Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão
Quando pensamos em ilhas nossa mente é bombardeada por imagens de ilhas paradisíacas, praias limpas e águas transparentes, Socotra, no Índico, por exemplo. Entretanto, às vezes lembranças ecoam do passado evocando ilhas com tesouros, fruto da ação de piratas, ou até mesmo ilhas que serviram de abrigo a personagens famosos, caso de Robinson Crusoé, cuja história foi inspirada por um caso real. Ou ainda ilhas remotas e mesmo assim habitadas. Contudo, o que dizer de uma ilha fantasma? Hoje vamos conhecer uma, Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão.
Gunkanjima, ilha fantasma no litoral do Japão
Para começar, ela já apareceu no filme “007 – Operação Skyfall” (2012), e foi até mesmo reconhecida como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por sua aparência pós-apocalíptica com imensas construções de concreto abandonadas em meio ao oceano.
Segundo o coisas do Japão, ‘Gunkanjima (“ilha navio de guerra” – assim chamada por causa da silhueta de navio) é uma pequena ilha localizada a aproximadamente 15 quilômetros da cidade de Nagasaki’. No passado, chegou a ser o lugar mais densamente povoado do mundo.
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Gunkanjima, também conhecida como “Hashima” ou “Ilha do Navio de Guerra”
Em primeiro lugar, no início dos anos 1900, Gunkanjima foi desenvolvida pela Mitsubishi Corporation, que acreditava corretamente que a ela estava situada em um rico depósito de carvão submarino.
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Por isso, durante os quase cem anos seguintes, a mina se tornou mais profunda e longa, estendendo-se sob o leito do mar para a mineração de carvão que alimentava a expansão industrial do Japão.
Em 1941, com menos de um quilômetro quadrado de área, alcançava produção de 400.000 toneladas de carvão por ano. E muitos dos que trabalhavam como escravos na mina submarina eram coreanos.
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Havia escolas, restaurantes e casas de jogos, todos cercados pelo paredão protetor. Ficou conhecida como “Midori nashi Shima”, ilha sem verde. Surpreendentemente, em meados da década de 1950, abrigava quase seis mil pessoas, dando-lhe a maior densidade populacional que o mundo já conheceu. Mas, então, acabou o carvão.
Mitsubishi fecha a mina
A Mitsubishi toma a decisão e fecha a mina, todos foram embora e a cidade-ilha, abandonada. Os apartamentos começaram a desmoronar e, pela primeira vez, nos pátios áridos, plantas cresceram.
Vidros quebrados e jornais velhos espalharam-se pelas ruas. A brisa do mar assobiava pelas janelas. Agora, cinquenta anos depois, Gunkanjima está exatamente como antes da partida da Mitsubishi. Uma cidade fantasma no meio do mar.
De acordo com coisas do Japão, ‘Em 1959, mais de 5.000 moradores chegaram a morar em Gunkanjima, considerado o lugar mais densamente povoado do mundo (835 habitantes por hectare). Para acomodar tantas pessoas em área tão pequena, expandem e preenchem ilha com grandes edifícios residenciais’.
‘Os moradores foram capazes de viver uma vida mais ou menos típica. Enquanto isso, metade da população se dedicou ao funcionamento da mina, e a outra cuidou do espaço residencial, escolas, restaurantes, lojas, banho público e hospital.
Além disso, paredes de concreto “quebra mar” se fizeram necessárias, já que é região propensa constantemente a tufões e ondas grandes’.
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Mas, em 1974, com o petróleo tomando o lugar do carvão, as autoridades decidem finalmente abandoná-la. Desde então, ao longo dos anos, a exposição direta aos tufões fez com que as residências e as instalações de mineração se deteriorassem, dando ao local uma atmosfera assombrada. Devido ao perigo do colapso das estruturas, Gunkanjima ficou fechada para o público por quase 40 anos.
Visitas à ilha Fantasma
Embora o acesso tenha ficado disponível, você não pode visitá-la por conta própria. Para chegar é necessário juntar-se a uma das excursões disponibilizadas por algumas empresas de turismo que partem de vários locais do porto de Nagasaki.
Recomenda-se reservas antecipadas especialmente nos fins de semana e durante os feriados.
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Imagem de abertura: Wikipedia
concordo plenamente com a opinião do Sr.Demétrio é uma vergonha uma empresa como Mitsubish explorar bem e depois abandonar, coisas do capitalismo selvegem.
fernando giannotti
Capitalismo selvagem, suga o sangue e deixa a carcaça para os abutres! Uma vergonha para o Japão, um país tão cuidadoso! Poderia recuperá-la, com os recursos hoje existentes, em tecnologia e naturais inovadores, que a empresa detém!Arigato!!!
Não nos esqueçamos que aconteceu no passado, hoje, seria impossível tentar replicar.
James Bond Skyfall
Uma vergonha para a Mitsubishi!!! Principalmente sendo uma empresa Japonesa. Aonde os valores e cuidados com a natureza são imensos. Deveria cuidar adequadamente do local e não deixar virar um monte de entulho no meio do mar. Extraiu tudo, ganhou bilhões e deixou os escombros.