Censo oceânico para encontrar 100 mil espécies

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Censo oceânico para encontrar 100 mil novas espécies em dez anos

Ocean Census (Censo oceânico) é uma iniciativa mundial lançada em abril de 2023  pela The Nippon Foundation e instituto Nekton, do Reino Unido. Trata-se de uma rede aberta de ciência, negócios, mídia e organizações da sociedade civil para realizar expedições em hotspots de biodiversidade marinha e regiões pouco exploradas. Seu objetivo é ambicioso: encontrar 100.000 novas espécies na primeira década. Os cientistas acreditam que descobrimos pouco mais de 10% do que vive nos oceanos, ao mesmo tempo, sabe-se que existem cerca de dois milhões de espécies ainda não descobertas.

Censo oceânico
Censo oceânico. Imagem, www.ox.ac.uk.

Maior programa da história para descobrir a vida marinha

O professor Alex Rogers, diretor do Ocean Census explica a urgência: “Estamos numa corrida contra o tempo. Temos o aquecimento global, enquanto o oceano perde oxigênio e se acidifica. Como resultado, perdemos muitas espécies. Se esse processo continuar, enfrentaremos outra grande extinção quando perderemos grandes faixas da árvore da vida.”

A sede do projeto fica na base da Nekton em Oxford. Já o primeiro Centro de Biodiversidade ficará no Museu de História Natural da Universidade de Oxford. Para Paul Smith, diretor do Museu, ‘O Museu de História Natural da Universidade de Oxford tem um longo histórico de documentação da biodiversidade oceânica, incluindo coleções feitas por Charles Darwin no HMS Beagle. E, de maneira idêntica, pelo HMS Challenger na década de 1870. O Ocean Census abre um novo capítulo empolgante na pesquisa de biodiversidade do museu.’

Segundo o site do Museu, ‘até agora o processo de encontrar e descrever espécies cientificamente (taxonomia) tem sido lento e metódico. A taxa média de descoberta de novas espécies foi pouco alterada desde o século XIX. Desse modo, esta abordagem é incapaz de enfrentar as ameaças representadas sobretudo pelas crises do clima e da biodiversidade que podem resultar na perda da maioria das espécies da Terra.’

Assim, nos próximos anos cientistas de todo o mundo embarcarão em dezenas de expedições aos hotspots para encontrar nova vida desde a superfície até as profundezas.

Um dos principais objetivos do projeto é aumentar e diversificar a rede global de taxonomistas, que até o momento tem se concentrado em redes de alta renda. Para apoiar isso, redes de taxonomistas se conectarão virtualmente para anotar “Formas de vida digital” para completar as descrições das espécies.

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Cinco objetivos principais

De acordo com o site Ocean Census temos cinco objetivos principais: expedições para descobrir novas formas de vida; avanço da ciência (cibertaxonomia); permitir dados de acesso aberto para catalisar a conservação; inovar e ampliar a narrativa para inspirar interesse público e político; e construir uma rede internacional inclusiva de cientistas da biodiversidade.’

Uma das ideias do projeto é enviar imagens de alta resolução e sequenciamento de DNA para uma rede de Centros de Biodiversidade que ficarão em países de alta, média e baixa renda em todo o mundo.

Para Yohei Sasakawa, presidente da The Nippon Foundation, “A vida oceânica torna possível toda a vida na Terra e contém a sabedoria de quatro bilhões de anos de nossa evolução. Não podemos proteger o que não sabemos que existe.”

Acima de tudo, gostaríamos de desvendar os mistérios do oceano, em colaboração com institutos de pesquisa, empresas, governos, público, filantropia e sociedade civil”, continuou Sasakawa.

Enquanto isso Oliver Steeds, Diretor Executivo da Nekton, declarou: “Algumas pessoas estão dizendo ‘é hora de crescer ou ir para casa’. Escolhemos crescer e esperamos que os saltos gigantescos no conhecimento que podemos dar com a descoberta da vida oceânica possam nos ajudar a nos colocar em um caminho melhor para um futuro positivo para as pessoas e para o planeta.”

Será que finalmente a academia e instituições científicas acordaram?

Para saber mais assista ao vídeo

Introducing Ocean Census, with David Shukman

Marinha do Brasil em risco por falta de verbas

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