Naufrágio vítima de armas nucleares: expedição científica encontra porta-aviões usado em testes em 1946
A imagem era surreal. O porta-aviões, encontrado em razão de naufrágio, estava cheio de cabras, porcos e ratos que flutuavam no paradisíaco Atol de Bikini. Era julho de 1946. O governo dos EUA tinha expulsado os nativos das ilhas para bombardeá-las com duas armas nucleares. Em 01 de Julho os militares norte-americanos lançaram a bomba Gilda. Uma alusão à famosa personagem de Rita Hayworth. Mau gosto, ou só impressão? Naufrágio vítima de armas nucleares é encontrado.
Encontrado naufrágio vítima de armas nucleares que contamina corais
Na sequência, em 25 de julho, os EUA jogaram a segunda, batizada de Helen, uma homenagem a Helena de Troia, uma mulher que fez sucumbir muitos heróis da mitologia grega.
As duas bombas geraram caminhos radioativos, contaminando colunas de coral e deixando os animais que estavam embarcados extremamente assustados pelas explosões. Aqueles que não morreram chamuscados, foram atingidos nos dias que se seguiram por altas doses de radiação.
Operação envolveu 42 mil pessoas, 242 navios, 156 aeronaves e cinco mil animais
A operação foi intitulada “Crossroads”. Envolveu uma frota de 242 navios, 42.000 pessoas, 156 aeronaves e mais de 5.000 animais com o objetivo oficial de estudar os efeitos de um ataque nuclear. Mas o desejo oculto era mostrar poderio bélico para a União Soviética após o fim a segunda Guerra Mundial. Imagina se fosse hoje, com as redes sociais em ascensão. Seria o caos! Os defensores de animais fariam mais barulho que a eleição de Donald Trump. Ou não?
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É a primeira vez que encontramos um navio estudado em águas profundas que participou da Operação Crossroads
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Em março de 2015, Delgado e sua equipe descobriram os restos do USS Independence nas águas do santuário marinho da baía de Monterey, na costa da Califórnia. Após estudos, o Jornal de Arqueologia Marítima publicará uma autópsia sobre o porta-aviões com documentos detalhando seu papel nos primórdios da Guerra Fria.
Navio ainda mostra sinais de contaminação
O navio ainda mostra vestígios de testes nucleares em Bikini. A primeira explosão, a 600 metros de distância, varreu o convés, as cabras, os porcos e ratos. A segunda bomba, a 1.300 metros, terminou de transformar o navio em um escudo de ferro flutuante.
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Os testes foram utilizados para confirmar que não haveria dúvidas de que um ataque nuclear seria letal. As gravações sombrias da operação, incluídas no documentário US Radio Bikini (1988), mostram cabras em carne-viva tentando comer palha depois de sobreviver às explosões.
Após a operação Crossroads, alguns dos navios que não afundaram, como o USS Independence, foram rebocados para San Francisco para serem estudados em detalhe, e para testes de descontaminação.
Em 1951, o USS Independence finalmente foi enterrado em um local secreto e profundo o suficiente para não estar ao alcance de espiões soviéticos. Outros 85 navios com radiação, da Operação Crossroads, também foram lançados no fundo do oceano.
O Mar Sem Fim fez uma relação de navios afundados com bombas nucleares, acompanhe os vídeos e fotos.