2023 o ano mais quente desde tempos pré-industriais

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2023 o ano mais quente desde tempos pré-industriais. 2024 pode ser pior

A agência climática europeia Copernicus disse que o ano foi 1,48º C acima dos tempos pré-industriais. Em outras palavras, o ano mais quente em 100 mil anos! Isso está pouco abaixo do limite de 1,5º C que o mundo espera para se manter no acordo de Paris de 2015. Janeiro de 2024 está a caminho de ser tão quente que, pela primeira vez, um período de 12 meses ultrapassará o limite de 1,5º C, disse a vice-diretora do Copernicus, Samantha Burgess. A meta de 1,5º C “tem que ser (mantida) viva porque vidas estão em risco e é preciso fazer escolhas”, disse Burgess. “E essas escolhas não afetam você e eu, mas impactam nossos filhos e netos.” 2023 foi o ano mais quente desde tempos pré-industriais, mas 2024 pode ser ainda pior.

Um recorde sobre 2016

A Fortune ouviu Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus. A temperatura média global para 2023  ficou um sexto de grau Celsius  mais quente do que o antigo recorde estabelecido em 2016. Embora isso pareça um valor pequeno na manutenção de registros globais, é uma margem excepcionalmente grande para o novo recorde, disse Burgess.

Foi um recorde durante sete meses. Tivemos os meses mais quentes de junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro. Não foi apenas uma temporada ou um mês excepcional. Foi excepcional durante mais de metade do ano

Existem vários fatores que fizeram de 2023 o ano mais quente já registrado, mas de longe o maior fator foi a quantidade cada vez maior de gases com efeito de estufa na atmosfera que retêm o calor, disse Burgess. Esses gases provêm da queima de carvão, petróleo e gás natural.

Outros fatores, segundo Burgess, incluem o El Nino – um aquecimento temporário do Pacífico central que altera o clima em todo o mundo – outras oscilações naturais nos oceanos Ártico, Sul e Índico, aumento da atividade solar e a erupção de um vulcão submarino em 2022 que enviou vapor de água para a atmosfera. .

Foram mais de 200 dias com recordes de calor

Mais de 200 dias do ano de 2023 viram um novo recorde diário de temperatura global, de acordo com a análise da BBC dos dados do Copernicus Climate Change Service. Outra característica notável do calor de 2023 é que ele foi sentido praticamente em todo o mundo.

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Como o mapa abaixo mostra, quase todo o globo estava mais quente do que os níveis recentes de 1991-2020 – um período que era quase 0,9º C mais quente do que antes dos seres humanos começarem a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis no final dos anos 1800.

mapa de 2023 o ano mais quente desde tempos pré-industriais.
Imagem, BBC.

A rede inglesa ouviu Zeke Hausfather, cientista climático da Berkeley Earth, uma organização científica nos EUA. O ano de 2024 pode ser mais quente do que 2023 – como parte do calor recorde da superfície do oceano escapa para a atmosfera – embora o comportamento “estranho” do atual El Nino significa que é difícil ter certeza, diz o Dr. Hausfather.

Isso levanta a possibilidade de que 2024 possa até superar o principal limite de aquecimento de 1,5º C em todo o ano civil pela primeira vez, de acordo com o Met Office do Reino Unido.

Atlântico Sul aquece rapidamente e gera previsões sombrias para este verão no Brasil

A Revista Forum relata que estudos indicam um rápido aquecimento do Atlântico Sul. A taxa de aumento de temperatura é quatro vezes maior que as mudanças naturais e supera o impacto do El Niño no Pacífico. Apesar de ser verão no Brasil, onde o calor aumenta naturalmente, a previsão é de piora até março deste ano.

Regina Rodrigues, coordenadora do grupo de estudo da região do Atlântico e suas ondas de calor na Organização Meteorológica Mundial (OMM), falou ao jornal O Globo sobre um verão mais intenso no Brasil. Ela explicou: “O aquecimento dos oceanos desde 2023 é resultado das mudanças climáticas. O El Niño não explica tudo. 2024 já começou muito quente. Infelizmente, com este cenário, o Hemisfério Sul enfrentará um verão ardente, que começou há poucos dias”.

De acordo com a Revista Forum, a especialista prevê um alívio temporário em janeiro devido às monções. Isso acontecerá graças aos canais de umidade das áreas de convergência intertropical (ZCIT) e do Atlântico Sul (ZCAS). Contudo, Regina alerta que “fevereiro pode ser mais seco e quente, com piores condições de calor. As chuvas, quando acontecerem, podem ser devastadoras. Espera-se que o pico de temperatura do Atlântico Sul ocorra em março”.

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