Novo ecossistema descoberto com ajuda de tubarões-tigre
Com a ajuda de alguns tubarões-tigre, pesquisadores descobriram o maior ecossistema conhecido de gramas marinhas do mundo. A novidade foi saudada pela mídia internacional, haja vista que as gramas marinhas estão entre os mais ameaçados ecossistemas. Segundo o www.outsider.com Em uma tentativa de mapear melhor os prados de gramas marinhas do oceano, cientistas nas Bahamas anexaram câmeras e rastreadores às barbatanas dorsais dos tubarões. E o que eles coletaram foram horas de filmagens que revelaram um ecossistema que se estende por até 35.000 milhas quadradas. Engenhoso, não? Novo ecossistema descoberto com ajuda de tubarões.
E se fosse um mergulhador?
O www.smithsonianmag.com também abordou o assunto, e questionou: Se um mergulhador humano tentasse mapear gramas marinhas, seria lento. Limitada a águas bastante rasas, a pessoa precisaria subir para tomar ar e fazer pausas na natação. Então, para entender melhor onde essas plantas crescem, uma equipe de cientistas recorreu a alguns aliados incomuns: os tubarões.
E o achado compensou. Segundo a mesma fonte, a nova descoberta expande a cobertura conhecida de gramas marinhas globalmente em cerca de 41%, de acordo com o estudo publicado na Nature Communications.
Para Austin Gallagher, diretor executivo da organização sem fins lucrativos Beneath the Waves, em depoimento a Nick Kilvert, da Australian Broadcasting Corporatio, “os tubarões nos levaram ao novo ecossistema nas Bahamas que agora sabemos que é provavelmente o sumidouro de carbono azul mais significativo do planeta.”
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O www.smithsonianmag.com ouviu Wells Howe, gerente de programa do projeto Carbono Azul Beneath the Waves: “Nossos resultados indicam que as gramas marinhas nas Bahamas podem conter de 19,2 a 26,3 por cento de todo o carbono sequestrado da Terra.”
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Os tubarões-tigre nas Bahamas
Estudar os tubarões-tigre nas Bahamas por mais de uma década, diz o www.abc.net.au, levou o Dr. Gallagher a apresentar uma abordagem de pesquisa única.
“Colocar câmeras em animais para a ciência não é necessariamente inédito, mas usar essa abordagem para mapear o fundo do mar é um conceito relativamente novo”, disse Gallagher.
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As novas tecnologias e a ciência marinha
Já escrevemos aqui que a ciência marinha é caríssima. Requer equipamentos que só recentemente foram descobertos com a ajuda da tecnologia, além do aluguel de navios. E ainda são necessárias grandes equipes.
Tudo isso fez com que a ciência marinha ficasse atrasada em relação à espacial, por exemplo.
Alguns destes equipamentos são usados com muito mais frequência na exploração de petróleo. É que a venda do combustível fóssil paga todas as contas e ainda sobram bilhões. O mesmo não acontece na oceanografia, daí vêm as ideias inovadoras como colocar câmeras em animais marinhos.
Como aconteceu a nova descoberta?
Segundo o www.smithsonianmag.com, Para fazer sua descoberta, os pesquisadores conectaram câmeras aos tubarões com cabos biodegradáveis e conectores giratórios projetados para corroerem na água do mar após 24 horas.
Entre 2016 e 2020, eles colocaram seis tubarões com câmeras frontais. Um sétimo carregou a “primeira implantação de uma câmera de 360 graus transportada por um animal marinho”, escrevem os autores. Eles também anexaram tags de satélite a outros oito tubarões para registrar dados sobre a temperatura da água e a profundidade.
Os animais foram capazes de “cobrir áreas que não eram logisticamente possíveis para acesso humano”, viajando mais fundo e mais longe do que os humanos, escrevem os autores.
Por último, “O que esta descoberta nos mostra é que a exploração e pesquisa oceânica são essenciais para um futuro saudável”, disse Gallagher. “O potencial inexplorado do oceano é ilimitado.”
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