Encontrado novo Moai na Ilha de Páscoa
Os muitos mistérios da Ilha de Páscoa já eram evidentes para seu ‘descobridor’, o explorador holandês Jacob Roggeveen. Ele avistou a ilha no domingo de Páscoa (5 de abril de 1722), daí seu nome. Ao ver os moais, pensou, eles certamente precisariam de madeira e cordas. Contudo, a Ilha de Páscoa que encontrou era um lugar ermo. Sem nenhuma árvore ou arbusto com mais de 3 m de altura. Cinquenta e dois anos depois, em 1774, foi a vez do navegador James Cook. Ele anotou em seu diário que “dificilmente poderia conceber como esses ilhéus, totalmente desconhecedores de qualquer poder mecânico, poderiam criar figuras tão estupendas”. Agora, encontraram um novo Moai.
A Ilha de Páscoa
Para começo de conversa a ilha é o pedaço de terra mais isolado do mundo. As terras mais próximas são a costa do Chile, 3.700 km a leste. E as ilhas Pitcairn, Polinésia, a dois mil km a oeste.
Mais recentemente, a ilha continua encantando com seus mistérios. O cientista Jared Diamond, autor do best-seller Colapso – como as sociedades escolhem o fracasso ou seu sucesso escreveu:
Nenhum outro lugar que eu tenha visitado me causou impressão tão fantasmagórica quanto Rani Raraku, a pedreira na ilha de Páscoa onde suas famosas estátuas eram esculpidas.
No livro, Diamond analisa o que fez com que algumas das grandes civilizações do passado entrassem em colapso e o que podemos extrair disso. A vigília sombria das estátuas da ilha de Páscoa sugeriram a Diamond, a pergunta: Será que isso também não pode acontecer conosco?
A conclusão é que no fundo, a Ilha de Páscoa e sua autodestruição é uma parábola de nossa época. Assim como eles se autodestruíram por maus tratos ambientais cujas consequências eram totalmente desconhecidas, agora estamos fazendo o mesmo, porém, com conhecimento. A tese de Jared Diamond é extremamente instigante e atual.
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Colonização das ilhas do Pacífico
Para Diamond, a colonização das ilhas do Pacífico teria sido feita em ondas sucessivas, mas por uma única leva de povos asiáticos que, aos poucos, conquistaram todas as ilhas. Coletivamente, essas pessoas são chamadas de Lapita e foram os ancestrais dos polinésios, incluindo os Maori.
Contudo, há outras teses que citam duas correntes de colonizadores. A segunda, teria saído da América do Sul. Esta tese teve seu início com a viagem do explorador Thor Heyerdahl, em sua famosa viagem na jangada Kon-Tiki.
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Conheça o navio de guerra mais antigo do mundo ainda em serviçoNaufrágio com 3.300 anos muda compreensão da navegação no mundo antigoO último navio de Shackleton, o Quest, é encontradoApesar de muito combatida, em 2020, em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores encontraram ‘evidências conclusivas’ para o primeiro encontro entre sul americanos e polinésios, depois de analisar o DNA de mais de 800 indivíduos de 17 ilhas polinésias e 15 grupos indígenas sul-americanos na costa do Pacífico.
O que eles descobriram foi que pessoas de várias ilhas da Polinésia Oriental (ou seja, a parte leste), incluindo Rapa Nui – também conhecida como Ilha de Páscoa – têm traços genéticos em seu DNA vinculados a indígenas sul-americanos.
Heyerdahl foi um ardente expoente da escola “difusionista” de antropologia cultural, que afirma que as semelhanças culturais entre sociedades geograficamente separadas não são necessariamente coincidências espontâneas, mas às vezes o resultado de contatos reais na antiguidade.
Antes de mais nada, apesar dos muitos estudos feitos desde a descoberta, 301 anos atrás, a sociedade que existiu em Páscoa continua surpreendendo. Agora…
Um novo Moai é descoberto
No leito de um lago seco, arqueólogos em Rapa Nui – também conhecida como Ilha de Páscoa – desenterraram uma estátua até então desconhecida, diz a smithsonianmag.com.
‘A nova descoberta é um dos moais, famosas figuras de pedra localizadas ao redor da ilha. Os pesquisadores esperam encontrar outros artefatos antigos, incluindo moai e ferramentas adicionais, no local, chamado Rano Raraku. Eles também planejam realizar datação por radiocarbono para determinar a idade da estátua.’
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A smithsonianmag.com entrevistou Terry Hunt, arqueólogo da Universidade do Arizona. “Achamos que conhecemos todos os moais, mas então um novo aparece. Quando há um moai no lago, provavelmente há mais”.
O novo moai é menor do que as quase 1.000 outras estátuas da ilha, que podem medir até 33 pés de altura e pesar até 80 toneladas. Eles representam os “ancestrais divinizados” dos ilhéus, diz Hunt.
A smithsonianmag.com explica: ‘O povo Rapa Nui criou o moai a partir de cinzas vulcânicas solidificadas entre aproximadamente 1300 e 1600 d.C. Muitas das estátuas estão situadas em plataformas de pedra conhecidas como ahu; elas estão voltadas para dentro, longe do mar circundante. As partes mais visíveis dos monólitos são suas cabeças, já que seus torsos estão enterrados no subsolo. Alguns têm pedras vermelhas no topo de suas cabeças chamadas pukao , que se acredita representar um chapéu ou um topete de cabelo.’
Descoberta surpreende até os nativos
A smithsonianmag.com. entrevistou Salvador Atan Hito, vice-presidente da organização indígena Ma’u Henua que supervisiona o local. “Para o povo Rapa Nui, é [uma] descoberta muito, muito importante. Porque é aqui no lago e ninguém sabe que isso existe – nem mesmo os ancestrais, nossos avós, sabem disso.”
Segundo a Deutsche Welle, ‘Uma equipe de cientistas voluntários de três universidades chilenas descobriu a estátua moai em 21 de fevereiro. Aconteceu durante um projeto para reabilitar o pântano dentro da cratera vulcânica Rano Raraku, depois que um incêndio varreu a área no ano passado e danificou várias das estátuas.
E conclui: ‘A estátua de 1,6 metros estava deitada de lado em uma lagoa seca com o rosto voltado para o céu.’
“O interessante é que, pelo menos nos últimos 200 ou 300 anos, a lagoa tinha três metros de profundidade. Isso significa que nenhum ser humano poderia ter deixado o moai ali naquela época”, disse outro líder indígena Ma’u Henua, Ninoska Avareipua Huki Cuadros.
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Construtores talentosos
A LiveScience informa que ‘Os ilhéus indígenas de Rapa Nui construíram as estátuas em um período de cerca de 500 anos, entre os séculos 13 e 18 d.C, relatou um estudo de 2019 na revista PLOS One.
‘Os monólitos também são enormes, com a maior estátua, chamada Moai Paro, com 32 pés (10 metros) de altura e pesando 90 toneladas (82 toneladas métricas), informou o Projeto da Estátua da Ilha de Páscoa.
Segundo o www.cdapress.com ‘Alguns Moais foram roubados por colecionadores antes de a ilha ser declarada Patrimônio Mundial da UNESCO em 1995. Tanto o Louvre em Paris quanto o Museu Britânico em Londres têm legalmente um deles em suas coleções.
O vulcão Rano Raraku e seu Moai são patrimônio mundial da Unesco. A Ilha foi habitada por muito tempo pelo povo polinésio, antes que o Chile a anexasse em 1888. Atualmente, cerca de 8 mil pessoas moram no local.
Assista ao vídeo para saber mais sobre a descoberta
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