Tubarões que brilham, três espécies descobertas
A bioluminescência – a produção de luz através de uma reação química por organismos vivos – é um fenômeno comum entre a vida marinha, mas é a primeira vez que isso é registrado em três espécies de tubarões. Cientistas que estudam tubarões na Nova Zelândia descobriram que três espécies de águas profundas brilham no escuro – incluindo uma que agora é o maior vertebrado luminoso conhecido. Tubarões que brilham, três espécies descobertas.
Tubarões que brilham, três espécies descobertas
Apesar dos oceanos representarem 71% da superfície da Terra os cientistas sequer sabem quantas espécies vivem nas profundezas. Estimativas sugerem entre 700.000 e um milhão de espécies de vida marinha – mas mais de 91% permanecem sem classificação. Ou seja, a cada dia que passa ficamos sabendo alguma novidade.
Muitas vezes são espécies que desapareceram, ou entraram na lista das criticamente ameaçadas, o que vem acontecendo com frequência cada vez maior. Esta é nossa realidade. Conhecemos mais o espaço sideral que os oceanos que sustentam a vida no planeta. Segundo a Agência de Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA), mais de oitenta por cento do oceano nunca foi mapeado, observado ou explorado.
Seja como for a descoberta de três espécies de tubarões na costa leste da Nova Zelândia, em janeiro de 2020, é bem-vinda. O Dalatias licha, que pode crescer até 180 cm, é agora o maior vertebrado luminoso conhecido: aquilo a que os investigadores se referiram como “tubarão luminoso gigante”.
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O mar profundo começa a ser desvendado
A novidade é especialmente interessante sabendo-se que oriunda do oceano profundo, parte menos estudada e que menos conhecemos até hoje. Ela ajudou a ‘pôr luz’ neste local frio, com alta pressão, e tremendamente inóspito para seres humanos.
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Segundo o site www.wort.lu, ‘os investigadores da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, e do Instituto Nacional da Água e Investigação Atmosférica, na Nova Zelândia, sustentam que as descobertas tiveram repercussões na nossa compreensão da vida no mar profundo, um dos ecossistemas menos estudados do planeta’.
Onde vivem os tubarões
Os tubarões vivem naquilo que é conhecido como zona mesopelágica ou “crepuscular” do oceano, entre 200 a 1000 metros de profundidade, para além da qual a luz solar não penetra. Vistos de baixo, os tubarões aparecem iluminados contra a superfície brilhante da água, deixando-os expostos a potenciais predadores sem qualquer lugar para se esconderem.
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Segundo o jornal The Guardian, ‘no caso do tubarão kitefin, que tem poucos ou nenhum predador, é possível que a espécie lenta use seu brilho natural para iluminar o fundo do oceano enquanto busca alimento, ou para se disfarçar ao aproximar-se de sua presa’.
‘Mais estudos seriam necessários para confirmar qualquer hipótese, escreveram os pesquisadores em um artigo publicado no jornal Frontiers in Marine Science, bem como para entender como a bioluminescência da espécie funciona – e as possíveis implicações para as relações presa-predação’.
Padrão luminoso desconhecido
O Guardian trouxe declarações de um dos pesquisadores, Jérôme Mallefet, pesquisador chefe do Laboratório de Biologia Marinha da Université Catholique de Louvain, na Bélgica, para quem “O padrão luminoso do tubarão kitefin era desconhecido e ainda estamos muito surpresos com o brilho na barbatana dorsal. Por quê? Para qual propósito? ”
O tamanho dos territórios habitados pelos tubarões torna esse tipo de estudo muito difícil, disse ele. “Os outros dois tubarões Etmopterus também não foram documentados, então é a primeira vez.”
Imagem de abertura: Jérôme Mallefet
Fontes: https://www.theguardian.com/environment/2021/mar/02/giant-luminous-shark-researchers-discover-that-three-deep-sea-sharks-glow-in-the-dark; https://www.wort.lu/pt/sociedade/investigadores-descobrem-maior-vertebrado-bioluminescente-do-mundo-603e0957de135b9236df2ec0.
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