Aumento no nível médio do mar: O que os brasileiros têm a perder?
Atrelado principalmente ao aquecimento global, já existem evidências científicas de que o aumento do nível médio do mar é uma realidade. Mas o que nós brasileiros temos a perder? Segundo relatório especial do IPCC, O Oceano e a Criosfera em um Clima em Mudança, o aumento do nível médio do mar acelera conforme a perda de gelo dos mantos de gelo da Groenlândia e Antártida, bem como a perda contínua de massa das geleiras e expansão térmica do oceano. Isso afeta sociedade e natureza de diferentes formas. O artigo Aumento no nível médio do mar, o que temos a perder? é um colaboração da Universidade Federal do Paraná.
Aumento no nível médio do mar e consequências sociais
Riscos como a erosão costeira são a preocupação imediata quando levamos em conta que entre os 17 municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes, oito estão ligados ao oceano ou no interior de baías. Além de consequências óbvias como o êxodo litorâneo, também haveria perda de infraestrutura nas regiões afetadas, possível desabrigo de milhões de pessoas, entre outros graves problemas.
Aumento no nível médio do mar e consequências econômicas
Em 2019, os portos representavam cerca de 95% da corrente de comércio exterior do Brasil – 14,2% do PIB. Com base nos diferentes cenários de emissão de carbono para atmosfera do IPCC, modelos matemáticos são capazes de gerar projeções de onde estaria o nível do mar no futuro.
O afogamento de regiões onde estão instalados portos estratégicos como o de Paranaguá, 2º maior porto público do Brasil, traria danos econômicos substanciais.
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O aumento do nível do mar poderá resultar inundações de regiões costeiras causadas pela infiltração da água do mar no lençol freático que acabariam “empurrando” a água doce armazenada para a superfície.
Como consequências, disponibilização de contaminantes enterrados. E ainda, um solo mais salgado poderia comprometer plantações e causar danos aos ecossistemas costeiros como restingas, manguezais e a maior parte do remanescente da mata atlântica entre outros, podendo estressar e provocar migrações da fauna silvestre.
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Além do continente
Atualmente o Brasil tem seis Parques Nacionais Marinhos que protegem o bioma e todos correm riscos com o aumento do nível médio do mar.
Alguns, como Parque Nacional da ilha dos Currais e o Parque Nacional de Abrolhos, são importantes pontos de nidificação de aves marinhas no Brasil e no Atlântico Sul, por exemplo. Além de servirem de pontos turísticos para mergulho, observação de fauna e pesquisas científicas.
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As projeções são formadas pelo IPCC, órgão da ONU responsável por compilar dados gerados por cientistas e transformá-los em cenários.
Os cenários identificados pela sigla RCP, levam em consideração diferentes fatores. Desde séries temporais de emissões e concentrações do conjunto completo de gases de efeito estufa (GEEs), aerossóis e gases quimicamente ativos, bem como uso e cobertura da terra. O IPCC produziu quatro RCPs referentes à parte da vida de concentração de GEEs que se estende até 2100.
De maneira geral, podemos enxergar esses cenários como caminhos, escolhidos de forma coletiva, que pretendemos seguir a partir de agora: o caminho da sustentabilidade (RCP2.6), se agirmos já, diminuindo drasticamente as emissões de GEEs. Ou o caminho do meio termo (RCP4.5 e RCP6.0), e o pior cenário (RCP8.5), se não agirmos e continuarmos nossos padrões de consumo.
Uma Nova Esperança?
A reentrada dos EUA no Acordo de Paris, com o presidente Biden prometendo zerar as emissões norte-americanas até 2050, pode levar mais países a aderirem ao acordo e traçarem uma meta de redução de emissões o mais breve possível. A cooperação internacional e a ação rápida dos tomadores de decisão são nossas melhores chances de minimizarmos o efeito aumento do nível médio global do mar. Mas atitudes individuais cotidianas também têm grande impacto na mitigação dessas consequências.
Bio autores
Samuel Francisco Alves Gonçalves: Graduando de Oceanografia pela Universidade Federal do Paraná no Centro de Estudos do Mar. Membro da Maris, Empresa Junior de Oceanografia da universidade, atuando como assessor Administrativo/Financeiro.
Rafael Gazola Ghedini: Biólogo formado pela Universidade do Sagrado Coração e graduando de oceanografia pelo Centro de Estudos do Mar da UFPR. Pesquisa as variações na produção primária marinha da Bacia de Santos ao longo do Holoceno com base em foraminíferos.
Prof.ª Renata Hanae Nagai: Oceanógrafa, Mestre e Doutora em Oceanografia pela Universidade de São Paulo. Desde 2015 atua como docente do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná, coordenando o Laboratório de Paleoceanografia e Paleoclimatologia.
Imagem de abertura: Dave, Creative Commons BY 2.0
Quais as propostas para paralisar um processo natural e cíclico que começou há 12 000 anos, com o fim do Pleistoceno e início do Holoceno? No último milhão de anos já ocorreram nove ciclos de aquecimento/resfriamento. O quê fazer?
Plantar árvores, também frutíferas, com o devido planejamento, em todas as divisas de estados e municípios, laterais de rodovias e nas cidades, tal como em Curitiba. Domesticamente pode-se plantar sementes em copos plásticos inseridos em grades de refrigerantes e após certo tamanho, distribuir para plantio. Pessoalmente faço isso com a Araucária (pinheiro). Pode-se ainda colocar em copos plásticos rótulos com mensagens tais como: feliz aniversário, natal, ano novo, eu te amo, clubes de futebol e… O Planeta agradece!
Algumas medidas muito simples já poderiam estar em execução pela iniciativa privada e pelo público. O papel do público é muito maior, ficando muito em estimular, gerar e organizar as iniciativas. O plantio de arvores onde quer que seja, na minha opinião, e não somente em opinião sem argumentos, mas físicos, palpáveis e lógicos. A arvore deveria ser o foco de toda as iniciativas, onde o papel deste vegetal cobre muito mais que simplesmente sequestrar carbono para inibir o efeito estufa. A biologia e física da arvore, além de sequestrar o carbono, promove a filtração do ar, sequestra os raios solares para a fotossíntese que converte a energia solar que chega a estas plantas em energia para produção de celulose, além de fixar a água na terra evitando erosões, e principalmente fixar humidade no ar. Tudo isto provoca a estabilidade térmica do ambiente, pois, o calor especifico da água é grande, fato que explica o porque numa floresta, as oscilações de temperatura é bem menor que em ambientes urbanos e de pouca vegetação. Conferindo o clima de deserto, a baixa humidade provoca baixas temperaturas a noite, chegando a zero graus e altas durante o dia, chegando a 50 graus. Desta forma, não entendo o porque continuamos a cortar arvores e não plantar uma. De racionais não temos quase nada.
Não só lá, …em toda a costa de SC e regiões do Nordeste percebe-se há décadas o mar tomando de volta o que é seu por direito, e deixando os “inteligentes” construtores a verem navios….
Matinhos no PR terá problemas serios no futuro, há tempos o mar avança nas suas construções de beira mar e pelo que tudo indica o problema ficará pior.
Tenho obeservado muitas e grandes prédios muito proximo do mar com grande impacto nesta costeira do nosso oceano atlântico….!!!!