Marinha do Brasil consegue se fortalecer apesar da crise, novidades bem-vindas na frota
Para nós do Mar Sem Fim é um alívio saber que a Marinha do Brasil consegue se adaptar às circunstâncias. Apesar da crise, ela consegue se manter minimamente aparelhada. Ou, se não consegue crescer aumentando seu poder de dissuasão, é fato que ela não se deixa sucumbir. Navios e submarinos são equipamentos caros, sim. Mas extremamente necessários para a Marinha que tem que cuidar da Amazônia Azul, área equivalente em tamanho a Amazônia. À ela compete a difícil tarefa de garantir que os recursos de nossa Zona Econômica Exclusiva (4,5 milhões de quilômetros quadrados) estejam protegidos da interferência estrangeira, da pesca predatória, da segurança de nossas plataformas de petróleo, etc.
Nova nau capitânia da armada nacional
Roberto Godoy, do Estadão: ” A Marinha do Brasilrecebeu na base naval de Davenport, no Reino Unido, a nova nau capitânia da armada nacional. Trata-se do porta-helicópteros de múltiplo emprego PHM A-140 Atlântico, ex-Ocean, da frota inglesa. O navio, um gigante de 203 metros, tamanho de dois campos de futebol (Saiba qual foi o primeiro porta-viões do Brasil). O navio desloca cerca de 22 mil toneladas. Leva até 18 aeronaves de diversos tipos.”
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RG: “Além dos 465 tripulantes, pode transportar cerca de 800 fuzileiros. Além de um esquadrão de blindados de ataque, lanchas de desembarque anfíbio. E veículos de emprego geral. Em missões humanitárias, os conveses inferiores têm capacidade para receber um hospital. O Atlântico custou 84,6 milhões de libras esterlinas, cerca de R$ 350 milhões ao câmbio de dezembro de 2017. O pagamento será em parcelas (Conheça uma breve história dos porta-aviões).
Seahawak Super Puma e Cougar
Roberto Godoy: “Construído entre 1995 e 1998, o navio passou por ampla modernização entre 2012 e 2014. O porta-helicópteros terá uma ala aérea em condições de operar com todas as aeronaves de asas rotativas em uso pela Marinha: os grandes Seahawak Super Puma e Cougar, combinados com os médios Linx, Esquilo e Bell Jet Ranger. O convés de voo permite atuar com sete deles simultaneamente. A composição será sempre variada. Ajustada de acordo com cada missão programada.”
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Assista ao vídeo da apresentação do navio:
Submarino convencional, a outra novidade da Marinha do Brasil
Segundo o site clickpetroleoegas.com.br/, “A Marinha do Brasil prepara o lançamento do primeiro submarino construído no Brasil, fora do Arsenal de Marinha situado na base da ilha das Cobras no Rio de Janeiro. O Riachuelo é fruto do PROSUB (Programa de Desenvolvimento de submarinos do Brasil). Este programa envolve a construção de quatro submarinos de propulsão convencional e um nuclear. O programa foi costurado com base em um acordo entre os governos do Brasil e França, em 2008.
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“Com 72 metros de comprimento e pesando cerca de 1800 toneladas o Riachuelo é o submarino convencional mais moderno do mundo. Está em fase final de construção na base naval de Itaguaí. Primeiro da classe Scorpene, o Riachuelo teve o casco construído dentro do prazo pela Nuclep, a responsável pelo projeto no País. A unidade é resultado do acordo de transferência de tecnologia francesa. O submarino é um dos quatro com propulsão diesel-elétrica previsto pelo programa. Ele ainda conta com uma unidade de propulsão nuclear (SN-BR).”
Marinha do Brasil: sócia do seleto clube dos cinco construtores de submarinos
A construção de um submarino pelo Brasil é um tremendo feito. Atualmente, apenas cinco países dominam a tecnologia para construção de submarinos nucleares (o nosso deve ser lançado até o fim da década de 20) : China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. Com isso dá para se ter uma ideia do quanto é importante esse projeto para a engenharia naval nacional (Saiba quais são os maiores submarinos do mundo).
O SN-BR, a propulsão nuclear
O primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro SN-BR terá um diâmetro de 9,8 metros (o S-BR tem 6,2m), para acomodar o reator nuclear. Um reator de água pressurizada, também referido pela sigla PWR (do inglês pressurized water reactor). O SN-BR terá 100m de comprimento, deslocamento de cerca de 6.000 toneladas. Será movido por propulsão turbo-elétrica com 48 MW de potência, equivalentes a 650 carros de 100 HP ou ao fornecimento de energia a uma cidade de 20.000 habitantes.
Neste sistema, o reator nuclear fornece o calor para a geração de vapor. Este aciona duas turbinas acopladas a dois geradores elétricos, um dos quais dedicado principalmente a gerar eletricidade ao motor elétrico de propulsão. E outro para o fornecimento de eletricidade aos demais sistemas do SN-BR.
A importância das novas conquistas da Marinha do Brasil
Um documento público norte- americano diz que “Nos cinco domínios em que as nossas forças militares operam – em terra, no ar, no mar, no fundo do mar e no espaço – as operações submarinas são as menos visíveis. Por esta razão, oferecem o máximo em furtividade e surpresa ao influenciar eventos em todos os cinco domínios com risco mínimo. Infelizmente, como as operações submarinas são virtualmente invisíveis e altamente secretas, elas são menos entendidas. E freqüentemente subestimadas pelo público em geral.”
A Nau Capitânia da Marinha do Brasil
Quanto à nova nau capitânia, saiba que por anos mantivemos o já velho e ultrapassado porta-aviões Minas Gerais, um ícone naval brasileiro que o Mar Sem Fim já homenageou neste site. Durante alguns anos a MB tentou com outro porta-aviões mas decidiu desativar definitivamente o único de sua frota de combate, o NAe A-12 São Paulo, comprado na França, em 2000. Portanto, é mais que justo que tenha outro, desta vez um navio que veio pra ficar. Uma joia muito importante para a MB.
Novas corvetas
E além da nau capitânia, e dos submarinos, o Estadão de dezembro de 2019 informa que “O Tribunal de Contas da União (TCU) liberou a assinatura do contrato entre o consórcio Águas Azuis – formado pela alemã Thyssen e pela brasileira Embraer – e a Marinha do Brasil, para construção de quatro corvetas lançadoras de mísseis da classe Tamandaré. Os navios são uma promessa de retomada para a indústria naval brasileira, abalada desde a crise que tomou conta da Petrobrás nos últimos anos em função da Operação Lava Jato. As corvetas devem ser construídas no estaleiro Oceana, em Santa Catarina, e empregar cerca de 2 mil pessoas.”
Novo Navio Socorro de Submarino (NSS) “GUILLOBEL”
A última novidade do no de 2019 para a frota da Marinha do Brasil foi a chegada do novo Navio de Socorro a Submarinos, o GUILLOBEL. Ele vem substituir o Felinto Perry que está no final de sua vida ativa. O Guillobel tem 85 metros de comprimento, desloca 5.700 toneladas, é movido a diesel e tem velocidade de 10 nós. As informações são do site www.defesa.tv.br.
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4,5 milhões de quilômetros quadrados, o tamanho da Amazônia Azul
Nossa ZEE é das maiores do mundo. Tem tamanho similar ao da Amazônia Verde, e ainda mais riquezas espalhadas por 4,5 milhões de quilômetros quadrados! Vamos nos lembrar da importância da geopolítica dos oceanos, e agradecer a Marinha do Brasil pela atenção e presença. A força naval vem sendo sucateada, muitas vezes sem verba sequer para pagar o diesel dos navios, enquanto cresce nossa responsabilidade pela enormidade da área marinha que nos compete. Até que enfim, uma boa notícia na área.
Assista ao vídeo que mostra a transferência do submarino convencional Riachuelo:
Fontes: https://www.public.navy.mil/subfor/underseawarfaremagazine/Issues/Archives/issue_06/more_submarines.html; https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,marinha-brasileira-recebe-novo-porta-helicopteros,70002377613; https://www.naval.com.br/blog/2018/02/20/o-prosub-e-o-submarino-nuclear-brasileiro-sn-br/; https://www.naval.com.br/blog/2018/08/31/apos-lancamento-ao-mar-submarino-riachuelo-deve-voltar-ao-estaleiro/; https://www.defesa.tv.br/chega-ao-brasil-o-novo-navio-socorro-de-submarino-guillobel-da-marinha-do-brasil/