Empresas brasileiras ‘top of mind’, saiba quais são
Tudo começou no início da década de 90. O instituto de pesquisa Datafolha decidiu ir às ruas para descobrir quais as marcas mais lembradas pelos brasileiros em variadas categorias. O resultado é o que se conhece por “top of mind”. Ou seja, a relação das empresas brasileiras cujas marcas, por algum motivo, ficam gravadas na cabeça dos consumidores.
A pesquisa do Datafolha
Com a palavra o organizador, o Datafolha: “As entrevistas para o Top of Mind são feitas em cerca de 170 cidades brasileiras junto à população com 16 anos ou mais. Ao longo de sua história já foram investigadas 50 categorias de serviços, produtos e temas especiais.”
Por que o Mar Sem Fim abre espaço ao tema?
Muito simples. Já faz tempo que temos dito aos leitores para que escolham com cuidado suas marcas preferidas. Isso faz parte do que se chama “consumo responsável“. E já começa a fazer a diferença em países mais adiantados culturalmente. A guerra contra o aquecimento global, a poluição, a manutenção dos ecossistemas; a guerra contra o desperdício inútil, só será ganha se todos participarmos. Governos, empresas, e cidadãos, têm que fazer suas partes.
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Alguns exemplos empresariais
Recentemente escrevemos sobre a baixaria internacional da Volkswagen. A empresa mentiu para consumidores e governos mundo afora. Pega de calças curtas, alguns de seus executivos foram ‘puxar um tempo de cadeia’. Suas ações caíram nas bolsas. E a empresa ainda foi multada em bilhões de dólares. É preciso que maus exemplos sejam divulgados nos quatro cantos do mundo, de modo que os principais atingidos, os consumidores, conheçam a fraude e tomem providências evitando produtos da marca. Do mesmo modo, escrevemos sobre a excelente idéia da Adidas. A empresa já vendeu 1 milhão de pares de tênis feitos com plástico retirado de praias e oceanos. Tanto o péssimo exemplo da VW, quanto o excelente da Adidas, merecem ser divulgados. Além de contribuir com as escolhas dos consumidores, estes textos podem fazer com que executivos canalhas, como os da montadora alemã, pensem duas vezes antes de tratar o consumidor como ‘o cocô do cavalo do bandido’. Não se pode mais fazer isso em pleno século 21! Pelo mesmo motivo nos engajamos, e procuramos mostrar aos nossos leitores, em campanha internacional contra a gigante Coca-cola que, em 2016, produziu 3.400 garrafas de plástico por segundo!
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Exemplos de políticas públicas de cidades, estados, e países
Também escrevemos mostrando ações de cidades, estados, e países. Procuramos mostrar aos quase sempre atrasados políticos brasileiros que, se eleitos, eles precisam preparar nossas cidades para o caos que vem pela frente. Seja pela poluição, seja pelo crescimento desordenado que extirpa ecossistemas, o aquecimento, os eventos extremos; seja ainda por medidas para frear o ímpeto de certas empresas. É por este motivo que mostramos os países que baniram o plástico; que fizemos matéria para realçar a política adotada por São Francisco, e outra para falar das leis que estão para serem votadas na Califórnia, que luta para banir os estúpidos canudinhos de plástico, fabricados à tresloucada relação de 500 milhões de unidades por dia!
O Top of Mind, Brasil 2018, das empresas brasileiras
Título da Folha de S. Paulo: “Top meio ambiente: Natura e Ypê empatam”
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E mais: ” A marca obteve índice de lembrança de 8% e Ypê 5%, empatadas tecnicamente devido à margem de erro da pesquisa.”
Em 2017
2017: “Ypê se destaca entre os mais escolarizados“, foi o título de matéria da Folha de S. Paulo, sobre o prêmio. O texto explica que “mais de 600 mil árvores plantadas em áreas de preservação permanente credenciaram a marca ao prêmio. Monitorar a água das bacias hidrográficas de 17 Estados também. Seu primeiro produto? Um sabão em barra de origem orgânica e biodegradável, lançado no longínquo 1950.”
E prossegue: ” Lembrada por 7% dos brasileiros quando se pensa em preservação do meio ambiente, Ypê voltou a vencer sozinha após oito anos. Fundada no interior paulista como Química Amparo, ela lidera o ranking “verde” do Top of Mind desde a estreia da categoria, em 2007.
As ações da Ypê em 2017
Ainda segundo a Folha, “A empresa reduziu o emprego de recursos naturais na concepção dos produtos. Escolhe tecnologias industriais que minimizam a geração de resíduos. E desenvolve embalagens com material reciclável. Além disso, apoia programas de ONGs como a SOS Mata Atlântica.“
Curiosidade sobre ações da Ypê
As “600 mil árvores plantadas” referem-se a uma ação da SOS Mata Atlântica para preservar bacias fluviais, inclusive a do rio Tietê, cuja campanha de despoluição foi lançada por este escriba quando dirigia a Rádio Eldorado. Isso apenas para demonstrar que não somos novos no meio…
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Top of Mind 2016
“Menos é mais, no planeta e no bolso. Ypê e Natura falaram disso em 2016.”
Assim a Folha abriu sua matéria neste ano. No corpo do texto a explicação:
“Ypê oscilou de 7% para 6% em relação a 2015. Natura permaneceu com 5%. Estão empatadas, de acordo com a margem de erro. E cresceu o grupo de pessoas que não se lembram de nenhuma marca quando o assunto é ambiental: são 66%, e eram 64% em 2015 e em 2014.”
Este o dado ruim do prêmio em 2016: “E cresceu o grupo de pessoas que não se lembram de nenhuma marca quando o assunto é ambiental: são 66%, e eram 64% em 2015 e em 2014.” Se o número cresceu é por falta de ações que deixaram lembranças. É hora das empresas brasileiras se tocarem.
Dois ótimos exemplos para não ficarmos apenas na pesquisa
Para não ficar apenas nos exemplos acima, o Mar Sem Fim abre espaço para mais duas empresas brasileiras que já foram citadas dezenas de vezes neste site. São excelentes exemplos.
Petrobras
A empresa reconhece que sua atividade é perigosa para o meio ambiente. Especialmente o marinho depois da descoberta do pré-sal. Para compensar, há anos financia alguns dos maiores sucessos da costa brasileira como o Projeto Tamar, o Albatroz, o projeto Baleia Franca, o dos golfinhos rotadores em Fernando de Noronha, o Projeto Peixe- Boi, e muitos outros. A Petrobras merece ser reconhecida por estas ações.
Boticário
O Grupo Boticário, é diferente: ‘fala pouco’ e ‘faz muito’, principalmente por meio da manutenção, há 23 anos, de sua Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. O trabalho feito pela fundação é exemplo para o mundo. O Boticário financia suas ações doando um por cento do faturamento atenção, do faturamento não do lucro, para a fundação. Esta, por sua vez, tem um conselho formado pelos mais eminentes ambientalistas do país. Todos os anos abrem editais para os mais variados assuntos ou temas relacionados à preservação no bioma marinho, e no continente também. Os interessados mandam seus projetos que, se escolhidos, são financiados pela Fundação. Como se não bastasse, a empresa mantém e administra duas RPPNs, uma no cerrado, a Serra do Tombador, outra no bioma marinho, a RPPN de Salto Morato, o melhor exemplo de UC marinha da costa brasileira.
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Fiz questão de registrar nos boletins do Mar Sem Fim no BandNews TV.
Assista a este vídeo no YouTube
Empresários brasileiros, deixem de ser pães-duros, e caras-de-pau. Mirem-se nestes exemplos!
Que outras empresas brasileiras mirem-se nestes exemplos, e façam sua parte. Quatro empresas envolvidas com meio ambiente, em pleno século 21, é de uma pobreza inaceitável. É claro que existem outras, além das citadas. Mas são poucas, e suas ações, fracas ou mal divulgadas, a ponto de quase ninguém recordar-se delas. É o fim da picada!
Imagem de abertura: marketingdiy.
Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/topofmind/2017/10/1930579-de-volta-a-lideranca-isolada-ype-se-destaca-entre-os-mais-escolarizados.shtml; http://www1.folha.uol.com.br/topofmind/2016/10/1825216-ype-e-natura-sao-as-mais-associadas-ao-verde.shtml.