Do restaurante ao oceano: lagosta centenária volta à liberdade

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Do restaurante ao oceano: lagosta centenária volta à liberdade

Uma lagosta centenária voltou ao oceano e agora vive sua melhor fase. Duas autoridades americanas concederam o “perdão” e libertaram o crustáceo, que pesa 9,5 kg e tem 110 anos. Batizada de Lorenzo, ela era o mascote querido do restaurante Peter’s Clam Bar, em Long Island, Nova York. A soltura aconteceu em 12 de junho, durante as celebrações do Dia Nacional da Lagosta e do Dia dos Pais.

Segundo o site da  NOAA, algumas lagostas americanas podem viver até 100 anos e chegarem a pesar 44 quilos.

lagosta com 100 anos é devolvida ao mar
Imagem, PETER’S CLAM BAR/FACEBOOK.

A emissora WNBC informou que Lorenzo então viajou para Atlantic Beach Reef com uma escolta completa em um barco. A emissora NBC New York citou Clavin dizendo: “Não consigo pensar em uma maneira melhor de celebrar o Mês Nacional da Lagosta do que perdoando Lorenzo e enviando-o para se aposentar no Atlântico”.

Dia dos Pais e a liberação de Lorenzo

“Algumas dessas lagostas simplesmente não vivem tanto tempo. Então, achamos que a melhor maneira de celebrar o Dia dos Pais era libertar Lorenzo. Ele era considerado um animal de estimação. As pessoas vinham vê-lo e tirar fotos com ele, e ele era apenas um objeto da loja.

Este crustáceo, quase extinto no Brasil em razão da pesca predatória, pode ter cores tão exóticas como azul, branca, verde, ou amarela. A propósito, você sabia que o Brasil quase entrou em guerra com a França por causa da pesca da lagosta?

Enquanto isso um post de 13 de junho no Facebook de Peter’s Clam Bar disse que Lorenzo agora está “vivendo sua melhor vida – abrindo caminho para a liberdade e absorvendo a brisa salgada (em vez de manteiga)”.

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Pelo exotismo, o assunto ganhou as manchetes da mídia norte-americana. Segundo a Fox 59, Butch Yamali, dono do Peter’s Clam Bar, compartilhou como Lorenzo se tornou parte da história do restaurante. “Lorenzo meio que escorregou pelas rachaduras e acabou em nosso tanque por anos”, disse ele.

A maior lagosta já registrada: mito ou realidade?

O site How Stuff Works explica que moradores de regiões costeiras costumam apreciar tanto a lagosta europeia quanto a americana. Mas, quando vivem livres, sem interferência humana, essas lagostas podem sobreviver por décadas e atingir tamanhos impressionantes — especialmente a lagosta americana, considerada o maior artrópode do planeta.

A campeã não confirmada teria sido uma lagosta gigante capturada no Maine, em 1926. Segundo relatos, ela pesava mais de 22,7 kg e media quase 0,9 metro de comprimento — talvez o maior exemplar já visto. Mas o corpo se perdeu durante o transporte, e restou apenas uma fotografia. Alguns acreditam que a história pode ter sido inventada como farsa para atrair turistas.

Recorde oficial para a lagosta mais pesada

A mesma fonte revela ainda que a maior lagosta do Guinness World Records pesou 20 kg. Capturada na costa da Nova Escócia, Canadá, em 1977, não há dúvidas sobre o tamanho dessa lagosta. Atualmente, ela detém o recorde mundial do Guinness para o maior crustáceo marinho.

Com garras até a cauda, a criatura tinha 1,1 metro de comprimento total e estima-se que tenha mais de 100 anos de idade. O Guinness afirma que a lagosta foi vendida a um dono de restaurante de Nova York depois de ser pescada.

Por que algumas lagostas crescem tanto?

No reino animal, as lagostas representam uma peculiaridade genética. Elas não envelhecem da mesma forma que a maioria das espécies, como os seres humanos.

À medida que a maioria dos animais envelhece, suas células e DNA precisam se reproduzir constantemente para substituir e expandir o tecido antigo. Quando passamos da idade adulta, esse DNA já se replicou milhões de vezes, e cada cópia acaba perdendo um pouquinho de informação genética. Com o tempo, isso leva a coisas que associamos ao envelhecimento, como pele enrugada, tecido muscular mais fraco e doenças genéticas como câncer ou demência.

O DNA da lagosta, por outro lado, pode se replicar sem falhas. Isso significa que as lagostas americanas (Homarus americanus) vivem muito tempo e nunca param de crescer. Se não for capturada por pescadores ou comida por predadores, a lagosta pode viver várias décadas e atingir pesos superiores a 9,1 kg.

Segundo o Lobster Institute,  da Universidade do Maine,  alguns espécimes de lagosta podem até ter mais de 100 anos de idade. As lagostas grandes também podem ser importantes para o ecossistema, porque são mais eficientes na produção de filhotes.

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Para curar ferimentos e crescer, as lagostas precisam fazer a muda de seus exoesqueletos com frequência. Quando atingem uma idade avançada, a muda e o crescimento se tornam menos comuns, e os crustáceos ficam mais vulneráveis a doenças ou rachaduras na carapaça.

Eventualmente, a lagosta morrerá de causas naturais, o que provavelmente é a razão pela qual espécimes superdimensionados são tão raramente capturados.

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