Mapa da migração de baleias expõe perigos crescentes

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Mapa global da migração de baleias expõe perigos crescentes

Para começar, o primeiro mapa global de padrões de migração de baleias do mundo foi publicado. Em consequência,  lançou luz sobre “ameaças crescentes”. Quanto a este ponto de vista, cientistas combinaram dados de rastreamento por satélite de 845 baleias. Foram coletados ao longo de 30 anos. Desse modo, os mapearam ao lado dos vários perigos que baleias enfrentam. Logo, sugerem que ‘as áreas de gargalo’ devem ser abordadas com urgência. O mapa foi criado pela WWF. Ele mostra sobretudo, as ‘superestradas’ oceânicas que as baleias usam para viajar ao redor do mundo. Mapa global da migração de baleias expõe perigos crescentes.

mapa global da rota de baleias
Ilustração, WWF.

“Espécie sentinela” do mar

Apesar de duas espécies aparecerem com frequência em nosso litoral, e uma com periodicidade crescente, as  jubartes que começaram a aparecer próximas a Ilhabela, deixam cientistas preocupados. Porque sobretudo, segundo o estudo, baleias conhecidas como “espécies sentinelas”, refletem a saúde dos oceanos tal qual alertam para riscos à saúde humana. Contudo, seis das 13 espécies de “grandes baleias” estão ameaçadas ou vulneráveis.

Para Simon Walmsley, consultor do WWF UK ao Sky News: “Um mapa fala mais que mil palavras. Além disso,  você pode ver no papel onde as coisas devem ser feitas, Especialmente, o quê fazer.”

Baleias se alimentando
Baleias durante um banquete no mar. Imagem, Daily mail.

Apesar do censo do Projeto Baleia Jubarte, que sobrevoa o Atlântico Sul para a contagem, afirmar que saltaram de 400 para 17 mil em 60 anos, cientistas sugerem, acima de tudo, criar novas áreas protegidas em determinados pontos de suas rotas. Acima de tudo, motivos não faltam.

Baleia emaranhada em rede
As artes de pesca matam a vida marinha mesmo quando pescadores não querem. Imagem, dailymail.

Antes de mais nada, mesmo com novas aparições no litoral do Brasil, em 2021 até o final do mês de julho, nada mesmo que 87 jubartes foram encontradas mortas. Convenhamos, é uma taxa alta.

Os perigos na rota de migração das baleias

Definitivamente, os perigos são muitos. Para começar, o enredamento em artes de pesca mata 300.000 cetáceos por ano. Assim como a poluição plástica pode matar baleias que confundem o material com comida. E, finalmente, colisões com navios também geram mortes.

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mapa da rota de migração de baleias
Ilustração, WWF.

“Sabíamos que o nível de ameaça subia, contudo queríamos visualizar a extensão das migrações nessas superestradas assim como a conectividade entre os locais críticos a que precisam chegar”, disse Walmsley.

Porque é importante proteger as baleias

Dessa forma proteger baleias é importante, sobretudo, “para o funcionamento do oceano. Mas também para a sobrevivência dos humanos”, explicou Xiaoyan Wei, do Centro Nacional de Oceanografia.

Acima de tudo, elas “ajudam a lutar contra a mudança climática”, disse Wei. Porque as próprias baleias são enormes unidades de armazenamento de dióxido de carbono, o gás que aquece o clima. Consequentemente, acumulam mais carbono ao longo de sua vida do que mil árvores.

Fertilizando os oceanos

Elas, igualmente, fertilizam diferentes profundidades dos oceanos por meio de seus excrementos. Por sua vez, isso aumenta a produção de fitoplâncton,  pequena forma de vida que é base da cadeia alimentar marinha. E, além disso, pode capturar 40% do dióxido de carbono do mundo.

baleias jubarte
As jubartes. Imagem, dailymail.

Como conclusão, o papel das baleias no combate às mudanças climáticas mostra como as crises do clima e da natureza são “inseparáveis”. Agora, ele espera que o exercício de mapeamento mostre que baleias estão “ameaçadas no decurso de toda a extensão da migração, assim como ao longo do ‘corredor azul'”.

Isso significa que não adianta “proteger baleias apenas no lugar onde se reúnem. Você precisa protegê-las em toda a extensão dessa rota de migração, simplesmente, porque enfrentam ameaças o tempo todo.”

Agora, o WWF Reino Unido quer que o próximo tratado de alto-mar da ONU, que será negociado novamente, inclua uma rede de Áreas Marinhas Protegidas, universalmente reconhecidas. E não apenas por aqueles que as estabelecem.

rota de baleias no Atlântico Norte
Ilustração, WWF..

Embora seja difícil implementar áreas marinhas protegidas em todas as rotas de migração, outras medidas, entre elas, desaceleração de navios, software de prevenção ou equipamento de pesca de liberação rápida podem preencher as lacunas mais importantes.

No Atlântico Norte restam 350 baleias francas

Hoje, o mundo tem apenas cerca de 350 baleias francas do Atlântico Norte. “A ameaça de extinção mostra que a necessidade dessa ação é iminente”, disse Dr. Walmsley.

Enquanto isso, Chris Johnson, que lidera a iniciativa de proteção de golfinhos do WWF, declarou ao Dailymail: “Os impactos cumulativos das atividades humanas, incluindo pesca industrial, colisões com navios, poluição química, plástica e sonora, perda de habitat além de mudanças climáticas, criam um obstáculo perigoso, às vezes, fatal’.

300 mil baleias mortas por ano

Segundo o Dailymail, entretanto, A ameaça mais significativa para as populações são o enredamento em artes de pesca e ‘redes fantasmas’ descartadas, perdidas ou abandonadas por pescadores. No total, as artes de pesca perdidas matam cerca de 300.000 baleias ao ano.

Cachalote
Os cachalotes foram impiedosamente caçados no século 19. Imagem, www.sciencefocus.com.

Avaliação das baleias pelo do Fundo Monetário Internacional

Por fim, o Dailymail, aponta uma avaliação do Fundo Monetário Internacional que estima que o valor intrínseco de cada grande baleia seja superior a US$ 2 milhões. Isso quer dizer que a população global vale mais de um trilhão de dólares americanos.

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Simon Walmsley, conselheiro da WWF Reino Unido: ‘Como um estado costeiro recém-independente e uma superpotência marítima, o Reino Unido pode mostrar liderança internacional. E, assim,  apoiar a recuperação dos oceanos expandindo e fortalecendo as áreas marinhas protegidas nos mares do Reino Unido.’

baleias
Imagem, naturepl.com – Tony Wu – WWF.

Além disso, o WWF convoca a comunidade internacional a se unir para proteger os corredores azuis do mundo, apoiando o Tratado de Alto-Mar da ONU (Obs. O Mar Sem Fim abordou o assunto mostrando que 30 países já estão de acordo com o tratado).

Assista ao vídeo do Daily Mail e saiba mais

Imagem de abertura: Daily mail.

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