Milhares de pinguins morrem na Antártica por gripe aviária
Em outubro de 2023, anunciamos a morte de mais de 500 pinípedes nas praias do Rio Grande do Sul. E comentamos que, no Peru e Chile, a situação foi ainda pior, com 20.000 leões marinhos mortos. Antes de mais nada, é importante saber que a gripe aviária é uma doença viral causada pelo Vírus de Influenza Tipo A. As aves infectadas podem portar o vírus da gripe em sua saliva, mucosas e fezes. Entretanto, a doença é rara em humanos. Enquanto o vírus matava milhares de animais na América do Sul, os pesquisadores se perguntavam quais as consequências quando ele chegasse na Antártica que tem aproximadamente 20 milhões de pinguins, fora outras aves. Pouco mais de seis meses depois, ficamos sabendo que milhares de pinguins morrem na Antártica por gripe aviária.
Fevereiro de 2024, duas skuas registradas com gripe aviária
‘O surgimento de um vírus da gripe A, com a capacidade de infectar pessoas e sustentar a transmissão de humano para humano, pode causar uma pandemia de gripe’.
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Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, ‘em março de 2020 começou o surto em algumas fazendas de peru dos Estados Unidos’.
‘Durante o outono do mesmo ano o vírus se espalhou pela Europa, África, Oriente Médio e Ásia. Ainda em 2020, foram relatados cinco casos em seres humanos na China’.
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‘No ano seguinte, 2021, houve relatos de vários subtipos do vírus causarem epidemias em focas, assim como prosseguiu a disseminação em animais pela Europa’.
Em fevereiro, o Peru relatou infecções pelo vírus em leões marinhos. Centenas de animais morreram. Enquanto isso, casos em seres humanos continuavam a acontecer na China e Estados Unidos. Em maio, a gripe já estava no Canadá. Até o final do ano outros países relataram casos. Em dezembro de 2023 descobriram o vírus num urso polar. Foi a primeira vez que um animal do Ártico morreu de vírus HPAI A (H5N1). No mesmo mês, relataram infecções do vírus HPAI A (H5N1) em elefantes-marinhos e focas na Antártida.
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A pergunta surgiu em matéria da agência Reuters, em 4 de abril. E ela mesma respondeu: Isso é o que os pesquisadores estão tentando descobrir depois que uma expedição científica no mês de março encontrou pelo menos 532 pinguins Adélia mortos, com milhares de outros mortos, de acordo com um comunicado da Federation University Australia.
Esta é a maior suspeita dos cientistas, embora os testes de campo tenham sido inconclusivos. Amostras foram enviadas para laboratórios. A Reuters observa que a doença se espalhou mais agressivamente na vida selvagem desde que chegou à América do Sul, em 2022, e rapidamente chegou à Antártida.
Para Meagan Dewar, bióloga da vida selvagem da Federation University, que participou da última expedição, “isso tem o potencial de ter um impacto enorme na vida selvagem que já está sendo afetada pelas mudanças climáticas e outros estresses ambientais.”
Os pinguins estavam mortos e congelados na ilha Heroina. Dewar e a pequena equipe de pesquisadores não conseguiu contabilizar todas as carcaças na grande ilha. Contudo, foi estimado que vários milhares morreram no total em algum momento.
A colônia desta ilha tem algo em torno de 280 mil pinguins Adélia. Mas, quando a expedição chegou, eles já haviam terminado a reprodução e se mudado como de costume. A expedição de Dewar encontrou a presença de gripe aviária H5 na península antártica e em três ilhas próximas.
Uma das grandes preocupações dos cientistas diz respeito ao pinguim Imperador, o maior de todos, já ameaçado de extinção em razão do recuo de gelo.
Agora é esperar e torcer.