Baleias azuis retornam à costa da Espanha depois de 40 anos

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Baleias azuis retornam à costa da Espanha depois de 40 anos

Uma boa notícia de vez em quando é um alívio. A boa nova é que as baleias azuis retornam à costa atlântica da Espanha depois de uma ausência de 40 anos. A baleia azul corre o risco de extinção. Elas aparecem na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza como ‘ameaçadas’. A população  jamais se recuperou depois da caça desenfreada que aconteceu no oceano Austral até 1986. Por isso, quando surge a aparição de um grupo em determinado lugar é motivo para festejar.

Imagem de baleia azul
Imagem, Instituto de Pesquisa do Golfinho-nariz-de-garrafa.

Baleias azuis retornam à costa da Espanha depois de 40 anos

Em 2017 houve a primeira aparição de um indivíduo na costa da Galiza, no noroeste da Espanha. No ano seguinte, novo registro. E, em 2020, os dois indivíduos voltaram. E agora, em agosto de 2021, houve novo registro.

O curioso é que elas voltaram à  mesma costa atlântica espanhola onde foram dizimadas. Bruno Diaz, biólogo marinho, diretor do Instituto de Pesquisa dos Golfinhos-nariz-de-garrafa, declarou ao jornal The Guardian:

Acredito que a moratória da caça às baleias foi um fator chave. Na década de 1970, pouco antes de a proibição ser introduzida, uma geração inteira de baleias azuis desapareceu. Agora, mais de 40 anos depois, estamos vendo o retorno dos descendentes das poucas que sobreviveram.

Segundo o Guardian, havia uma indústria baleeira centenária e uma dúzia de portos baleeiros na Galiza. A Espanha não proibiu a caça às baleias até 1986, quando a baleia azul estava quase extinta na região.

O ciclo de vida da baleia Azul

Elas são os maiores animais do planeta, e estão em todos os oceanos exceto o Ártico. Segundo o site da NOAA, existem cinco subespécies atualmente reconhecidas como baleias azuis.

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Sua alimentação é o krill, filtrando volumes enormes de água. Alguns dos maiores indivíduos podem comer até 6 toneladas de krill por dia.

Se elas às vezes são encontradas em pequenos grupos, são mais frequentemente vistas sozinhas ou em pares. Geralmente os animais passam os verões se alimentando em águas polares. No inverno fazem sua migração em direção ao equador.

Segundo a NOAA, elas nadam a cerca de 8 km/h, mas podem acelerar a mais de 32 km/h em curtas distâncias. E estão entre os animais mais barulhentos do planeta, emitindo uma série de pulsos e gemidos (você pode ouví-los neste link).

Acredita-se que nas condições adequadas os sons emitidos por baleias azuis podem ser ouvidos até 1.600 quilômetros de distância.

Não há certeza sobre sua rota de migração

Em geral a distribuição é impulsionada pela disponibilidade de alimentos. Elas ocorrem em águas com concentração de krill.

No Atlântico Norte seu alcance se estende desde as regiões subtropicais até o Mar da Groenlândia. Baleias azuis foram avistadas nas águas do leste do Canadá e nas plataformas do leste dos Estados Unidos.

No hemisfério sul, as baleias azuis da Antártica escolhem principalmente as águas de latitudes relativamente altas ao sul da “Convergência Antártica” e perto da borda do gelo no verão. Elas geralmente migram para latitudes médias e baixas no inverno, embora nem todas as baleias migrem a cada ano.

O tempo de vida varia entre 80 a 90 anos. A melhor ciência disponível sugere que o período de gestação é de aproximadamente 10 a 12 meses. A idade de maturidade sexual acontece entre 5 a 15 anos. O intervalo médio de partos é provavelmente de 2 a 3 anos.

Entre as maiores ameaças estão os atropelamentos por navios, e a morte por artes de pesca como redes nas quais as baleias costumam ficar presas, morrendo por asfixia.

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Baleias azuis na Antártica

Em 2016 tivemos outra boa notícia sobre estes gigantes dos oceanos. Especialistas australianos analisaram o DNA de baleias azuis da região.

Ficou claro que existem  três grupos distintos. As baleias azuis se juntam para se alimentarem na Antártica durante os verões, mas são geneticamente distintas, o que significa que se reproduzem em locais diferentes. Possivelmente até em oceanos diferentes.

Ainda assim, as perspectivas a médio e longo prazos não são boas. Acredita-se que haja cerca de 3.000 indivíduos nos mares da Terra. E com seu ciclo de vida lento o mais provável é que acabem sendo extintos.

É por este motivo que mesmo quando três ou quatro indivíduos aparecem em algum lugar já é motivo para ao menos um alento.

Assista ao vídeo e saiba mais

Dolphins playing with a blue whale

Imagem de abertura: Instituto de Pesquisa do Golfinho-nariz-de-garrafa

Fontes: https://www.theguardian.com/environment/2021/aug/24/blue-whales-returning-to-spains-atlantic-coast-after-40-year-absence; https://www.fisheries.noaa.gov/species/blue-whale.

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