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U-Boot, submarino alemão da Segunda Grande Guerra

U-Boot, submarino alemão da Segunda Grande Guerra

U-Boot é o termo alemão para se referir amplamente a submarinos e é abreviação de Unterseeboot, literalmente “barco submarino”. É termo que deriva do sistema da Marinha da Alemanha de dar nome aos seus submarinos com uma letra “U” seguida de um número. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Kriegsmarine (Marinha Alemã) produziu diferentes tipos de U-boats (esta é a grafia adotada pelos aliados), uma máquina mortal, conforme a tecnologia melhorava. O Almirante Karl Dönitz foi o Comandante de Submarinos de setembro de 1939 a janeiro de 1943 e, embora sua promoção a Comandante-em-Chefe da Marinha  não tenha mudado o comando, em março de 1943 as operações de U-boat foram transferidas para o Estado-Maior de Guerra Naval. U-Boot, submarino alemão da Segunda Grande Guerra.

U-Boot saindo do estaleiro. Imagem, britanica.com.

Submarinos e o desenvolvimento do U-Boot

Este site já comentou sobre os maiores submarinos do mundo, os de pesquisa, e até submarinos particulares. Mas hoje nossa história é sobre a máquina de guerra alemã.

O primeiro U-boot é de 1906 e teve seu desenho inspirado nos submarinos russos. O  desenvolvimento da frota de submarinos alemã em 1935-39 foi baseado inteiramente nos princípios da Primeira Guerra Mundial.

NOAA: ‘U-boat alemão U-576 e tripulação. “Não é fácil para tripulações de submarinos ganhar o pão de cada dia. É a vida mais desconfortável e espartana, e o trabalho costuma ser monótono. Mas o marinheiro agüenta isso com um humor sombrio. ” Hunt in the Atlantic por H. Busch. Imagem cortesia da coleção Ed Caram. ‘

Durante o primeiro conflito mundial 375 U-boats foram utilizados. No segundo, com mais tecnologia, foram produzidos 1.153 submarinos, 785 dos quais foram destruídos, o restante se rendeu.

Até hoje despertam medo

Alguns dos que afundaram até hoje despertam medo. É o que acontece no  litoral da Noruega ameaçado por submarino nazista.

Ilustração, Face Book.

No entanto, no início do conflito, já se sabia que a Inglaterra estava de posse do dispositivo de localização subaquática (ASDIC), que deveria conter a ameaça do submarino. Não surpreendentemente, a Guerra Mundial começou com grandes especulações sobre a eficácia dos U-boats.

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Veja como eram por dentro. Imagem, Brian Codagnone.

Mas a história provou que estes submarinos foram o terror dos aliados nos primeiros anos da Segunda Guerra. A Inglaterra lutava sozinha contra os Alemães. Parte da Europa já havia capitulado. Os Estados Unidos ajudavam os ingleses, enviando suprimentos e armamentos em grandes comboios navais. E eles se tornaram alvo preferidos dos U-boats.

Um comboio no Caribe. Imagem, US National Archives #104063.

Os submarinos alemães da época variaram de barcos relativamente simples, que pouco mudaram da Primeira Guerra Mundial, aos  altamente avançados e à frente de seu tempo, dos tipos XXI e XXIII, além de muitos projetos de pesquisa ainda mais avançados.

Aos poucos, e depois de muitas perdas, os aliados aprenderam a lidar com eles. Imagem, uboat.net.

Os U-boots usavam um motor de círculo fechado que não requeria entrada de ar e, portanto, podia funcionar quando o submarino estava submerso. Ao mesmo tempo, lhes dava potência suficiente para atingir uma velocidade de cerca de 25 nós.

‘Alcateia de Lobos’

Segundo o site da NOAA, os submarinos alemães eram organizados nas chamadas “alcateias de lobos” quando atuavam em grupos caçando navios mercantes nas águas do Atlântico Norte. Outras vezes, em regiões geograficamente distribuídas onde as alcateias não eram viáveis, um submarino caçava sozinho.”

“Quando um submarino avistava um alvo, não era incomum rastrear navios inimigos por dias, enquanto  chamava reforços para um grande ataque coordenado.”

O U-48 voltando de uma ‘caçada’. Em 13 patrulhas este submarino afundou 51 navios aliados. Imagem, uboat.net.

“Equipado com canhões de convés e torpedos, o ataque poderia acontecer da superfície, geralmente  à noite, ou debaixo d’água dependendo das circunstâncias. Se o U-boat estivesse na superfície, a tripulação poderia avaliar os danos visualmente, antes de mergulhar de volta para permanecer protegida de um contra-ataque.”

À procura por inimigos. Imagem, uboat.net.

O site da britânica diz que ‘essas táticas foram bem-sucedidas até que o radar veio em auxílio das escoltas e até que os comboios pudessem receber escolta aérea e marítima contínua por todo o Atlântico em ambas as direções’.

Por dentro do U-Boot

Harald Busch, um comandante de submarino alemão, oferece descrições de como era a vida a bordo durante a Operação Drumbeat em Hunt in the Atlantic (primeiro ataque à América).

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Preparando o torpedo. Imagem,uboat.net.

“A bordo não há lugar para ficar confortável, esticar as pernas e relaxar do seu turno extenuante, exceto talvez no beliche, que você deve dividir com seus companheiros. O trabalho é monótono e apertado; três vezes por dia, você começa a devorar sua refeição encolhido no menor dos espaços, depois dorme em um beliche sempre encharcado … e logo é hora de voltar ao trabalho.”

E sobre a missão: “Como comandante de um submarino, não poderia ter sonhado com nada mais emocionante, era um novo território para mim. Sabíamos que muito estava em jogo com este primeiro ataque à América; tínhamos que acertar o primeiro golpe. Quanto mais forte for o golpe, mais efeito terá.”

Para este escriba um dos melhores filmes a retratar a situação descrita é o clássico Das Boot, o Inferno no Mar, que pode ser assistido na Netflix.

Os U-boot em mares distantes

Segundo a britânica, ‘na fase seguinte (à da batalha do Atlântico Norte), os submarinos foram enviados para águas remotas, onde alvos não escoltados ainda podiam ser encontrados’.

‘Embora no início eles tenham alcançado sucessos consideráveis, especialmente no Oceano Índico, a estratégia dos Aliados de atacar os navios de abastecimento dos U-boats e colocar todos os embarques possíveis em comboios novamente se mostrou bem-sucedida’.

‘Na fase final, os U-boats – então equipados com tubo de ventilação snorkel (schnorkel), que permitia viagens subaquáticas prolongadas e reduzia muito a eficácia do radar – voltaram às águas costeiras ao redor das Ilhas Britânicas. Mas afundaram poucos navios e sofreram pesadas perdas’.

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Este vídeo original mostra o afundamento do navio HMS Barham, arquivo capturado de forma notável pelo cinegrafista da Pathé News, John Turner, em um navio adjacente.

Enigma, a criptografia na Segunda Guerra

Enigma era uma máquina que criptografava as mensagens alemãs enviadas ao, ou do, front para os quartéis e vice-versa. Inventada em 1910, foi  aperfeiçoada até o advento da Segunda Guerra Mundial.

Os aliados a conheciam, mas não sabiam decifrá-la. Apanharam muito enquanto a estudavam, até que em 1942 tiveram sorte. Ao capturarem um U-boot encontraram os códigos usados.

A partir deste ponto, até decifrarem as mensagens inimigas, foi um pequeno passo. Mas a partir dele quem começou a apanhar foram os U-boots.

U-Boot, submarino alemão, em águas brasileiras

Depois da batalha do Atlântico estas máquinas de guerra desceram o Atlântico Sul. Em 1942, com 33 cargueiros brasileiros afundados, o hesitante Getúlio Vargas, que flertara com o Eixo, viu-se obrigado a aliar-se aos Estados Unidos.

Imagem: German Federal Archive / Wikimedia Commons.

Só em águas brasileiras 35 navios foram atacados, e 33 afundados, provocando cerca de 700 mortes (outras fontes falam em 36 navios mercantes afundados com mil mortes).

A Guerra no Atlântico Sul

Para estas águas foram enviados 25 U-boots. Onze foram afundados pelos Estados Unidos. Mas só um deles foi encontrado, o U-513, localizado pelo velejador Vilfredo Schurmann.

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Em 1943 um hidro-avião norte-americano o flagrou ao largo de Santa Catarina. Duas bombas foram lançadas, uma delas pegou o U-513 em cheio.

Encontros furtivos durante a guerra.

Vilfredo velejava com um amigo quando soube da história. Ficou fascinado e pôs mãos à obra. Pesquisou durante 11 anos até localizar o naufrágio.

Depois passou dois anos ‘varrendo a região’, até encontrar o submarino. Mas, apesar de descobrir o local exato, a Marinha do Brasil impediu que fossem feitos mergulhos.

De acordo com matéria da Super Interessante, a MB alegou que aquele é um ‘túmulo de guerra’ e, em respeito aos que morreram no conflito, proibiu que mexessem nos destroços.

Ilustração, https://www.facebook.com/photo/?.

A família Schurmann, entretanto, produziu o documentário ‘Em busca do Lobo Solitário’.

O procedimento da Marinha do Brasil não é uma implicância de brasileiros, como se pode imaginar. Há grande comoção mundial por mergulhos em naufrágios da Segunda Grande Guerra. Muitos deles aconteceram em águas da Indonésia.

Depois de muitos serem saqueados, o Ministério da Defesa do Reino Unido exigiu que Indonésia ‘proteja os navios do maior assalto a túmulos do mundo na Ásia‘.

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Assista ao documentário sobre o poder do U-boot

Imagem de abertura: U-36, WikiPédia

Fontes: https://uboat.net/; https://www.britannica.com/technology/U-boat; https://super.abril.com.br/historia/o-submarino-nazista-no-brasil/.

Milhares de navios estão em risco por fraude em combustível

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