Navio autônomo porta-contêineres, por que não?
Os drones, que não deixam de ser veículos autônomos, já estão operando em todas as partes do mundo. E as grandes montadoras, além de empresas de tecnologia como a Apple, além de Google e Uber, estão na fase de testes dos carros autônomos. Por que não um navio autônomo porta-contêineres ?
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Navio autônomo porta-contêineres
Só de navios cargueiros, de todos os tipos, há cerca de 60 mil no mundo. Contando com os de passageiros, os de pesca, e outros, a conta bate quase nos 100 mil navios. E todos precisam ser tripulados. Mas as montadoras, que tanto investem nos carros autônomos, não estão sozinhas.
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Algumas grandes empresas avançam em projetos de navios cuja propulsão pode ser combinada entre motores e turbinas eólicas, entre outras novidades. Mas, um navio autônomo ainda soa como ficção científica embora, para alguns, as vantagens seriam muitas: menos gasto com tripulantes e mantimentos, mais espaço para carga e, melhor, zero de emissões.
Os navios tradicionais queimam tanto combustível como cidades inteiras. Usam mais combustível que os navios de contentores, e utilizam um combustível com baixo teor de enxofre que é cem vezes pior que o diesel da estrada, explica o especialista Bill Hemmings.
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Veículos autônomos
O site www.2025ad.com/ abordou o tema: “Veículos autônomos não são um novo conceito. Desde os drones aéreos não tripulados que realizam operações militares e de vigilância a milhares de quilômetros da base, até os carros sem motorista já existentes que transportarão todos os passageiros pelas redes rodoviárias, estamos começando a alavancar a inteligência artificial para navegar por nós. Parece natural que longas e árduas jornadas marítimas também sejam entregues a um computador.”
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“Navios autônomos podem ser adaptados ou construídos de maneira que as partes dedicadas à tripulação, a ponte e outros recursos repentinamente desnecessários sejam removidos para dar mais espaço à carga.”
“O navio poderia ser operado remotamente. As companhias de navegação implantariam seus instrumentos de navegação e capitães em pontes terrestres ou subcontratariam a transferência para empresas profissionais que se tornassem especialistas em operações remotas de navios. O outro benefício é que as companhias de navegação e as marinhas também podem economizar em custos de recrutamento.”
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“A empresa norueguesa Kongsberg está trabalhando no Yara Birkeland, um navio porta-contêineres autônomo e totalmente movido a bateria e energia solar.”
O site da companhia dá mais detalhes.”O navio YARA Birkeland será o primeiro navio porta-contêineres totalmente elétrico e autônomo do mundo, com zero emissões. Ele será alimentado por baterias, reduzindo o transporte de caminhões movidos a diesel em cerca de 40.000 viagens por ano. Esta iniciativa ecológica ajudará a cumprir as metas de sustentabilidade da ONU e a melhorar a segurança rodoviária e o congestionamento.”
Mas, e para carregar e descarregar o Yara Birkeland?
“O carregamento e descarregamento serão feitos automaticamente usando guindastes e equipamentos elétricos. O navio não terá tanques de lastro, mas utilizará a bateria como lastro permanente. Ele também será equipado com um sistema de amarração automático – atracação e desatracação serão realizadas sem intervenção humana e não exigirão implementações especiais no lado da doca.”
A empresa, que tem mais de 20 anos de e experiência no fornecimento de veículos subaquáticos autônomos, como os ROVs e vários tipos de navios, diz que “o Yara Birkeland navegará a 20 km da costa, entre 3 portos no sul da Noruega. A parte da área que transporta a maior parte do tráfego de navios é coberta pelo sistema VTS das administrações costeiras da Noruega em Brevik.”
O navio terá 79,5 metros de comprimento por 14,8 m de largura. A velocidade de cruzeiro será de seis nós, e a máxima, 13 nós.
Os centro operacionais que cuidarão do navio autônomo
Não é nada simples ser um desbravador. E também não é suficiente construir apenas o navio, mas centros operacionais ao largo da rota. Este é o caso do Yara Birkeland, que navegará na costa sul da Noruega.
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Sobre os centros operacionais, diz a empresa: “Para garantir a segurança, três centros com diferentes perfis operacionais estão planejados para lidar com todos os aspectos da operação.”
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“Esses centros cuidarão da emergência e tratamento de exceções, monitoramento de condições, monitoramento operacional, suporte a decisões, vigilância do navio autônomo e seus arredores e todos os outros aspectos de segurança. Uma interface para a operação logística será implementada no centro operacional de Herøya.”
O histórico do projeto
Segundo a Kongsberg, o projeto foi entregue em 2017. No ano seguinte ficou decidido que a construção do casco seria no estaleiro Vard Braila, na Romênia. O navio passará gradualmente da operação tripulada para a operação totalmente autônoma até 2022.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre este colosso da tecnologia
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Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura: Kongsberg
Fontes: https://www.kongsberg.com/maritime/support/themes/autonomous-ship-project-key-facts-about-yara-birkeland/; https://www.statista.com/statistics/264024/number-of-merchant-ships-worldwide-by-type/; https://www.2025ad.com/en/the-race-to-autonomous-shipping?fbclid=IwAR0CV8MJGN23O0W4ghBoQYA77HZRVR5lPyxcxankFME6jDjkXMwW0Fwu85c.