Aumentam as Zonas Mortas nos oceanos, são 700!

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Aumentam as Zonas Mortas nos oceanos, agora são 700!

Muitas causas contribuem para a formação de Zonas Mortas nos oceanos, mas a mais comum é o despejo de esgotos não tratados. Fertilizantes e agrotóxicos usados na agricultura também têm grande participação. Quando despejados no mar esses resíduos servem de alimento para certos tipos de algas, como as cianobactérias, que então proliferam de maneira descontrolada.

Zona Morta Golfo de Oman
Zona Morta no Golfo de Oman. Imagem, www.davidmarinelli.net.

Quando as algas morrem e se depositam no leito marinho, as bactérias encarregadas de decompor essas algas consomem todo o oxigênio disponível, o que impede a sobrevivência de outras formas de vida na área.

Em 2018, destacamos que as Zonas Mortas haviam quadruplicado desde 1950. Atualmente, já contabilizamos 700!

Hoje existem 700 Zonas Mortas

Assim como a população mundial cresce, o mesmo acontece com as Zonas Mortas. Elas são um dos muitos ‘subprodutos’ da superpopulação mundial e nossos hábitos insustentáveis.

Segundo estudo do Instituto Real Holandês de Pesquisas Marinhas, estas áreas oceânicas cada vez maiores estão sufocando a vida marinha. O aumento das temperaturas não é o único parâmetro preocupante cada vez mais visível nos nossos oceanos: o aumento das “zonas mortas” é igualmente preocupante.

As Zonas Mortas, entretanto, também podem ter causas naturais. O especialista Robert Diaz diz que o Índico e o Pacífico também têm Zonas Mortas mas, nestes casos, produzidas por processos naturais. Por esta razão, as zonas mortas provocadas por seres humanos estão frequentemente localizadas perto de litorais habitados.

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No Mar Negro encontramos o maior exemplo de Zona Morta natural do mundo, onde a água oxigenada está presente apenas na camada superior. Isso ocorre onde as águas do Mar Negro se misturam com as do Mar Mediterrâneo, que entra através do estreito de Bósforo.

Existem zonas mortas naturais também no  mar profundo, onde a água é estratificada e imóvel. No entanto, a grande maioria das novas zonas mortas identificadas nos últimos anos está direta ou indiretamente relacionada com a atividade humana e, particularmente, com a poluição.

Já a maior delas, provocada por seres humanos, fica no Báltico, segundo o professor Diaz.  “Nos últimos 40 anos ela variou entre 49.000 Km2.” Diaz explica que os motivos que levaram a essa Zona Morta foram ações no litoral do Báltico, aliadas à pouca circulação da água deste mar ‘quase fechado’. As três maiores zonas mortas são a do Báltico, a do Golfo do México, e a que fica na foz do rio Yang Tsé, na China.

‘Catástrofe maior que o aquecimento’

Segundo os pesquisadores do estudo, este excesso de nutrientes resultante da atividade humana é uma catástrofe ainda maior e, sobretudo, mais rápida do que o aquecimento dos oceanos. Os pesquisadores destacam ainda que a concentração média de oxigênio nos oceanos diminuiu 2% em apenas 50 anos. E a diminuição prossegue.

O Instituto Real Holandês de Pesquisas Marinhas alerta que ‘como mais e mais nutrientes da terra e do ar entram nos oceanos, as zonas mortas sem oxigênio na água aumentarão em tamanho e intensidade.

A zona morta do Golfo do México

Cientistas afirmam que, em 2018, a zona morta do Golfo do México atingiu incríveis 22.729 km², quase equivalente à área total de El Salvador, e 15 vezes o tamanho da Cidade do México. Essa foi a maior extensão registrada para esta zona morta desde o início de seu monitoramento em 1985.

zona morta no golfo do México
Zona morta no golfo do México.

Vale destacar que, mesmo com os Estados Unidos tendo universalizado o tratamento de esgotos, as enxurradas ainda arrastam os agrotóxicos usados no vale do Mississippi para o rio, uma área de forte atividade agrícola.

Esse fenômeno causa, de forma similar ao esgoto não tratado, a criação de grandes zonas mortas.

Pior, a despeito de ser o país mais rico do mundo, em 2024 a Fortune publicou uma matéria em que a Agência de Proteção Ambiental afirma que ‘a América quase não fez progresso na redução da ‘zona morta’ do Golfo do México, apesar de 30 anos de tentativas’.

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Segundo a agência, ‘é um problema difícil que se concentra nas regiões agrícolas que deságuam no rio Mississippi. Mais de metade dos quilômetros de rios e riachos da bacia estavam em más condições de azoto e fósforo, provenientes de fertilizantes que são drenados para os cursos de água’.

A matéria alerta que é um problema que deve tornar-se mais difícil de controlar à medida que as alterações climáticas produzem tempestades mais intensas que despejam chuvas no Centro-Oeste e no Sul.

A agência criou o grupo de trabalho sobre hipóxia no final da década de 1990 para reduzir a poluição por nutrientes e diminuir a zona morta, mas depende de esforços voluntários para reduzir o escoamento agrícola e não reduziu significativamente a zona morta.

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