A Espanha é feia, e uma mancada da imprensa omissa
O Brasil tem um sério rival na destruição da paisagem litorânea: a Espanha. Se servir de consolo, e como novo alerta deste site que não se cansa de denunciar as barbaridades por nós cometidas nesta área sensível e belíssima do País, hoje vamos comentar as ‘conquistas’ de nosso grande rival. O assunto é manchete na mídia do exterior. Em 2009, o Guardian publicou a matéria The destruction of Spain’s coastline (A destruição do litoral da Espanha), quase sem texto, apenas com uma série de imagens que fazem tremer até um paralelepípedo. E não é o único. Em 2022 foi a vez do aldianews.com, em ‘Spain is ugly’: How uncontrolled construction has spoiled the landscape in Spain (‘Espanha é feia’: como a construção descontrolada estragou a paisagem na Espanha).
A foto acima nos remete à elegia ao concreto armado tupiniquim, conhecida como Balneário Camboriú (SC). Outras fotos nos fazem lembrar de Jurerê internacional, onde a especulação anda de mãos dadas com a ostentação.
‘A Espanha é feia’, ou como transformar o litoral num cortiço medonho
O editor do El País, Andrés Rubio, é outro que, como nós, não se conforma. Ele publicou um livro para denunciar como a especulação imobiliária e a feiura urbana por ela produzida prejudicaram a beleza das cidades espanholas em milhas seguidas de litoral.
Blocos de concreto, megacomplexos turísticos, hotéis… Há quase duas décadas, Andrés Rubio, diretor da seção de viagens do El País, observa como a febre da construção que começou depois da queda do regime de Franco no final dos anos 1970 causou estragos na paisagem espanhola, especialmente na costa.
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Muito feia, medonha, diríamos.
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Um estudo das barbaridades cometidas
Essas palavras são as que ele usou para intitular seu livro, España fea. El caos urbano, el mayor fracaso de la democracia, (Espanha feia. Caos urbano, o pior fracasso da democracia) lançado pela Penguin Random House/Debate. O livro é um estudo das barbaridades cometidas na herança espanhola desde o fim da ditadura de Franco até hoje.
Perguntas sem respostas
“Por que a Constituição de 1978 não inclui a palavra “paisagem” (A brasileira foi melhor, ela menciona e ‘protege’ a paisagem apesar de não ter adiantado nada até agora)? E sobre um Conservatório Costeiro como o francês na Espanha? Por que em 1967 foram catalogadas mais de mil belas cidades na Espanha e agora não restam nem cem? Por que a democracia e seu regime de Comunidades Autônomas têm causado sérios danos à paisagem e, consequentemente, arruinado irreparavelmente o imaginário coletivo?”
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Constituição Brasileira
Diferença entre os países europeus
Quem explica é o aldianews.com: ‘Essa abordagem “laissez-faire” dos políticos espanhóis contrasta com o modelo adotado pela França, onde, em 1976, o ex-presidente Valéry Giscard d’Estaing convocou o país a combater a “feiura da França” em uma carta ao então primeiro-ministro Jacques Chirac’.
Base do trabalho de Rubio
Com base em inúmeras entrevistas, e combinando crônicas jornalísticas, livros de viagens e ensaios políticos, Rubio descreve com rigor e sensibilidade os absurdos praticados desde as costas mediterrâneas, às do norte, passando pela “Espanha esvaziada” e pelo desastre urbano de Madri. Também analisa as causas que levaram a essa catástrofe cultural.
Segundo o aldianews.com, ‘Rubio revela a estratégia traçada por políticos e desenvolvedores ignorantes e corruptos, com o silêncio cúmplice de uma guilda (associação que agrupava, em certos países da Europa durante a Idade Média, indivíduos com interesses comuns) desmobilizada, a da arquitetura, somada à indiferença e ignorância do mundo intelectual e midiático’.
Hoje, diz a Reuters, para combater as ocupações ilegais, fruto da omissão e especulação, ‘O governo socialista planeja usar compensação e expropriação para limpar empreendimentos ilegais ao longo de 776 km (482 milhas) de costa, ou um oitavo da costa da Espanha’.
‘O plano de 5 bilhões de euros (7 bilhões de dólares) tem como alvo mais de 3.000 propriedades ilegais e visa evitar a destruição futura de algumas das praias mais populares da Europa, que são uma fonte vital de renda, disse o ministério’.
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Sei…Construir é fácil, derrubar, muuuito difícil.
A ver…
Aqui como lá, o resultado é o mesmo: acirramento da erosão costeira por mau uso
Enquanto os 5 bilhões de euros não chegam, pesquisadores publicam artigos nas revistas científicas como ‘Erosion by human impact on the Valencian coastline‘ (Erosão por impacto humano na costa valenciana), no Journal of Coastal Research.
“Há uma tendência mundial de erosão da linha de costa aumentada pelas mudanças climáticas, aumento do nível do mar e diferentes atividades humanas na área costeira.”
“As costas mediterrânicas são, infelizmente, um bom exemplo de como as atividades humanas e os assuntos econômicos podem interferir no sistema ambiental costeiro.”
“Durante as últimas décadas as ações humanas influenciaram fortemente o equilíbrio da zona costeira. Os principais distúrbios humanos ao longo da costa valenciana são os seguintes: extração de areia e cascalho de rios e praias; construção de barragens que reduzem os aportes sedimentares fluviais; construção de molhes e quebra-mares associados a portos e atividades recreativas costeiras que interfiram no transporte de sedimentos das correntes longitudinais..”
E segue-se uma lista enorme de interferências humanas.
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Segundo o www.ethic.es, que publicou a foto acima, fruto da especulação, ‘O avanço do tijolo no litoral está destruindo tudo. Especialmente os recursos naturais fornecidos pela costa. É o que afirma o relatório A Toda Costa, elaborado pelo Greenpeace e pelo Observatório da Sustentabilidade, que avalia pela primeira vez o estado da costa espanhola através da perda de bens e serviços ambientais’.
Portanto, a Espanha não perde apenas beleza natural ou paisagística, perde igualmente os serviços ecossistêmicos do mar e litoral. Um viva à estupidez humana!
Um apelo por reflexão
Estas são as primeiras questões de Rubio em sua obra. O Mar Sem Fim aproveita para sugerir uma reflexão, antes que todas nossas praias se tornem uma Riviera de S. Lourenço (SP), ou Camboriú (SC), sobre o modo deplorável com que ‘ocupamos’ uma área imensa e belíssima, extremamente sensível do Brasil.
Já é mais que hora de revermos o modelo que pereniza a pobreza dos nativos, destrói a paisagem prejudicando o turismo, vocação natural do litoral, e ainda ameaça a vida marinha.
Um é rico, outro, pobre
A Espanha, como um país rico, ao menos conta com saneamento básico. Já Pindorama, não. Se o país europeu tem a infraestrutura necessária para destruir sua paisagem litorânea, paciência. Mas, nosso caso é muito pior.
Além do massacre paisagístico, não temos saneamento básico. E todos os rejeitos de nossas praias superadensadas correm direto para o mar: esgoto não tratado, e outros.
‘Diariamente são despejadas 5,3 mil piscinas olímpicas de esgotos nas águas brasileiras’, como bem disse o preciso editorial do Estado de S. Paulo (7/5/2022), ‘Liberdade ainda que tardia no saneamento‘.
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Para piorar, os ecossistemas marinhos mais importantes, como mangues, corais, costões, restingas, dunas, etc, são extirpados muitas vezes pelos próprios prefeitos – grande parte comanda a especulação imobiliária -, para em cima deles construírem condomínios, hotéis, novos bairros, marinas, etc.
Assim, aos poucos, o litoral brasileiro chafurda na decadência da qual jamais sairá, apesar dos alertas deste site.
‘Corrupção, indiferença e ignorância do mundo intelectual’
“Na Espanha, diz o aldianews.com, os casos de más práticas no mercado imobiliário se sobrepõem às dezenas de milhares de construções inartísticas de arquitetos feitos reféns, ou imorais”.
No prólogo do livro, o arquiteto Luis Feduchi fala da síndrome de Estocolmo de sua guilda: “Para ser franco, nossa cumplicidade na destruição do território e nossa recusa em denunciá-lo”.
Hotel inominável
Sobre a monstruosidade revelada acima, disse o New York Times: ‘Sessenta anos atrás, o diretor de cinema David Lean viajou para a remota província de Almería, para filmar seu filme vencedor do Oscar, “ Lawrence of Arabia”.
O local foi escolhido porque “era apenas um deserto de frente para o belo mar.”
Era…
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‘Nossa cumplicidade na destruição’
A ‘cumplicidade’ da qual fala Luis Feduchi é a mesma que ocorre no Brasil onde a grande mídia raramente aborda a questão, muito menos os ‘formadores de opinião’.
Medo de quê? Perder anúncios, fazer inimigos?
Ora, já quase não existem anúncios. Quanto a fazer inimigos, é da praxe do bom jornalismo. Não há nada a perder, e tudo a ganhar. Mas é preciso trabalho, deixar o torpor de lado, e enxergar à nossa volta.
Coisa rara hoje.
A falta de planejamento aqui e lá
Segundo o aldianews.com, ‘Rubio também critica os políticos espanhóis por não terem seguido nenhum tipo de plano em nível nacional sobre como expandir cidades e vilas de uma forma que proteja o passado histórico, respeite a paisagem e considere o bem público’.
Alguma coincidência?
Denúncias do Mar Sem Fim
Os horrores da Espanha são insistentemente ‘copiados’ no Brasil. Vamos recordar o post Itajaí, SC, ameaçada pela especulação imobiliária, que nos valeu um processo do obtuso prefeito Volnei Morastoni (MDB).
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Ou do post Prefeito de Ilhabela quer calar o Mar Sem Fim, que nos rendeu outro processo do algoz do município, o prefeito Antonio Colucci (PL).
Ou ainda de Ilha Comprida ameaçada pela especulação imobiliária, no litoral sul de São Paulo. Um feudo do PSDB onde o prefeito Geraldino Junior fez uma lei sob medida para um empresário que prevê a construção de prédios com até 30 metros de altura e sete andares!
Ou, para sairmos das regiões Sul, e Sudeste, demonstrando que o monstrengo toma conta do litoral, recordemos por fim o post Praia do Preá e o turismo, um perverso casamento.
Coincidências escandalosas
O que aconteceu no litoral da Espanha é o que vem acontecendo em Preá, no Ceará, Itajaí, no Sul; ou Ilhabela, Ilha Comprida, Ubatuba e São Sebastião, sempre com a cumplicidade escandalosa da Fundação Florestal que deveria cuidar das áreas ‘protegidas’ do Estado de São Paulo, mas se recusa a fazê-lo.
Ou do Ibama/ICMBio nas outras regiões do País também ‘protegidas’, mas com total e absoluta falta de fiscalização.
Por quê? Porque, na Espanha, como aqui, reina a mais absoluta ‘cumplicidade na destruição do território e nossa (não deste site!) recusa em denunciá-lo’.
Pela falta destas denúncias serem pautadas, da sociedade discuti-las e estudá-las, outra herança maldita é o objeto de desejo dos brasileiros que conseguiram terem dinheiro para uma segunda residência.
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Nasceu o equívoco das ‘Casas Pé na Areia‘. Por causa delas, mais de 60% do litoral brasileiro apresenta acentuada erosão. E se você considera que este é um exagero do Mar Sem Fim experimente pesquisar ‘casa pé na areia’ no Google. Verá, então, mais de 13 páginas seguidas com a expressão.
Há dezenas de imobiliárias com este nome oferecendo o equívoco litoral afora.
Para finalizar, a explicação da ‘mancada da imprensa omissa’
Antes de encerrar, nem era preciso explicar que a mancada não se refere à mídia espanhola que, apesar da concorrência desleal das redes sociais, ainda consegue manter leitores informados.
Mas, tão decadente quanto o litoral, à de Pindorama. Não poderia ser diferente. Ela se apequenou.
Faz coro aos ‘ambientalistas‘ entre aspas, dignos da Fundação Florestal paulista que, igualmente, não enxergam além das narinas; ou dos ‘formadores de opinião’ como os publicitários, que pintam na mídia um País que, se existiu, foi séculos atrás.
Privatização de praias
Como tudo no País pode sempre piorar, a Câmara dos Deputados aprovou proposta de emenda à Constituição que prevê o repasse a Estados e municípios dos terrenos de marinha hoje em poder da União. Entre os desatinos do projeto está a legalização da privatização de praias.
Pobre Brasil.
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É hora de acordar, despertar do sono letárgico; e lutar conta a derrocada.
Assista ao vídeo da destruição da costa espanhola, não se escandalize se for capaz; e lembre-se do que fazemos com a nossa.
Assista a este vídeo no YouTube
Imagem de abertura: www.ethic.es.
Parabéns pela matéria. È louvável a pertinência da comparação com o que acontece no Brasil. Nos desperta e traz à reflexão sobre a nossa dormência que assistimos ao desprezo e maus tratos cometidos à beleza de nossas belas paisagens litorâneas.
O ser humano ainda é muito primitivo, tem gente que vê isso como sinônimo de prosperidade, por exemplo.
Além disso, sobra para a população o custo de corrigir estes desmandos. Constroem “pé na areia”, privatizando a praia. Quando o mar pega de volta o seu espaço, forçam a prefeitura a usar recursos públicos para construir barreiras e ampliar a faixa de areia, para usufruto dos proprietários.
Bingo, Walker, é isso. e todos pagamos a conta. abraços
Sou ilhéu, nasci e me criei numa ilha, portanto além da maresia também sou acostumado ao cheiro do mangue. Quando garoto, isso faz algum tempo, meu avô Antônio me arrastava por toda ilha, ora para catar caranguejo no mangue da Alemoa, ora pra pescar no costão da Ponte Pênsil, ora pra arrastar picaré na praia do Itararé. Importante dizer que seja para o canto que fossemos dessa ilha de São Vicente, sempre fazíamos o percurso a pé, mesmo quando a aventura seria catar coquinho brejaúva no alto dos morros da Santa Maria ou do Nova Cintra. Meu avô calçava seu botinão, ajeitava o facão na cinta, cobria a careca com um chapéu de feltro e lá íamos nós. Então, destas vezes que eu avistava do alto os vários cantos da ilha e me maravilhava com as linhas retas dos canais que cortavam a cidade lá embaixo, meu avô estendia os braços apontando cada um deles dizia “Obra do Saturnino”.
Não querendo me alongar, acredito que a ação humana, através do conhecimento técnico combinado à honestidade política podem resultar em intervenções positivas no meio ambiente. É o caso desse projeto aplicado à cidade de Santos pelo Engenheiro sanitarista Saturnino de Brito no início do século XX. Entretanto, acredito também que a estupides movida pela ganância tem a força destrutiva das marés de lua e. Esse é o caso dessa minha pequena e agradável ilha, infelizmente desde a segunda metade ainda do século XX, com as construções dos prédios tortos na Orla e já no século atual, com as torres e uma esdrúxula reurbanização da Ponta da Praia, constato que essa minha pequena ilha junto com o projeto do “Saturnino” estão a afundar. Novamente parabenizo E pela excelente matéria.
Não gosto mais de viajar já faz alguns anos. Nojeira crescente.
Gostaria de ver exemplos positivos de praias bem ocupadas, que permitam moradores e turismo. Ou praia boa é praia selvagem?
Praia boa é praia ocupada que, todavia, mantém a paisagem que levou eras para se formar. Há bons exemplos no Brasil mas, cada dia, mais raros.
Parabéns pela matéria, pena que a mobilização é mínima… quem tinha que cuidar disso é o MP, está na pauta deles. Mas com a quantidade de políticos corruptos, tanto no BR qto na ES, fica difícil…
Excelente matéria!
Algo acerca das comunidades favelas do Rio de Janeiro?…
Exatamente. Tem políticos locais querendo ganhar $ fácil com construtoras? Tem! Tem funcionários públicos fazendo vista grossa pq não gostam de ter mais trabalho? Tem. Um prédio pode ser feio?Pode. Mas isso ainda não é crime.
Crime é o indivíduo comprar o imóvel legalizado, pagar txs para a prefeitura, as vezes por gerações, e um belo dia alguns parasitas criarem uma lei ambiental, desapropriarem o imóvel e passar um trator por cima. E o indivíduo que se vire para ser ressarcido.
Crime tbm pode ser invadir uma área nativa, construir barracos e jogar dejetos diretamente nos rios, afluentes, mangues, degradar as encostas dos morros.
Ducão, concordo com você em quase tudo. Exceto quando diz que ‘Crime é o indivíduo comprar o imóvel legalizado, pagar txs para a prefeitura, as vezes por gerações, e um belo dia alguns parasitas criarem uma lei ambiental, desapropriarem o imóvel e passar um trator por cima’. Nunca em toda minha vida vi isto acontecer. Ou seja, ‘desapropriarem o imóvel e passar um trator por cima’. Que eu saiba aconteceu um par de vezes, poucas, quando as construções foram erguidas DENTRO de áreas protegidas que proíbem construções, como parques estaduais, ou federais. Abraços
Excelente matéria. Dispensa comentários, sobram pêsames, desespero, tristeza e a conclusão obvia de que o homem é um ser totalmente irracional.
Triste! As denúncias aqui no Brasil precisam continuar!! Temos que proteger nossas praias e principalmente dar mais educação ao povo que a frequenta!!!
Triste situação. Parabéns pela matéria e por honrar o oficio do verdadeiro jornalismo.
Muito complicado, desanimador, e, no caso do Brasil a mesma feiúra se estende não só no litoral mas também para cidades do interior (verticalizaçao irresponsável e feia). Dá vontade de chorar…
Esta especulação é sentida no litoral brasileiro com maior ou menor intensidade , devido a omissão governamental, onde para muitos defendem uma muralha de prédios do Oiapoque ao Chuí. Limitações de construções de prédios ,para muitos prefeitos , dando a desculpa que não querem o tal “progresso” é comum em nosso país. Agora visitar a Espanha e ver a quantidade absurda de prédios feios , horrendos por sinal , na Costa do Sol em pleno Mediterrâneo , mostra que lá a especulação anda livre e solta para alegria dos empresários da construção civil e não importando os meios da paisagem local. Ibiza que se cuide , nas ilhas Baleares.
Coneço a costa espanhola desde 1972, faz 50 anos. Na época tinha poucos prédios, cresceu as poucos, todo ano um pouco mais. É como ouro, uma vez que começou a corrida não tem fim.
Ha 3 decadas eu reclamo desse predios horrorosos do Brasil, Nao ha razao para construirem predios nas praias. O Brasil eh enorme. Pbre nao precisa morar na praia…
Tem o meu apoio
Maravilhosa matéria, aqui a mídia ou jornalismo não entra neste assunto pois influentes artistas, empresários, políticos todos tem seu imóvel “pé na areia” e ninguém quer admitir que faz parte desta destruição do ecossistema do litoral.
Mesquita, veja a erosão no município de Mucuri/BA. Nos últimos 20 anos já se foram duas quadra inteiras de casas de veraneio em uma extensão de mais de 1 km, pelo que dizem, pelo avanço do mar. Quando conheci a cidade, há 40 anos, havia larga faixa de mata até à praia, que foi substituída por ruas e casas, as quais jazem hoje no fundo das águas.
Tirou a mata entra a água… casa não tem raízes!
Triste.