Área protegida no Atlântico: depois do Pacífico, Obama cria nova área marinha protegida
O presidente americano Barack Obama, agindo como estadista, quer deixar o cargo tendo protegido imensas áreas marinhas. Sobre esta nova área protegida no Atlântico, disse o presidente:
Se nós vamos deixar para nossos filhos os oceanos como os que foram deixados para nós, então nós vamos ter que agir, e vamos ter de agir com ousadia
Área protegida no Atlântico
A nova área marinha, Northeast Canyons and Seamounts Marine National Monument, fica a 130 milhas de Cap Code. Ela tem 5 mil milhas quadradas de extensão. O jornal New York Times diz que a área protegida fica numa parte do Atlântico onde acredita-se que o aquecimento das águas deve ser três vezes maior que a média global. E além disso, é habitat de baleias, tartarugas e antiquíssimos corais de águas profundas onde existem diversas espécies endêmicas. Segundo o presidente americano,
proteger esta área é um passo vital para contrapor ao aquecimento global. Mudanças perigosas no clima causadas principalmente pela atividade humana; zonas mortas no nosso oceano causadas principalmente pela poluição que nós criamos aqui na terra; práticas de pesca insustentáveis; áreas marinhas desprotegidas em que as espécies raras e ecossistemas inteiros estão em risco – todas essas coisas estão acontecendo agora
Decisão irrita profundamente a indústria pesqueira
O NYT disse que a indústria de pesca se opunha fortemente a proposta do monumento. Especialmente na região de New England, onde existe uma tradição de 400 anos de pesca nos Estados Unidos. Brad Sewell, que supervisiona o trabalho da pesca e questões referentes à Costa Atlântica do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, chamou a designação de “uma vitória incrível” na luta contra as alterações climáticas.
Para Brad Sewell,
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este local selvagem do oceano tem cânions mais profundos do que o Grand Canyon, montanhas submarinas mais altas do que qualquer coisa a leste das Montanhas Rochosas, e belos corais de águas profundas que brotam das profundezas e que são tão antigas quanto as sequóias
Brad finalizou dizendo que Obama, em sua gestão, aumentou em 20 vezes a quantidade de habitats marinhos protegidos fora dos Estados Unidos continentais.
Obama não se importou em desagradar a forte indústria da pesca de New England
E desta vez Obama não se importou em desagradar a forte indústria da pesca de New England. De acordo com o jornal The Christian Science Monitor, na nova área marinha protegida será permitida a pesca de recreação. E a indústria da lagosta poderá continuar a pescar por mais 7 anos. Mesmo assim, cálculos desta indústria indicam uma perda de US$ 10 milhões de dólares.
O mundo civilizado se alinha na defesa dos oceanos enquanto o Brasil dorme em berço esplêndido.
Enquanto o mundo civilizado age para minimizar os impactos humanos nos oceanos, o Brasil dá subsídios para a pesca industrial que atingiram, no período petista, de 2003 até 2011, quase 2 trilhões de reais. Ao mesmo tempo em que desperdiça valores desta envergadura, o governo petista, e os anteriores, demoraram mais de 20 anos para transformar Alcatrazes, um dos “top ten” da costa brasileira em termos de beleza e biodiversidade, em Unidade de Conservação. Vinte anos de luta para uma mísera nova área marinha protegida!
O mar brasileiro precisa mais áreas marinhas de proteção integral
É urgente a criação de novas áreas marinhas de proteção integral no mar brasileiro, atualmente entregue ao deus- dará. O Ibama, e o ICMBio, com a migalha que recebem do orçamento federal, não têm a menor condição de trabalhar. É urgente repensar o esquema brasileiro de proteção. A maioria das Unidades de Conservação está no papel, sem equipe, ou equipamentos para cumprir sua missão. Na última série de documentários visitei as 59 UCs do bioma marinho. Elas também estão ao deus- dará. A maioria não tem sequer um barco! Como proteger o bioma marinho sem barcos? Acorda Brasil!