Mudanças climáticas: Ameaças de tsunami podem mudar navegação no Alasca
As operadoras de barcos de turismo e os capitães de navios de cruzeiro enfrentam um risco crescente: ameaças de tsunamis causados pelo desmoronamento de penhascos. Os tsunamis gerados por deslizamentos de terra, embora raros, podem ser devastadores. Ao contrário dos tsunamis causados por terremotos em alto-mar, que fornecem algum aviso, os tsunamis causados por deslizamentos de terra aparecem repentinamente e podem produzir ondas muito mais altas, o que representa uma ameaça significativa para as embarcações.

Como lidar com as ameaças de tsunamis?
Há poucas pesquisas sobre como as embarcações podem lidar com tsunamis, especialmente os causados por deslizamentos de terra na costa. As diretrizes existentes do Programa Nacional de Mitigação de Riscos de Tsunamis dos EUA são básicas e não são adaptadas a esses cenários específicos. As embarcações maiores também precisam de orientação personalizada devido aos seus riscos significativos.

Um enorme deslizamento de rochas em Taan Fiord, no Alasca, criou uma onda de quase 200 metros que atingiu a Icy Bay em 2015. Após o incidente, e para saber mais sobre a ameaça, os pesquisadores do US Geological Survey modelaram um deslizamento de terra de 2015 próximo à geleira Tyndall do Alasca, que causou um tsunami gigantesco em Taan Fiord e Icy Bay em 2017.
E se você acha que o Brasil está a salvo de desastres desse tipo, pense de novo. Em maio de 2023, a revista Nature Communications publicou um estudo preocupante para os Sul-americanos, neozelandeses e asiáticos. A pesquisa mostra que a mudança climática pode provocar tsunamis gigantescos, como os que já atingiram a América do Sul, a Nova Zelândia e o Sudeste Asiático no passado geológico, com origem na Antártica.
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O derretimento das geleiras e o degelo do permafrost estão desestabilizando os penhascos nos fiordes do Alasca. O próprio Alasca faz parte do Anel de Fogo do Pacífico, o que o torna propenso a terremotos.
Apesar da ausência de incidentes graves nos últimos anos, o perigo potencial de encostas instáveis no Alasca continua sendo uma preocupação fundamental. Com mais turistas visitando essas áreas de alto risco, a vulnerabilidade a desastres está aumentando. As chuvas fortes agravam ainda mais o risco de desmoronamento.
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A crescente instabilidade dos penhascos costeiros em regiões como o Alasca, a Groenlândia, o Chile, a Noruega e a Nova Zelândia exige maior conscientização e preparação entre os operadores marítimos para reduzir os riscos desses eventos naturais repentinos e graves.
Aliás, por falar em Groenlândia, em 2023 houve um mega-tsunami que abalou o planeta Terra por nove dias consecutivos!
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Mudanças climáticas, mudanças no turismo
O turismo contribui significativamente para a economia do Brasil, representando mais de 8,1% do PIB e gerando mais de 6 milhões de empregos. No entanto, ele também apresenta riscos ambientais.
O oceano abriga entre 500.000 e 10 milhões de espécies marinhas. O grande azul é crucial para a produção de mais da metade do oxigênio da Terra, mas é frequentemente negligenciado e ameaçado pelo turismo. A construção costeira, os resíduos plásticos e a poluição dos navios de cruzeiro são as principais preocupações. A pesca excessiva para atender à demanda turística e as redes de pesca abandonadas também ameaçam a vida marinha.
Os dados sobre o impacto do turismo nos oceanos
Os dados sobre o impacto do turismo nos oceanos são limitados, mas questões como a pesca excessiva, o branqueamento de corais e as emissões de CO₂ são fundamentais. As soluções incluem a promoção de práticas de turismo consciente, como o respeito à vida marinha durante as atividades, o uso de protetor solar ecológico e o apoio a empresas responsáveis.
Quando possível, evite fazer turismo invasivo. Atualmente, há várias maneiras de aproveitar o mar, desde jogos até à tecnologia de RV. Você pode ligar seus óculos de realidade virtual para embarcar em uma viagem emocionante hoje mesmo, sem sair de casa.
Se você gosta de boas notícias, saiba que o BNDES disponibilizou R$ 40 milhões para projetos de erradicação de espécies invasoras nas ilhas do Brasil.









