A internet e a pegada de carbono, você sabe qual o tamanho?
Nós também não sabíamos. Até a ideia da pesquisa. Então, uma dica: nos últimos 60 segundos, 350.000 tweets foram enviados. E a cada 60 minutos surgem 27.000 novos usuários na rede. Atualmente, existem cerca de 30 bilhões de dispositivos conectados à Internet no mundo. O que inclui computadores pessoais, smartphones, TVs e tablets, e uma infinidade de dispositivos que usam a Internet de maneiras mais sutis. Entre eles, veículos inteligentes, sistemas domésticos e relógios – denominados Internet das Coisas.
(Este post foi baseado em matéria do site theconversation.com. Sua autora é Jo Adetunji.)
Um oceano Pacífico de emissões
Pobre Tim Berners-Lee, inventor do World Wide Web em 1989. Ele não fazia ideia do que estava por vir apenas 33 anos depois… Hoje, cerca de 4,6 bilhões de pessoas usam a internet todo dia. Quando se trata de energia real, a Internet é faminta. Uma rede de redes. E cada uma consiste em mais computadores. Isto custa muito, em consequência, produz enormes pegadas de carbono.
À medida que dependemos da Internet para processar, usar e armazenar cada vez mais dados, assim, a energia aumenta na mesma proporção. Pesquisas estimam que até 2025, o setor de TI poderá usar 20% de toda a eletricidade produzida e lançar até 5,5% das emissões de carbono do mundo.
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Os ‘centros de dados’
Uma proporção crescente do consumo de energia de TI vem dos data centers, ou centros de dados. São prédios usados para armazenar dados e hardwares de computadores, que quase sempre se conectam diretamente à rede elétrica. Entretanto, na maioria dos países significa que eles usam principalmente fontes não renováveis de eletricidade.
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James Glanz examinou, em artigo de 2012 no New York Times, como os centros de dados podem desperdiçar e consumir muita energia.
Para ter confiabilidade, precisam armazenar as mesmas informações em várias máquinas para criar redundância. Por isso, estão ligadas e acessíveis o tempo todo. Além da necessidade de fluxo constante de energia para os servidores, os data centers exigem sistemas de resfriamento que usam ainda mais energia.
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Conheça o novo navio de carga híbridoBrasil pega fogo, espanta o mundo, e Lula confessa: ‘não estamos preparados’Como anda a discussão sobre geoengenharia na mídia do exterior?Entretanto, nove anos depois o mesmo New York Times publicou outra matéria, desta vez de A Internet consome menos energia do que você imagina).
A revista Nature também abordou o assunto
Até a hiper prestigiada revista Nature se manifestou em How to stop data centres from gobbling up the world’s electricity (Como impedir que os data centers consumam a eletricidade do mundo), quando fez projeções até 2030.
Outro veículo, o jornal The Guardian, também abriu espaço para o tema em 2017, onde dizia que o setor de comunicações pode usar 20% de toda a eletricidade do mundo até 2025, o que dificulta as tentativas de atingir as metas de mudança climática e sobrecarrega as redes.
Veja o gráfico interativo do Our World in Data sobre o uso da Internet de 1990 até 2019
Cerca de 50% dos data centers são agora “hiperscale”, contêm mais de 5.000 servidores e geralmente são maiores que 1.000m². E são usados normalmente por grandes players do setor de dados, como Microsoft Azure, Google Cloud ou Amazon Web Services (AWS) – que sozinho hospeda 5,8% de todos os sites na Internet.
Tentativas e estimativas para baixar o consumo de energia
Não são poucas as empresas que tentam baixar a bola. O Google, por exemplo, anunciou a meta de atingir data centers movidos a energia renovável 24 horas por dia, 7 dias por semana até 2030.
Por isso, o primeiro centro da empresa desse tipo entrou em operação em 2020 perto de Las Vegas. Para operar apenas com energia renovável, localizá-los em regiões com disponibilidade de energia eólica, solar, geotérmica ou hidrelétrica é vital.
Tendência
A última década viu surgir esta tendência: hospedagem na web movida a energia renovável. Na tentativa de diminuir o impacto ambiental, alguns optam por comprar compensações.
São pagamentos que teoricamente compensam as emissões de carbono ai apoiarem a geração de energia de baixo carbono – enquanto outros compram energia de fontes renováveis para igualar seu consumo de energia.
Quais países têm mais pessoas on-line?
De acordo com o site energyhelpline.com, Embora a China e a Índia tenham respectivamente apenas 50 e 26% de sua população on-line, elas dominam os dois primeiros lugares globais.
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Conheça abaixo os 10 principais países por número de usuários de internet em 2020:
- China 854 milhões
- Índia 560 milhões
- EUA 313 milhões
- Brasil 149 milhões
- Nigéria 126 milhões
- Japão 118 milhões
- Rússia 116 milhões
- Bangladesh 94 milhões
- México 88 milhões
- Alemanha 79 milhões
O sol poderia alimentar a web?
Outra solução potencial para navegar de forma mais sustentável é oferecida por iniciativas como Solar Protocol e Low Tech Magazine. Esses sites são inteiramente alimentados por energia solar.
O desafio que enfrentam é dimensionar tecnologias de geração de energia limpa no local para ajudar a administrar o enorme número de sites na web.
A maior fazenda solar do Reino Unido, em Flintshire, País de Gales, nasceu para gerar energia para uma fábrica de papel. Agora, o próximo passo de alimentar sites comerciais, e servidores, movidos a energia renovável pode não ser algo tão radical.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre a Internet e o uso de energia
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Imagem de abertura: You Tube.
Fontes: https://theconversation.com/the-internet-consumes-extraordinary-amounts-of-energy-heres-how-we-can-make-it-more-sustainable-160639; https://www.theguardian.com/environment/2017/dec/11/tsunami-of-data-could-consume-fifth-global-electricity-by-2025; https://www.energyhelpline.com/help/a-guide-to-global-internet-energy-usage; https://www.nytimes.com/2012/09/23/technology/data-centers-waste-vast-amounts-of-energy-belying-industry-image.html.