Brasil aumenta emissões de CO2 em 2020 enquanto o mundo diminui
Matéria do The Economist de maio de 2020 (antes do pico das queimadas que ocorre em junho, julho e agosto) mostra que o Brasil continua na contra-mão: ” Na primeira semana de abril as emissões diárias em todo o mundo estavam 17% abaixo do que eram no ano passado. A Agência Internacional de Energia espera que as emissões industriais globais de gases de efeito estufa sejam cerca de 8% menores em 2020 do que em 2019. Se acontecer, será a maior queda anual desde a segunda guerra mundial.” Enquanto o mundo diminui as suas, o Brasil aumenta emissões de CO2 (post de opinião).
A covid-19 e as emissões mundiais
Menos energia significa menor queima de combustíveis fósseis. As emissões de gases estufa estão caindo no mundo. A pandemia brecou a economia. De acordo com análise do consórcio de cientistas Global Carbon Project, as emissões de 2020 serão 2-7% menores que as de 2019. Isso, se o mundo voltar a condições pré-pandêmicas em meados de junho.
Mas, se as restrições permanecerem em vigor durante todo o ano, a queda estimada será de 3 a 13%. Depende de quão rigorosas elas sejam. O melhor palpite da queda é de 8%.
‘Ao contrário do resto do mundo, emissões de gases-estufa do Brasil devem crescer em 2020’
Brasil aumenta emissões de CO2
Saiba de quais setores vêm as emissões de CO2 do Brasil.
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Ainda antes da nova administração assumir o Mar Sem Fim alertou solitariamente (quando dizemos isso queremos chamar a atenção para o silêncio das ONGs e ambientalistas na ocasião, não a imprensa) no post Confusões sobre o clima e meio ambiente by Bolsonaro. Desde então, não se vê outra coisa senão o desmonte sistemático do aparato do Ministério do Meio Ambiente. Houve deliberada diminuição, ou semi-extinção, da fiscalização.
O escândalo internacional inicial aconteceu no primeiro ano de mandato de Bolsonaro. De lá para cá, foram inúmeros. Desde o famoso ‘E daí?’, até a condução da reação à covid-19, com duas trocas de ministros da Saúde.
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Agora teremos mar grosso pela proa em razão do aumento das emissões de CO2.
Desmatamento na Amazônia em 2020
Estadão: “os pesquisadores de quatro instituições de pesquisas ambientais, liderados pelo engenheiro florestal Tasso Azevedo, informam que, a despeito da pandemia, o desmatamento na Amazônia deve inverter esta curva.”
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Acordo de Paris
Estadão: “Pelo compromisso que o Brasil fez junto ao Acordo de Paris, que prevê reduções de emissões de todo o mundo para o planeta ficar em um aquecimento abaixo de 2ºC até o fim do século, as emissões do País deveriam cair para chegar a 2025 com 1,3 bilhão de toneladas.”
Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, redigiu a seguinte nota técnica: “A aceleração do desmatamento e das emissões decorre diretamente das ações do governo Bolsonaro de desmontar os planos de controle. E estimular o crime ambiental. O Brasil se tornou uma ameaça ao Acordo de Paris, num momento em precisamos mais do que nunca avançar na estabilização do clima, para evitar uma outra grave crise de proporções mundiais”
Não falta muito para o Brasil ser considerado pária internacional. Economistas daqui e de fora alertam sobre os prováveis entraves às exportações do agronegócio como retaliação pelo mau trato ambiental.
Não seria hora de reconhecer, e corrigir o rumo?
Imagem de abertura: Greenpeace Brasil
Fontes: https://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/ao-contrario-do-resto-do-mundo-emissoes-de-gases-estufa-do-brasil-devem-crescer-em-2020/; https://www.economist.com/leaders/2020/05/21/countries-should-seize-the-moment-to-flatten-the-climate-curve.
As queimadas na Amazônia brasileira é uma coisa corriqueira, porém, a falta de políticas de combate efetivas do governo federal é do conhecimento de todos, porém, como conciliar desenvolvimento sustentável com desmatamento e queimadas, já que na região vivem milhões de pessoas que precisam sobreviver?