Professor polvo, um documentário imperdível
Muita gente já assistiu em filmes a interação entre mamíferos marinhos e seres humanos. Chega a ser bastante comum observar baleias ou golfinhos se aproximando de barcos, ou surfistas. Quem nunca navegou e viu golfinhos brincando nas marolas da proa do barco, por exemplo? Mas, e sobre a interação entre um mergulhador e um molusco? Eu, pelo menos, nunca tinha visto. Até que assisti Professor polvo, um documentário imperdível.
Professor polvo, um documentário imperdível
Com exceção dos mamíferos marinhos que têm a característica de se aproximar de barcos ou mergulhadores, este tipo de encontro não é dos mais comuns.
Sabemos que às vezes acontece com tubarões-baleia, e também com as raias mantas. O Mar Sem Fim publicou um post sobre a interação entre uma raia manta e um mergulhador brasileiro no mar da Costa Rica, que viralizou na internet. Aconteceu com o paulistano Thomaz Monteiro, quando ele mergulhava numa ilha ao largo daquele país.
As mantas também têm o costume de se aproximarem, curiosas, de mergulhadores. Com Thomaz o encontro foi especial. A raia manta estava enroscada numa rede e se aproximou como que pedindo ajuda para se livrar daquele entulho. Thomaz livrou o animal, e ajudou a manta. O filme viralizou nas redes sociais.
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Primeira produção sul-africana da NetFlix
O cenário é de uma beleza fora do comum. Uma floresta de algas na África do Sul, em False Bay, uma enseada gelada próxima ao Cabo da Boa Esperança. Ali, numa pequena praia cresceu o mergulhador e cineasta Craig Foster.
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Durante quase um ano Foster mergulha todos os dias em meio à vegetação submersa que é um dos ecossistemas marinhos mais importantes. Procurando as criaturas marinhas que habitam a floresta de algas, entre uma toca e outra, Craig Foster se encanta com um polvo comum e passa a segui-lo em centenas de mergulhos.
Assim como numa floresta em terra firme, embaixo d’água há uma luta constante entre predadores e suas presas, e as estratégias de cada espécie. No início, a curiosidade de Craig se volta às inúmeras táticas usadas pelos polvos capazes, entre outras, de se mimetizar mudando de cor e textura da pele para passar despercebido por seus predadores naturais.
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A cada novo mergulho, uma nova e surpreendente estratégia nos é mostrada. É difícil, tanto para Craig como para quem assiste, perceber onde exatamente está o animal, tal o arsenal de táticas que emprega, seja para caçar as suas presas, seja para não ser caçado. Então, aos poucos, acontece a conexão improvável entre o ser humano e o molusco.
O documentário não foi feito para ambientalistas ou especialistas, ao contrário. Ele foi pensado para atingir o leigo, e o faz de maneira magistral, com cenas belíssimas e grande dose de lirismo.
As críticas sobre Professor polvo
Em geral foram superlativas. Não há quem não se comova. A BizNews, em uma crítica, escreve que ‘ao longo do filme Foster rastreia os movimentos do polvo e, assim, transporta os espectadores para o mundo natural e o ponto de vista do polvo de uma forma raramente feita antes’.
O USA Today, em reportagem, diz que o documentário ‘traz um nível de consciência que poucos experimentaram antes dele para a vida do cefalópode’. E acrescenta que algumas celebridades juraram nunca mais comer polvo depois de assisti-lo.
O The Cut rotulou o documentário como ‘a história de amor de que precisamos agora’.
Ficha técnica de My Octopus Teacher
Em português o documentário recebeu o título de Professor polvo. Trata-se de uma produção original da NetFlix, lançada em setembro de 2020, dirigido por Pippa Ehrlich e James Reed, com duração de 85 minutos.
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O documentário é narrado pelo protagonista, o cineasta Craig Foster, que descreve os efeitos deste encontro com uma criatura marinha da qual não esperava muito mais que conhecer seus hábitos, mas que acaba por lhe ensinar uma lição sobre a fragilidade da vida e a conexão da humanidade com a natureza.
A interação com o animal ajudou Foster a criar vínculos mais fortes com o filho pequeno a quem ensina a mergulhar. É um dos melhores documentários sobre a vida marinha que este escriba já viu. Vale a pena assistir.
Mais recentemente, a divulgação da primeira fazenda de criação de polvos provocou polêmica na Europa.
Assista ao trailer e saiba mais
Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura: NetFlix
Fonte: https://www.ecowatch.com/my-octopus-teacher-movie-2647785692.html?rebelltitem=4#rebelltitem4; https://www.usatoday.com/story/entertainment/movies/2020/09/22/my-octopus-teacher-netflix-documentary-unexpected-tearjerker/5860006002/.
O mergulhador/diretor/cinegrafista não sente frio!
O ano inteiro mergulha lá na África do Sul só de sunga.
Agora sério, não como polvo devido a Jacques Cousteau. Em uma de suas filmagens, há décadas atrás, ele nos mostrou o grau de empatia e inteligência que o cefalópode tem.
Eu sou mergulhador, e nao como polvo. Para mim seria como comer cachorro ou cavalo. Sao lindos e inteligentíssimos.
Esse documentário é maravilhoso! Impossível não se emocionar! Fica a mensagem que devemos lutar cada vez mais para manter os oceanos limpos.
Que maravilha ver a interação entre Pessoas Humanas e Pessoas NAO humanas, pois isso mesmo que os “outros animais” são. Tem inteligência, emoções, família, tudo como nos Pessoas Humanas. Sou vegana em respeito ao NÃO humanos, pois na minha concepção TODOS os seres tem o Direito a Vida. Realmente o convívio diário com esses e seres maravilhosos, traz uma outra visão da nossa própria vida e existência. Finalmente o Mundo volta seus olhos para outros seres, e já era sem tempo. Todos devemos por obrigação “Respeitar, Proteget e Amar” outras criaturas fora a nossa própria espécie…essa, quando e possível. Digo
Isso, pois a cada dia nos afastamos mais do verdadeiro sentido da palavra HUMANIDADE. Assistam o documentário “HUMANOS”. Vale a pena ver.
Vou assistir, com certeza. Há anos eu não como polvo porque assisti a um documentário antigo, produzido pelo Instituto Oceanográfico de Mônaco, em que um mergulhador interage com um polvo no tempo: o cefalópode é levado para o Instituto e cuidado pelo mergulhador cientista, depois é levado de volta ao mar dentro de uma latinha de suco V8. Depois de dois anos o mergulhador volta ao local, a latinha ainda está lá e o polvo sai para saudá-lo, estica seus tentáculos com delicadeza e abraça seu amigo cientista. Dois anos de memória, Uma beleza.
João Lara Mesquita
Opinião: Esta Filmagem Com Certeza Atinge MUITO MAIS QUE “O LEIGO”,..serve também Mostrar ás Partes EXUBERANTES de Nossos Oceanos,..EDUCAÇÃO AMBIENTAL.