investimento total de cerca de RS 37,6 bilhões no Ceará’.
Imagine o investimento total para os 20 projetos já apresentados! Nossa matriz elétrica renovável limpa aumentará ainda mais.
Imagem de abertura: https://gwec.net/.
Fontes: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53176883/brasil-chega-a-19-gw-de-capacidade-instalada-de-energia-eolica; https://epbr.com.br/raio-x-das-eolicas-offshore-em-licenciamento-no-brasil/; https://valor.globo.com/publicacoes/suplementos/noticia/2021/05/26/projetos-offshore-aguardam-definicoes-regulatorias.ghtml; https://clickmacae.com.br/noticias/18594/raiox-das-eolicas-offshore-em-licenciamento-no-brasil; https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/projetos-de-energia-eolica-offshore-podem-injetar-r-37-6-bi-no-ce-1.2208106.











O brasil é mesmo um pais abençoado. Com esse litoral imenso, seu potencial hídrico, luz solar o ano inteiro, jazidas de minério abundantes, seu poderoso agro negocio. O que atrapalha é essa classe política sem moral, disposta a tudo para enriquecer a custa do sistema.
As matérias são excelentes!