Gelo do Ártico: rachaduras atraem mercúrio

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Rachaduras no gelo do Ártico atraem mercúrio da atmosfera

Fenômeno é provocado por movimento do ar sobre fendas no gelo. Mercúrio pode ser depositado na neve ou no oceano, contaminando peixes. A existência de rachaduras no gelo do Ártico está levando a uma concentração maior de mercúrio na atmosfera próxima ao solo. O fenômeno – provocado pelo movimento peculiar que o ar realiza sobre essas rachaduras – pode trazer problemas para o homem. Isso porque há risco de o poluente afetar os peixes, entrando dessa forma na cadeia alimentar da qual o homem faz parte.

imagem de rachaduras no gelo do ártico
Foto aérea mostra fendas no gelo do Ártico e nuvens formadas acima das rachaduras devido às diferenças de temperatura entre a água e o ar (Foto: Lars Kaleschke/Divulgação)

Medições gelo do Ártico foram feitas na costa da cidade de Barrow

O achado, feito por pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e do Instituto de Pesquisa sobre o Deserto, foi publicado na edição da revista “Nature” (janeiro/2014). As medições de mercúrio foram feitas na costa da cidade de Barrow, no estado do Alasca, nos Estados Unidos.

Lá, o gelo da superfície do mar quebrou, criando rachaduras por onde corre água do oceano, como em canais. Segundo um dos autores do estudo, o pesquisador Chris Moore, do Instituto de Pesquisa sobre o Deserto, a água nesses canais é muito mais morna do que o ar sobre ela. Por causa da diferença de temperatura, o ar sobre os canais se agita violentamente.

imagem de rachaduras no gelo do ártico
O local do Ártico foi visitado duas vezes por dia para
coleta de dados (Foto: Alexandra Steffen/Divulgação)

Mercúrio é puxado para perto da superfície

O resultado é que o mercúrio que fica em uma camada mais alta da atmosfera é puxado para perto da superfície. A forte agitação do ar atinge uma altura de cerca de 400 metros, segundo a estimativa dos cientistas. O fenômeno é caracterizado por nuvens densas que saem desses canais abertos no gelo. Segundo os cientistas, quando o mercúrio está próximo ao nível do solo, ele passa por reações químicas que fazem com que seja depositado na superfície.  Son Nghiem, um dos autores da pesquisa e cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, declarou:

Nenhum de nós suspeitávamos que poderíamos descobrir esse tipo de processo associado a essas fendas

Rachaduras no gelo ártico tem se tornado mais frequentes

A existência de rachaduras no gelo ártico tem se tornado mais frequentes devido às mudanças climáticas. Nghiem disse que…

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Na última década, temos visto mais gelo novo em detrimento do gelo perene que tem sobrevivido por muitos anos. O gelo novo é mais fino, mais salgado e quebra mais facilmente

Análise revela que gelo do Ártico tem menor nível para um inverno

Uma análise feita pelo Centro Nacional de Informações sobre Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC) revelou que o gelo do Ártico chegou ao seu menor nível para um inverno.

O gelo provavelmente atingiu sua extensão máxima para o ano no dia 25 de fevereiro: 14,54 milhões de quilômetros quadrados. Uma extensão 1,1 milhão de quilômetros quadrados menor do que a média para o mesmo período observada entre 1981 e 2010.

Peixes já começam a migrar

Peixes geralmente encontrados em águas mais quentes esão vistos em regiões anteriormente habitadas por espécies tolerantes ao frio. As cavalas mudaram-se para as águas ao sul da Islândia. E a anchova agora nada no Mar do Norte.

O inverso também acontece. Peixes geralmente encontrados em águas mais quentes são vistos em regiões anteriormente habitadas por espécies tolerantes ao frio.

Base da matéria:  G1, São Paulo.

José Truda Palazzo Jr., 40 anos de serviços prestados

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